o despertador se aproximama

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Enquanto Luminoctis permanecia preso em seu sono eterno, seu espírito flutuava através do tempo, testemunhando como as eras passavam como folhas ao vento. Ele observava, silencioso e invisível, o mundo ao seu redor se transformar, as civilizações surgirem e desaparecerem, mas uma constante permanecia: o amor de sua mãe, Atena.

Séculos se passaram, e ele viu Atena, a deusa da sabedoria, ainda bela e imponente, mas marcada pela dor e pela saudade. Em cada visão, Luminoctis sentia um misto de orgulho e tristeza, sabendo que sua mãe lutava para proteger o legado que ele representava. Porém, o tempo não parou, e com o passar das eras, ele percebeu uma nova mudança em Atena.

Finalmente, em um momento sublime, Luminoctis se viu diante de uma cena que o deixou profundamente abalado. Era o ano de 2006, e ele observou Atena dar à luz a sua primeira filha, uma criança que emanava uma luz suave e radiante, refletindo a beleza divina de sua mãe. O sorriso de Atena iluminava o ambiente enquanto ela segurava a recém-nascida em seus braços, repleta de amor e carinho.

Luminoctis sentiu uma onda de emoções conflitantes. O amor que Atena dedicava à sua filha era inegável. Ele podia ver a devoção em cada toque suave, em cada palavra sussurrada. O jeito como ela a aninhava em seu peito, como se quisesse protegê-la de todas as dores do mundo, despertou um ciúme profundo dentro dele. Luminoctis se questionava por que não havia recebido aquele mesmo amor e carinho, por que sua mãe não olhava para ele da mesma maneira.

Em sua angústia, ele se sentiu perdido em um mar de solidão. "Por que ela não me ama assim?", pensava. "Por que não sou eu quem recebe sua atenção e cuidado? Sou apenas uma sombra, um eco do passado."

A cena se desenrolava diante de seus olhos, e Luminoctis não conseguia desviar o olhar. Ele observou cada momento, cada risada, cada lágrima que Atena derramava ao contemplar sua filha. Enquanto a deusa da sabedoria ensinava e guiava a pequena, Luminoctis sentiu que seu coração se partia. Ele queria ser parte daquela alegria, daquela conexão, mas a realidade de seu sono eterno o mantinha afastado.

"Eu sou seu filho também", ele sussurrou para o vazio, embora soubesse que suas palavras nunca chegariam até ela. "Eu também mereço seu amor."

Com o passar dos dias, Luminoctis continuou a assistir, seu ciúme se transformando em uma tristeza profunda. Ele percebeu que, enquanto Atena se dedicava a sua nova filha, ele permanecia apenas uma lembrança, um sacrifício que ela havia feito em nome da proteção. O desejo de ser reconhecido, de ser amado, crescia dentro dele, e a dor de sua ausência se tornava insuportável.

Mas, em meio a sua angústia, uma pequena luz surgiu. Luminoctis percebeu que, apesar do ciúme, o amor de Atena por sua nova filha não diminuía o amor que ela ainda tinha por ele. Ele começou a entender que o amor da deusa era expansivo, capaz de abranger todos aqueles que ela considerava como parte de sua família. E, embora Luminoctis estivesse preso em um caixão de sono eterno, ele ainda fazia parte do coração de Atena.

"Eu não sou um eco do passado", ele pensou, com uma nova determinação. "Eu sou parte dela, e sempre serei. Um dia, talvez, ela possa me ver novamente e entender que meu amor por ela nunca desapareceu."

Com essa nova perspectiva, Luminoctis começou a cultivar a esperança de que, independentemente das circunstâncias, o vínculo entre mãe e filho transcenderia o tempo e o espaço. Ele faria o possível para se tornar a luz que faltava na vida de Atena, mesmo que estivesse adormecido. E assim, mesmo em sua solidão, ele se preparou para enfrentar o futuro com coragem, determinado a encontrar um caminho para se reconectar com a mulher que sempre seria sua mãe.

Dois anos depois

Enquanto Luminoctis observava a Segunda Guerra Santa contra Ares, sentiu um misto de esperança e alívio ao perceber que a batalha estava se desenrolando rapidamente em favor de Atena e seus aliados. A deusa da sabedoria lutava com toda a sua força, sua presença iluminando o campo de batalha, e ele não pôde deixar de sentir um orgulho profundo. No entanto, em meio ao clamor da guerra, um evento inesperado mudaria tudo.

