Dia 13 de maio de 2500, ou pelo menos acho que sim...
Dia 1 do ano 2500? Porto?Se me perguntassem ontem como seria o meu dia hoje, a última coisa que diria seria "ah, vou ser teletransportado para um Porto psicadélico, onde o céu é roxo e há animais estranhos a passear no Jardim do Morro". Mas aqui estamos.
Tudo começou com uma decisão simples: sair do metro algumas estações antes, no Jardim do Morro, só para relaxar um pouco. Não costumo fazer isto, mas hoje pensei, "porque não?" Queria sentar-me no jardim e aproveitar a vista para a cidade, mas assim que pus o pé fora do metro, percebi que algo estava... diferente.
A primeira coisa que me chamou a atenção foi o céu. Não era um pôr-do-sol bonito, mas sim um roxo brilhante, como se alguém tivesse misturado demasiado corante nos céus de Gaia. E onde estavam as pessoas? O Jardim do Morro, normalmente cheio de turistas e locais a aproveitar a vista, estava vazio. Nem uma alma. Só... animais. Mas que animais eram aqueles?
Imaginas um cão com asas de dragão a voar de um lado para o outro? Ou um gato com cauda de pavão a fazer poses numa árvore? Era impossível não soltar uma gargalhada, mas ao mesmo tempo, o pânico começou a subir. Nada fazia sentido.
Deixa-me apresentar-me, sou o Theo, um jovem de 20 anos, normal, com um metro e sessenta, cabelo castanho claro e olhos castanhos. Nada de especial, apenas um rapaz comum.
Mas que se passa comigo? Que raio estou a escrever? Pior, será que alguém vai mesmo ler isto? Que vergonha...
Olhei em volta, tentando encontrar algo familiar. A Torre dos Clérigos deveria estar visível daqui, uma mancha vertical a quebrar a linha do horizonte. E estava. Mas... sem cor. Tudo à volta tinha ganho uma intensidade de cor surreal, como se o mundo tivesse sido retocado com marcadores fluorescentes, menos a torre, que parecia ter sido drenada de vida. Um grande monumento sem cor, destacado contra um céu roxo. Quem diria que um ícone da cidade poderia parecer tão... deprimente?
Foda-se, estou mesmo a falar com a parede, não estou?...
Até o meu telemóvel, a única coisa familiar neste caos, está a comportar-se de forma esquisita. Os ícones desapareceram, restando apenas um com um livro e um lápis. Quem sabe, talvez seja um sinal para eu documentar esta loucura. Talvez um dia alguém encontre isto e entenda o que aconteceu.
A minha história começou assim...
Era para ser um dia normal, um simples passeio de metro, até que decidi fazer algo diferente. Agora, estou num Porto que já não reconheço, cercado por animais estranhos e monumentos descoloridos. E o pior é que nem sequer sei como sair desta situação. Mas uma coisa é certa: preciso de descobrir o que se passa antes que esta cidade me enlouqueça de vez. Ou antes que os gatos-pavão me sigam até casa.
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Diário de Theo
FantasyTheo, um jovem de 20 anos, decide sair do metro mais cedo para relaxar no Jardim do Morro, no Porto. No entanto, ao sair da estação, ele percebe que algo está profundamente errado: o céu ganhou um tom roxo brilhante, as ruas estão desertas, e estran...