- Como assim uma adolescente? - eu pergunto.
- Foi o que eu vi... - diz Shin. - Por quê?
- Um suspeito fugiu... - diz Kai.
- E não foram atrás dele!?
Eu e Kai trocamos olhares. Ela suspira.
- Fala sério! Eu trabalho com duas antas...
- Olha, desculpa sermos lerdos, mas nos chamar de "anta" já é demais... - diz Kai.
- Ah, tanto faz! Como ele era?
- Igual ao Kai, mas tem aquela cicatriz. - eu digo.
- Do caso das gêmeas?
- Desse mesmo.
- Mas o caso já foi fechado, não podemos ir atrás dele sem provas concretas e, no mínimo, um mandato...
"A mesma coisa que Kai disse..."
- Mas nossas vidas podem correr perigo! - diz Kai. - Esse cara pode ser perigoso.
- E já viu ele antes?
Kai fica em silêncio.
- Pelo visto ele só apareceu pra mim... - eu falo.
Um silêncio surge na sala, mas Shin o quebra.
- Então ele quer algo com você?
Outro silêncio invade a sala.
- Mas o que seria? - eu pergunto.
- Será que ele quer falar algo sobre seu irmão?
Na mesma hora, me lembro daquelas últimas palavras que o homem robusto havia dito. "Kang Min-ho".
- É claro! - eu digo, estalando os dedos.
- O que? - pergunta Kai.
- Kang Min-ho já teve passagem pela polícia?
- Existem vários caras com esse nome...
- Mas poderia pesquisar?
- Vou tentar.
Nós vamos até a mesa de Kai, o qual analisa as passagens de criminosos. "Realmente vários caras tem esse nome...".
- Tem como pesquisar por cônjuge? - eu pergunto.
- Qual seria o nome dela?
- Park Jin-ha, se não me engano.
Ele pesquisa. É possível ver seu olhar preocupado.
- Aqui, Kang Min-ho, ele morreu prestando serviço militar...
- Sim, eu sei, mas e antes?
- Ele teve passagem pela polícia uma vez, com 12 anos...
- 12 anos? O que ele fez?
- Roubou o cachorro da vizinha.
- Foi pra delegacia só por isso?
- Não, por algo pior...
- Ah, para de enrolar! - diz Shin. Ela afasta um pouco Kai do computador e olha a notícia. - "Ele esquartejou o corpo do cachorro e desovou no quintal da própria vizinha..."
Outro silêncio surge na sala. Eu sinto minha espinha se arrepiar.
- Que crueldade... - diz Shin, se afastando do monitor.
- E Kim Jung-woo? Já teve passagem? - eu pergunto.
Kai pesquisa, mas, felizmente, não tinha nada relacionado ao meu Jung.
- E seu irmão, Shin? - pergunta Kai, se virando para ela.
- Ainda está nos Estados Unidos.
- Está namorando?
- Ele disse que arranjou uma americana maravilhosa, mas nunca nem mandou foto.
- Bom... Isso é triste.
- E você, Kai? Tem irmãos? - eu pergunto.
- Tinha, mas morreu pra mim.
- Ah... Entendi, sinto muito.
- Não, tranquilo. É até melhor assim. - ele solta uma risada problemática.
_Na parte de fora da delegacia_
Eu estou no horário de almoço, então decidi ir para a parte de fora, tomar um ar. Não sei onde Kai está, mas com certeza está bem. Me sento em um dos bancos e sinto a brisa bater sob minha pele. As árvores verdes e o gramado úmido me fizeram lembrar de uma das vezes em que eu e Jung brincávamos no quintal de casa, logo após uma forte chuva. Lembro-me também do lindo arco-íris que surgia nesses dias.As lembranças cheias de nostalgia me fizeram sorrir, além de brotar uma fina lágrima em meus olhos. Shin se aproxima e se senta ao meu lado, mas só percebo um tempo depois.
- Ah, oi Shin.
- Olha, tenho que pedir desculpas...
- Pelo que?
Ela me entrega a pistola.
- Por isso e mais um pouco. Deixei a inveja tomar conta... Me perdoe.
- Ah, está tudo bem. - "sua idiota" - Eu te perdôo. - "mas não queria, chata do cacete!"
- Sabe usar a arma?
- Não, não sei.
- Olha, aqui trava e aqui destrava. O gatilho é o mais fácil.
Ela me ensina a usar, o que faz eu me sentir melhor sobre nossa relação.
Kai se aproxima, com uns papéis. Eu e Shin o olhamos.
- O que é isso? - pergunta Shin.
- Do caso daquele Serial Killer. - ele responde, se sentando no banco.
- O que descobriram até agora? - eu pergunto.
- Pra falar a verdade... Merda nenhuma. - responde Kai.
- Entendi... - "eu seria uma boa ajuda..."
- Aliás, Chung-lee. - diz Shin.
- Pode ser só Lee.
- Está bem. Lee, você havia dito que conhecia o suspeito...
- Pyeong Hyun-soo? Ele era meu pai adotivo.
- Nossa, caramba...
- Mas ele é o principal suspeito ou só suspeito?
- Um dos principais...
- Ah, entendi.
- Sabe de algo suspeito sobre ele? - pergunta Kai.
- Acho que ele bebia bastante, mas o último lugar que esteve foi na minha antiga casa.
- Então podemos ir lá? Investigar melhor isso tudo... - pergunta Shin.
- Bom... Preciso ver com minha mãe, mas podemos ir sim.
Continua...
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𝐏𝐄𝐑𝐈𝐆𝐎 𝐄𝐌 𝐒𝐄𝐔𝐋: 𝒖𝒎 𝒄𝒂𝒔𝒐 𝒅𝒆 𝑺𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍 𝑲𝒊𝒍𝒍𝒆𝒓 1
Mystery / ThrillerIm Chung-lee é o mais novo detetive da polícia de Seul. As coisas parecem seguir bem, até que um caso cai nas mãos de seu departamento. Quem será o culpado? Quem é o inocente? Com mistérios deixados para trás, eles vão sendo desvendados de acordo co...