Sob as Luzes de Tóquio: O Amor de Simone Biles e Rebeca Andrade

Entre a Distância e o Medo

Os dias continuaram a passar, e, embora Simone sentisse a saudade apertar, mantinha-se firme, consciente dos desafios de um relacionamento à distância. Às vezes, entre um treino e outro, os pensamentos sobre a vida cheia de novidades de Rebeca no Rio surgiam. Era inevitável, mas Simone sempre lembrava a si mesma dos momentos que compartilharam e da certeza de que o amor delas não poderia ser abalado tão facilmente. Em vez de se deixar dominar pela insegurança, Simone se ocupava e se fortalecia, sabendo que a confiança mútua era o que sustentava o relacionamento.

Em uma noite solitária, após um dia particularmente intenso, Simone pegou o telefone e decidiu ligar para Rebeca. A saudade de ouvir a voz dela a fazia sentir um calor reconfortante, uma lembrança de tudo o que tinham construído juntas. O telefone tocou até cair na caixa postal, e Simone não deixou que o sentimento de frustração se transformasse em algo maior. Em vez disso, enviou uma mensagem carinhosa, um lembrete silencioso de sua presença.

"Oi, amor. Só queria ouvir sua voz, tô com saudade. Quando tiver um tempo, me liga. Vou estar por aqui."

Alguns minutos depois, a resposta de Rebeca chegou, e Simone quase podia sentir o sorriso dela através das palavras.

"Desculpa, Sih! Estava numa reunião com amigos do trabalho, acabou demorando mais do que eu esperava. Estou morrendo de saudade também. Vamos marcar uma chamada logo!"

Simone sentiu-se tranquila e satisfeita. Ela conhecia Rebeca e sabia que o Rio oferecia novas oportunidades e experiências. Esse era um passo importante na vida dela, e Simone se sentia orgulhosa. Respondeu de maneira leve, demonstrando o apoio incondicional que sempre fez questão de dar.

"Tudo bem! Fico feliz que você esteja se envolvendo nas coisas. E eu estou sempre por aqui, viu? Quero ouvir tudo depois."

Do outro lado, Rebeca sentiu-se acolhida. O apoio e a confiança de Simone faziam com que ela se sentisse segura, mesmo nas incertezas que vinham com a mudança de cidade. A conversa daquela noite se estendeu, repleta de risadas, histórias e declarações de carinho. Simone falou sobre seus treinos, seus novos planos, e Rebeca compartilhou histórias de suas descobertas pelo Rio. A troca entre elas era como um bálsamo, e Simone sentia que, apesar da distância, elas estavam mais próximas do que nunca.

Ainda assim, nos dias que se seguiram, Simone percebeu que a saudade era mais profunda do que imaginava. Mesmo confiante e com sua vida bem estruturada, ela não podia evitar a vontade de estar ao lado de Rebeca, de viver ao menos um momento ao lado dela sem a tela de um celular. Então, decidiu que faria uma surpresa. A ideia de uma viagem ao Rio não era motivada por insegurança, mas por amor e pelo desejo genuíno de mostrar a Rebeca que, independentemente da distância, ela estava disposta a fazer o relacionamento funcionar.

Naquela mesma semana, comprou uma passagem de última hora e começou a planejar o reencontro. Queria que fosse especial, algo que mostrasse a Rebeca o quanto o amor delas significava. Na véspera da viagem, enquanto arrumava a mala, Simone se pegou sorrindo, imaginando a reação de Rebeca ao abrir a porta e encontrá-la ali, inesperadamente. Era uma sensação de expectativa e confiança que a impulsionava.

No dia seguinte, ao pousar no Rio, o coração de Simone batia acelerado, mas não por insegurança, e sim por entusiasmo. O céu estava azul, e o ar era quente e úmido, com um toque de maresia que ela logo associou à cidade. Pegou um táxi até o endereço de Rebeca, observando a paisagem passar pela janela, com montanhas e praias ao fundo, enquanto sentia uma conexão ainda maior com o que estava por vir. Quando chegou, enviou uma mensagem simples, tentando conter o sorriso.

"Oi, amor. Está em casa?"

A resposta veio quase imediata. "Sim! Tá tudo bem?"

Simone respirou fundo, o sorriso escapando. "Abre a porta."

Do outro lado, Rebeca levou alguns segundos para processar a mensagem. Quando finalmente abriu a porta e viu Simone ali, com uma mala e um sorriso caloroso, a reação foi instantânea: ela correu para os braços de Simone, e o abraço foi longo, como se tentassem recuperar cada segundo de distância. O calor do corpo de Rebeca, o cheiro familiar, e o toque dela a faziam sentir-se em casa novamente.

"Você não tem ideia do quanto eu precisava disso," Rebeca sussurrou, apertando-a com força.

O dia que se seguiu foi como uma redescoberta para ambas. Decidiram explorar o Rio juntas, como turistas apaixonadas. Caminharam de mãos dadas pelo calçadão de Copacabana, com os pés descalços na areia e o barulho do mar ao fundo. Rebeca levou Simone a um café que descobrira, onde compartilharam risadas e lembranças entre goles de café fresco. Cada esquina do Rio parecia se tornar parte de um novo capítulo delas, como se a cidade estivesse conspirando para renovar a conexão.

À noite, Rebeca planejou algo especial. Levou Simone a um restaurante no alto de uma colina, com vista para toda a cidade iluminada. A vista era impressionante, e as luzes do Rio brilhavam como estrelas no chão. Sentadas lado a lado, com a vista do Cristo Redentor ao longe, Simone pegou a mão de Rebeca, sentindo o peso daquele momento.

"Eu sei que o relacionamento à distância não é fácil, mas estar aqui me faz ter certeza de que eu faria isso mil vezes por você," Simone disse, com uma voz firme e cheia de emoção.

Rebeca, com os olhos brilhando, apertou a mão dela. "Eu também faria tudo de novo por você, Sih. Nada vai mudar o que sentimos uma pela outra. O que a gente tem é real, e isso é o que importa."

Após o jantar, as duas decidiram caminhar de volta, absorvendo o frescor da noite. Naquele silêncio confortável, com as ruas do Rio como testemunhas, Simone sentia-se completa. Sentiu que a viagem tinha sido mais do que uma surpresa; era um marco, um lembrete da força do relacionamento e da conexão que superava qualquer distância.

Quando finalmente voltaram ao apartamento, deitaram-se juntas, os corpos entrelaçados. Simone sentiu o calor de Rebeca ao lado dela e adormeceu com uma sensação de paz profunda, como se tivesse reencontrado algo essencial que estava faltando. Naquela noite, ambas perceberam que, apesar de todas as mudanças e desafios, o amor delas era a âncora que as manteria unidas.

Nos dias que se seguiram, Simone aproveitou cada segundo no Rio, vivendo plenamente ao lado de Rebeca, sem medo ou dúvida. Elas exploraram novos lugares, tiraram fotos e colecionaram memórias. Quando chegou a hora de voltar, Simone partiu com o coração aquecido e a certeza de que o amor delas continuaria forte.

O Rio havia renovado o relacionamento, e Simone sabia que, independentemente do que viesse, elas tinham algo especial. Era um amor que ultrapassava barreiras, um amor que Simone carregava consigo, pronta para enfrentar qualquer distância.