10~A reconciliação

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- Como assim uma adolescente? - eu pergunto.

- Foi o que eu vi... - diz Shin. - Por quê?

- Um suspeito fugiu... - diz Kai.

- E não foram atrás dele!?

Eu e Kai trocamos olhares. Ela suspira.

- Fala sério! Eu trabalho com duas antas...

- Olha, desculpa sermos lerdos, mas nos chamar de "anta" já é demais... - diz Kai.

- Ah, tanto faz! Como ele era?

- Igual ao Kai, mas tem aquela cicatriz. - eu digo.

- Do caso das gêmeas?

- Desse mesmo.

- Mas o caso já foi fechado, não podemos ir atrás dele sem provas concretas e, no mínimo, um mandato...

"A mesma coisa que Kai disse..."

- Mas nossas vidas podem correr perigo! - diz Kai. - Esse cara pode ser perigoso.

- E já viu ele antes?

Kai fica em silêncio.

- Pelo visto ele só apareceu pra mim... - eu falo.

Um silêncio surge na sala, mas Shin o quebra.

- Então ele quer algo com você?

Outro silêncio invade a sala.

- Mas o que seria? - eu pergunto.

- Será que ele quer falar algo sobre seu irmão?

Na mesma hora, me lembro daquelas últimas palavras que o homem robusto havia dito. "Kang Min-ho".

- É claro! - eu digo, estalando os dedos.

- O que? - pergunta Kai.

- Kang Min-ho já teve passagem pela polícia?

- Existem vários caras com esse nome...

- Mas poderia pesquisar?

- Vou tentar.

Nós vamos até a mesa de Kai, o qual analisa as passagens de criminosos. "Realmente vários caras tem esse nome...".

- Tem como pesquisar por cônjuge? - eu pergunto.

- Qual seria o nome dela?

- Park Jin-ha, se não me engano.

Ele pesquisa. É possível ver seu olhar preocupado.

- Aqui, Kang Min-ho, ele morreu prestando serviço militar...

- Sim, eu sei, mas e antes?

- Ele teve passagem pela polícia uma vez, com 12 anos...

- 12 anos? O que ele fez?

- Roubou o cachorro da vizinha.

- Foi pra delegacia só por isso?

- Não, por algo pior...

- Ah, para de enrolar! - diz Shin. Ela afasta um pouco Kai do computador e olha a notícia. - "Ele esquartejou o corpo do cachorro e desovou no quintal da própria vizinha..."

Outro silêncio surge na sala. Eu sinto minha espinha se arrepiar.

- Que crueldade... - diz Shin, se afastando do monitor.

- E Kim Jung-woo? Já teve passagem? - eu pergunto.

Kai pesquisa, mas, felizmente, não tinha nada relacionado ao meu Jung.

- E seu irmão, Shin? - pergunta Kai, se virando para ela.

- Ainda está nos Estados Unidos.

- Está namorando?

- Ele disse que arranjou uma americana maravilhosa, mas nunca nem mandou foto.

- Bom... Isso é triste.

- E você, Kai? Tem irmãos? - eu pergunto.

- Tinha, mas morreu pra mim.

- Ah... Entendi, sinto muito.

- Não, tranquilo. É até melhor assim. - ele solta uma risada problemática.

_Na parte de fora da delegacia_
Eu estou no horário de almoço, então decidi ir para a parte de fora, tomar um ar. Não sei onde Kai está, mas com certeza está bem. Me sento em um dos bancos e sinto a brisa bater sob minha pele. As árvores verdes e o gramado úmido me fizeram lembrar de uma das vezes em que eu e Jung brincávamos no quintal de casa, logo após uma forte chuva. Lembro-me também do lindo arco-íris que surgia nesses dias.

As lembranças cheias de nostalgia me fizeram sorrir, além de brotar uma fina lágrima em meus olhos. Shin se aproxima e se senta ao meu lado, mas só percebo um tempo depois.

- Ah, oi Shin.

- Olha, tenho que pedir desculpas...

- Pelo que?

Ela me entrega a pistola.

- Por isso e mais um pouco. Deixei a inveja tomar conta... Me perdoe.

- Ah, está tudo bem. - "sua idiota" - Eu te perdôo. - "mas não queria, chata do cacete!"

- Sabe usar a arma?

- Não, não sei.

- Olha, aqui trava e aqui destrava. O gatilho é o mais fácil.

Ela me ensina a usar, o que faz eu me sentir melhor sobre nossa relação.

Kai se aproxima, com uns papéis. Eu e Shin o olhamos.

- O que é isso? - pergunta Shin.

- Do caso daquele Serial Killer. - ele responde, se sentando no banco.

- O que descobriram até agora? - eu pergunto.

- Pra falar a verdade... Merda nenhuma. - responde Kai.

- Entendi... - "eu seria uma boa ajuda..."

- Aliás, Chung-lee. - diz Shin.

- Pode ser só Lee.

- Está bem. Lee, você havia dito que conhecia o suspeito...

- Pyeong Hyun-soo? Ele era meu pai adotivo.

- Nossa, caramba...

- Mas ele é o principal suspeito ou só suspeito?

- Um dos principais...

- Ah, entendi.

- Sabe de algo suspeito sobre ele? - pergunta Kai.

- Acho que ele bebia bastante, mas o último lugar que esteve foi na minha antiga casa.

- Então podemos ir lá? Investigar melhor isso tudo... - pergunta Shin.

- Bom... Preciso ver com minha mãe, mas podemos ir sim.

Continua...

𝐏𝐄𝐑𝐈𝐆𝐎 𝐄𝐌 𝐒𝐄𝐔𝐋: 𝒖𝒎 𝒄𝒂𝒔𝒐 𝒅𝒆 𝑺𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍 𝑲𝒊𝒍𝒍𝒆𝒓 1Onde histórias criam vida. Descubra agora