Enquanto o combate se intensificava, Luminoctis viu sua mãe se afastar do grupo. Ele a seguiu com o olhar, intrigado, até que a viu se agachar entre os escombros de uma cidade devastada. O choro de um bebê ecoava, frágil e desesperado, e, à medida que Atena se aproximava, Luminoctis sentiu seu coração acelerar. O que ela faria? Ele respirou fundo, temendo o que poderia acontecer.

Quando Atena encontrou o pequeno órfão, um menino com os olhos grandes e cheios de medo, algo dentro dela se iluminou. Luminoctis assistiu, perplexo, enquanto sua mãe envolvia a criança em seus braços, oferecendo-lhe o conforto e a proteção que ele mesmo havia desejado. "Ela não pode estar fazendo isso", pensou Luminoctis, a raiva e a frustração crescendo dentro dele. "Ela está cuidando de um estranho em vez de se lembrar de mim!"

Atena decidiu que não deixaria o menino com ninguém. Em vez disso, ela o acolheu como se fosse seu próprio filho, nomeando-o Kouga. Luminoctis sentiu seu mundo desmoronar. Cada gesto de carinho que Atena oferecia a Kouga era como uma lâmina afiada em seu coração. Ele não conseguia suportar a ideia de que uma criança que não era dele recebia o amor e a atenção que ele tanto ansiava.

Com o passar dos anos, Kouga cresceu sob os cuidados de Atena. A conexão entre eles se tornou cada vez mais evidente, um laço profundo que se formava a cada risada e cada momento compartilhado. Luminoctis observava, impotente, enquanto sua mãe dedicava a Kouga o amor que ele sempre desejou. Era como se cada sorriso do menino fosse um lembrete cruel de sua própria solidão.

Mesmo sem nunca chamar Atena de mãe ou mamãe, o amor entre eles era inegável. Era uma relação que Luminoctis não podia ignorar. Ele via Kouga aprendendo a lutar, a se tornar um guerreiro sob a orientação de Atena, e a cena o partia em pedaços. O menino se tornava cada vez mais semelhante a Atena, e Luminoctis, em sua angústia, sentia que estava se tornando uma sombra em sua própria história.

"Por que ela não me ama assim?", pensava Luminoctis, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto invisível enquanto observava. "Por que essa criança, que não tem meu sangue, ocupa o lugar que deveria ser meu?"

Com o coração pesado de ciúmes e dor, Luminoctis não conseguia evitar a sensação de traição. Ele se sentia como uma relíquia esquecida, um eco do passado que não tinha mais valor. Enquanto Kouga se tornava um jovem forte e determinado, Luminoctis se sentia cada vez mais distante, como se estivesse preso em um ciclo interminável de dor.

As cenas de amor e carinho entre Atena e Kouga o consumiam, e Luminoctis não podia deixar de chorar em silêncio, cada lágrima carregando a frustração de um filho que se sentia abandonado. Ele sabia que seu amor por Atena era eterno, mas a dor de não ser reconhecido como seu filho o atormentava.

"Eu não sou apenas uma lembrança!", ele sussurrou para o vazio, a determinação crescendo dentro dele. Luminoctis estava decidido a encontrar uma maneira de reivindicar seu lugar na vida de Atena, de mostrar a ela que seu amor era mais forte do que qualquer sombra do passado. E assim, com seu coração cheio de esperança e dor, ele se preparou para enfrentar o futuro, determinado a lutar por um amor que nunca deveria ter sido esquecido.

Luminoctis chorava ao ver sua irmã Sora brincando com Kouga, momentos que pareciam tão simples e felizes. No entanto, a paz foi interrompida quando Ares voltou, agora possuído por um poder sombrio que distorcia sua essência. Luminoctis percebeu que algo maligno estava controlando o deus da guerra.

Enquanto Atena, Seiya, Shun, Hyoga, Shiryu e Ikki lutavam bravamente contra Ares corrompido, Kouga estava ferido e sem forças para se manter de pé. Luminoctis, sentindo a urgência da situação, decidiu agir. Utilizando todo o seu poder, ele se manifestou apenas para Kouga.

"Se você quer salvar a todos, me dê sua mão e eu entregarei meu poder, mas quero algo em troca", ele disse, a determinação em sua voz refletindo o amor que sentia por sua mãe e por aqueles que estavam em perigo.

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