Eu sou ela - Malila

7.

Marília estava demorando para chegar, comecei a ficar com medo de ela não querer mais me ver.

Troquei de pijama quatro ou cinco vezes, arrumei meu cabelo num coque despenteado pois sabia que ela amava, queria ficar bonita para falar para a minha loira o que sentia por ela...

Ouvi passos a subir a escada e meu coração errou as batidas por uns minutos, sem me aperceber meus olhos começaram lacrimejando de nervosismo, só podia ser ela...

-Maraisa? - ouvi a voz tremula da minha loira, parecia estar tão nervosa como eu, sentia os seus passos se aproximarem.

-Pode entrar lila.- falei com alguma dificuldade, as sensações que ela me causava eram fora do normal

Quando a loira entrou senti meu corpo tremer, em questão de segundos esqueci de tudo o que precisava de lhe dizer, só queria poder beija-la, tocar no seu corpo tão perfeito e observar todos os promenores com tempo.

Calma Maraisa primeiro vcs precisam se falar.

-Pode sentar lila, acho que precisamos de falar sobre o que tem vindo a acontecer...- minha voz quase não saiu

Ela me olhou carinhosamente porém receosa, ela sabia que me conseguia acalmar com o seu olhar, me transmitia segurança, ela era meu porto de abrigo desde sempre, e provavelmente será para sempre também.

-Então lila, me desculpa ter fugido hoje mais cedo, estava muita gente lá me olhando e eu entrei em pânico...-eu esqueci tudo o que queria lhe dizer, eu sentia os olhos dela me transmitindo paz e ao mesmo tempo medo do que podia vir a acontecer no futuro...
- Eu acho que para você já está mais que claro de que eu sou louca por você, de que o meu mundo inteiro pára quando você aparece. Tudo com você é mais divertido, e eu sei que é complicado Marília, a midia, as nossas famílias podem não nos aceitar, mas lila eu te amo, te amo tanto que chega a ser doloroso ver vc de papo furado com aqueles moleque e não ligando para mim...- parei de falar pois já não aguentava mais as lágrimas, fechei meus olhos rápido para não ver a reação da loira.

Quando ia abrir de novo para tentar continuar me explicando, senti seus braços me apertando e me aconchegando em seu colo, me senti segura para sentir, parecia tudo estar a melhorar, mas Marília continuava em silêncio, um silêncio confortável, mas em silêncio...