The first chapter. - {Minsung}

• 01 e último.

O primeiro capítulo de uma folha precisa sempre ser o mais chamativo, para fazer as pessoas se interessarem e lerem aquele livro com a capa extravagante; Diferente ou qualquer outro tipo de palavra que o leitor costuma usar. A mente gira em torno dos conhecimentos, como se um buraco negro estivesse ali e fosse ao infinito, sem fim. O título então, sugere a fonte ficar ao máximo em negrito, de preferência.

Tudo isso em mistura, eu estava em uma parte da praça, sentado, com a minha parte de trás encostada no tronco da árvore, deixando algumas folhas caírem sobre o meu cabelo. Minhas pernas se mantinham flexionadas, e minhas mãos estavam em torno do pequeno caderno que se apoiava nas minhas coxas untadas. Na minha mão direita havia um lápis, e na esquerda, o meu celular, onde posto as histórias que escrevo na folha em minha frente.

Era tarde, ultrapassando o horário da noite. O céu tinha um tom escuro, porém azulado, uma visão que ainda dava para enxergar a lua e o sol se encontrando aos poucos, na distância.

Eu queria deixar meus sentimentos nas linhas livres, escrevendo com minha própria letra aquilo que tudo penso. Mas eu não tinha ideias, pois ainda era o primeiro capítulo.

Então você disse "Por que tudo em branco?"

Pensei que iria me roubar. Tomei um susto, mas o seu rosto era calmo, um rosto que dava para expor como era gentil.
E eu respondi, falando que não tinha ideias.

Você se sentou no meu lado, como se fosse uma pessoa que havia bastante intimidade comigo, sorrindo fraco e franzindo o cenho, pensando em algum jeito de me ajudar. E pela primeira vez, não estranhei alguém.

"Você está no primeiro capítulo, não é?" Eu queria entender o que estava passando na sua mente, mas acho que é porque você é bem inteligente, e sabe o que é escrever o primeiro capítulo. Eu respondi: "Como sabe?", e você me disse que já escreveu as mais belas coisas que alguém poderia ler.

Você sabia como era escrever.

Dei um sorriso, ficando nervoso com o clima que o ar nos ofereceu, de paixão e sinceridade. E até ali, eu não escrevi o primeiro capítulo, eu só..... conheci Lee Minho.

Os dias voaram, rápidos e com emoções. Novas chances de escrever foram deixadas passar, mas fiquei o tempo todo ao seu lado, o famoso garoto que escrevia poesias românticas, cada uma passando o sentimento do que você realmente transmitia. Fiz amizades incríveis, que se reuniam quase todo final de semana para falar bobagens do dia a dia.

Você me mostrou todas as obras feitas, eram tantas, que eu não conseguia ler por completo. Porém as minhas preferidas com certeza se encontravam na estante, tanto na sua quanto na minha. E eu não me enjoava de ler diversas vezes, na verdade, eu me sentia mais perto da sua alma.

Quando se beijamos pela primeira vez, estávamos em sua casa, você estava escrevendo mais uma versão de seu novo quadro de poesias, e acabamos ficando próximos. Muitos sentimentos andavam dentro de nós, algo que não sei explicar. A gente tocou na mão um do outro, se olhou, e se beijou, como se as letras fossem sair das nossas peles, indo direto para os parágrafos separados no caderninho aberto sobre sua mesa, escrevendo com frases românticas cada toque que fizemos naquele dia. Você dizia "Quero te amar." E eu sorria. Eu falava "Quero que você me ame". E seu ato era me beijar ainda mais.

Acho que depois desse dia, nós dois ficamos inspirados, porém eu ainda não sabia como começar o primeiro capítulo, e você já estava nos últimos parágrafos da penúltima folha.

Você deixou eu ler. Lembro das palavras.

"Nossos olhares eram atordoados, mas fariam um belo risco."

"Nossos lábios eram gratificantes, tão sensíveis que precisavam de um acompanhante."

"Nossas palavras saiam da boca como um castigo, e isso era bonito."

Uma vez escutamos No.1 Party Anthem. Você falava que era a nossa música, principalmente quando chegava nos minutos 02:28. Um dia você se reproduziu e dançou com a gola da jaqueta de couro, erguida como uma antena, usando um óculos de sol, dentro da própria casa com a luz não acessa, me obrigando a ser o único em ver aquela cena tão de perto, fazendo eu rir, chorar de rir. Com as mãos, fez cócegas em mim, e seus óculos faziam o meu sorriso refletir na lente escura, você me contorcia de risadas, me pegava no colo e me fazia girar em seus braços, você me beijava.

Não fumávamos e nem bebíamos, mas parecíamos chapados quando estávamos juntos. Não é como se eu estivesse apaixonado, poderia falar que já te conhecia de algum lugar, antes mesmo de nos conhecermos. Era aquele olhar do amor que nos fazia loucos, a adrenalina do sangue, sendo a coisa mais cativante.

Acho que se apegamos até demais. Tenho certeza disso.

Mas parece que o final da sua poesia não era para ser lida, porque depois de você viajar, e perder o contato comigo, nunca mais pude ver sua bela escrita.

É como se agora eu estivesse fazendo o relato de como é o primeiro capítulo, sem falar da experiência e dificuldade de escrever o último.

Porque os últimos capítulos também são importantes, ou vai ser lida, ou não vai ser. Simples, mas triste de pensar, porque ela também pode ter sentimentos, muito mais do que o primeiro. Ela pode envolver mais incertezas, mais dúvidas e mais constrangimentos.

Eu li sua penúltima folha, você estava falando sobre nós, nossos toques e ações. Mas e o último, vai ser bonito também?

Provavelmente sim, nossa história foi linda.

E eu sei uma poesia que resuma isso.

"Foi tão bom,
Tão bonito,
Tão completo,
Que a gente nem fotografou,
Nem localizou,
Nem postou.
Apenas, viveu."

Viu? Também sei decorar essas palavras românticas, engraçadinho.

E também sei que você riu, por eu ter mencionado o seu apelido mais memorável.

Essa história está sendo lida por todos agora, acho que você deve estar se sentindo emocionado por saber que consegui escrever o primeiro capítulo. E último.

Todos os dias te espero sentado na praça, sentado e encostado no tronco da árvore.

Então por favor, me pergunte o porquê da folha estar toda branca, de novo. E acabe me revelando o final da sua poesia.