Olá, como estão? Era para ser apenas uma one, a intenção era terminar tudo em um único capítulo, mas escrevi 20 mil palavras na primeira parte e ainda não está no final da história que me propus a escrever. Por causa disso decidir em escrever dois ou três capítulos. Espero que gostem dessa obra. Beijos da Lay.
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Escócia
Escorregou pelo convés molhado tentando se segurar em uma das cordas grossas feitas de fibra natural. Quando seu quadril atingiu o casco de madeira robusto caiu soltando um gemido de dor ao mesmo tempo que sua mão esquerda se enrolou na corda até conseguir se segurar impedindo que deslizasse pelo convés até uma morte imediata e certa.
Tentou captar algo com o olhar mas a chuva intensa bloqueava sua visão e dificultava seu raciocínio. Naquele momento não sabia se deveria xingar a si mesmo ou a sua pobreza, deveria imaginar que um barco como aquele com velas feitas de linho e algodão grandes e retangulares, totalmente remendadas não iria conseguir manter o barco funcionando de uma forma que não fizesse seu coração perder o ritmo a cada onda que o atingia. O barco deslizou para o lado direito e nesse instante um barril escorregou até onde estava atingindo-o com força fazendo-o bater seu corpo contra um timão de madeira grande e pesado que estava na popa.
Havia sido uma péssima ideia escolher aquele barco por ser mais barato.
— Segurem-se!
Draco xingou o capitão naquele instante por gritar o óbvio quando ondas enormes batiam contra o casco, fazendo-o balançar violentamente de um lado para o outro. O vento intenso misturado com a chuva que caía em torrentes obscurece sua visão, os relâmpagos eram a única coisa que iluminava o céu e que dava um pouco de claridade para aquele momento mesmo que fosse seguido por estrondosos trovões.
Por um segundo conseguiu observar a tripulação tentando manter o controle do barco, agarrando-se nas cordas e segurando-se firme enquanto a água invadia o convés. Cada movimento do barco é imprevisível, fazendo-o começar a rezar a cada segundo por ter a sensação de que a qualquer momento aquele barco caindo aos pedaços iria virar levando-o em direção à morte.
Draco não viu outro barril deslizar pelo casco de madeira até o atingir novamente fazendo com que soltasse um grito de dor ao ser atingido no braço que segurava a corda. Não pensou muito quando usou o próprio barril para se erguer ainda segurando-se na corda para não perder o controle.
Os cabelos estavam desgrenhados e as roupas completamente encharcadas, e mesmo assim a única coisa que importava era sua bolsa de couro que estava por dentro da sua camisa social coberto pelo grosso casaco marrom de lã que tinha como função protegê-lo do frio enquanto cruzava o mar e naquele momento só servia para proteger o que estava dentro daquela bolsa.
Mais uma onda atingiu o casco fazendo-o balançar para o lado tão fortemente que a corda que estava segurando arrebentou. Em uma fração de segundo, ele foi lançado para frente, os braços estendidos desesperadamente tentando encontrar algum suporte, por sorte conseguiu agarrar um corrimão de madeira a alguns metros de distância, seus dedos ficaram firmes em volta da superfície áspera e irregular enquanto seu corpo ainda lutava contra o impulso da queda.
