9~A confusão

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No outro dia, eu acordo, às 5hrs da manhã. Como de costume, me arrumei e fui ao trabalho, sem nem tomar café.

Chego na delegacia, me sentando em minha mesa. Kai veio em minha direção.

- Aí, cara! - sussurra ele.

- O quê?

- A Shin parece meio estranha hoje...

- E daí? - eu digo sério. - Quem liga pra ela?

- Olha, eu sei que vocês brigaram, mas nós trabalhamos juntos...

- Então fala isso pra ela! Que saco... - eu começo a mexer em meu computador, mas, assim que baixo minha cabeça, vejo o braço de Kai, que está encima da mesa. Sua cicatriz estava nítida. - Aliás, Kai. Que merda é essa?

- O quê?

- Às vezes você tem a cicatriz, outrora não tem... Que cacete é esse?

- Ah... - ele esconde o braço. - Não é nada...

Ele tenta ir embora, mas eu o seguro pelo braço. Ele se vira.

- Deixa eu ir! - diz ele.

- E para onde iria?

Ele fica em silêncio. Eu pego uma das algemas que estava por perto e o algemo.

- Por quê? - ele pergunta, já algemado.

- Desta vez você não me escapa.

Eu o conduzi até a porta, de repente Kai aparece na porta. Eu me espanto

- Kai?!

- Quem é esse? - pergunta o Kai não algemado.

- Eu sou você. - diz o outro Kai.

- Você é eu?

- Que desgraça é essa? - eu pergunto para mim mesmo, vendo aquela situação.

Na mesma hora, o algemado se solta de minhas mãos e me ataca nas costas, bem onde havia me machucado no terraço. Eu o solto e ele sai correndo, desviando do outro Kai.

- Merda... - eu digo, encurvado e com a mão nas costas.

- Quem era ele?

- Eu vou saber...? - eu me ergo e vou até ele. - Aliás, me deixe ver seu braço?

- Mas você já não viu antes?

- Por favor.

Ele estende o braço e, como eu imaginava, não tinha cicatriz. Eu coço a nuca.

- Você é o verdadeiro?

- Claro que sou! Pergunte algo que eu te provo.

- Qual a cor da blusa que você estava há dois dias atrás?

Ele pensa.

- Acho que preta... Não sei.

Eu suspiro.

- É... É você mesmo.

Vou até minha mesa mais uma vez. Kai me segue.

- Mas o que aconteceu?

- O cara se parece com você, até a voz é igual, mas ele tem a cicatriz de queimadura.

- O caso das gêmeas?

Eu balanço a cabeça.

- Mas esse caso já acabou, não podemos mais prender ele sem as devidas provas e um mandato...

- A questão não é do caso, mas sim de quem ele é... Ele já apareceu aqui duas vezes.

- Mas eu nunca vi ele...

Shin entra pela porta.

- Desculpe ter me atrasado, estava um trânsito do cacete lá fora... - diz ela.

Eu penso em perguntar algo, mas nenhuma palavra sai.

- Aí, Shin! - diz Kai. - Viu algum cara igual a mim quando estava vindo?

- Não vi não.

- Alguém algemado?

- Era uma adolescente, daí ela foi solta por um outro policial.

"Uma adolescente?"

Continua...

𝐏𝐄𝐑𝐈𝐆𝐎 𝐄𝐌 𝐒𝐄𝐔𝐋: 𝒖𝒎 𝒄𝒂𝒔𝒐 𝒅𝒆 𝑺𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍 𝑲𝒊𝒍𝒍𝒆𝒓 1Onde histórias criam vida. Descubra agora