𝐄𝐫𝐚 𝐞𝐥𝐞, 𝐝𝐞 𝐧𝐨𝐯𝐨

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  𝑷𝒂𝒓𝒂 𝒕𝒐𝒅𝒐𝒔 𝒂𝒒𝒖𝒆𝒍𝒆𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒆𝒎 𝒖𝒎𝒂 𝒍𝒆𝒎𝒃𝒓𝒂𝒏𝒄̧𝒂 𝒂𝒑𝒂𝒈𝒂𝒅𝒂, 𝒆 𝒂𝒓𝒅𝒆 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒔𝒆𝒓 𝒓𝒆𝒂𝒔𝒄𝒆𝒏𝒅𝒊𝒅𝒂.
  

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     - Mateo! Mateo! - De repente acordo com a vice líder Louise me chamando freneticamente na aula de história, que eu definitivamente não sabia de nada, mas não era interessante, para mim pelo menos, saber de coisas que aconteceram há 2 séculos.

Ela parecia brava, mas na verdade sempre estava e pelos motivos mais bobos, Louise era uma máquina ambulante, sempre procurando as coisas certas para poder ajudar todo mundo, sinceramente, acho que ela deveria ser líder de sala, não eu, o garoto que dorme metade das aulas e a outra metade fica boiando pensando em qualquer outra coisa menos ao seu redor, mas a sala insistiu em me colocar no cargo.

- Mateo, quantas vezes eu vou ter que te falar?Você é líder de sala, e quando me viro pra trás vejo você dormindo, de novo! - Ela continuava reclamando e me chamando de várias coisas enquanto estava virada para trás, o sol iluminava seus cabelos loiros cacheados deixando eles ainda mais claros e suas marcas de expressão cada vez mais visíveis.

Não aguentava mais ela corrigindo minha postura todo momento, eu nem queria ser líder de sala pra início de conversa, e no fundo ela também sabe disso, mas insiste em continuar desperdiçando palavras comigo apontando tudo que faço de errado, como se eu não soubesse.

Enquanto ela continuava a encher o saco, falando sobre como sou irresponsável com meu cargo, o professor de história chama a atenção de todos, então ela finalmente para de falar.

- Primeiro ano A! Atenção! - Ninguém, absolutamente ninguém liga para o chamado do professor.

O professor chama novamente e ninguém para a conversa, até que ele pega o seu caderno e bate 3 vezes na sua mesa com força, assustando todo mundo. Ele era assim, mas não só ele, na verdade todos os professores eram, parecia que eles odiavam nossa sala.

Com o barulho a sala fica em silêncio da mesma hora.

- Finalmente. - Ele olha para a gente por um tempo, totalmente sem paciência, depois anda até a porta, então alguém entra.

- Turma temos um aluno novo, ele se chama Antony e veio estudar com a gente hoje, Antony pode se apresentar. - Quando olho para a frente vejo um garoto com características japonesas usando um casaco azul de mangas pretas. Antony, acho que era seu nome, parecia desconfortável com tudo isso, toda a atenção, os olhares, tudo parecia deixar ele ainda mais retraído, mas não parecia tímido, apenas desacostumando. Ele me parecia estranhamente familiar, talvez eu estivesse ficando louco, mas sentia que não.

- Meu nome é Antony, e tenho 15 anos. - Antony olha para o professor esperando que ele fale algo, a apresentação tinha sido rápida, mais rápida do que qualquer um esperava, então o ele percebe e fala apressado tentando voltar para a matéria logo.

- Pode se sentar ao lado daquele garoto de preto no canto direito, seja bem vindo. - o professor fala olhando em direção ao garoto que conversava com alguém ao seu lado nem prestando atenção no que acontecia.

Antony acena com a cabeça e vai até sua carteira, se sentando, ele percebe meu olhar e começa a me encarar também como se estivesse com a mesma dúvida que eu, como se soubesse que me conhecesse.

Por um momento sabia que conhecia ele, mas agora tinha certeza, Antony era idêntico a um amigo que tive na infância. As características asiáticas, a postura, a pintinha embaixo do olho esquerdo, tudo era igual.

𝑨𝒏𝒕𝒐𝒏𝒚 𝒊𝒔 𝒃𝒍𝒖𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora