Os respingos que caem no chão ainda não me tocam, estou seco.
estupidamente seco, sem vestígios de vida.
A casca em que eu vivo pode ser comparada a uma casca de árvore oca, velha, sem mais um brilho de vida, mas marcada por histórias.
Foram parte de mim, fizeram arder quem sou eu. Mas agora, deixadas para trás, são apenas marcas em um tronco velho.Me levo até a chuva, uma tempestade me inunda, e não só respingos mas gotas grossas e pesadas do temporal me molham, me encharcam de vida.
vivo.
fecho meus olhos e me concentro a vida ao meu redor, pássaros, folhas, vento, chuva e então… árvore.
o som estrondoso e grandioso que uma árvore faz ao cair, o velho tronco indo naturalmente ao chão, voltando ao teu começo e dando lugar a outra pequena planta.
embriagado de vida em mim, uma casca velha se foi, mesmo por perto e criando limos por toda parte, grudada fortemente ao chão outra cresce em mim, esperando por histórias e uma nova tempestade.
de vida.