Toques de esmeralda em um sonho em busca do fim daquele pesadelo

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Por Srta-Athena

Os lençóis da cama majestosa estavam esparramados pelo tapete antigo, o marido de Alex Burgess, Paul, resmungava, tentando alcançar o esposo, ainda na cadeira de rodas. As janelas escancaradas deixavam a brisa fria entrar, mergulhando pela casa, enquanto o Sonho fazia seu ataque, furtivamente.

— Ele não pode...não pode nos fazer mal! — Paul tinha os olhos pesados, mal conseguia falar, a voz saia como em um sussurro desesperado em salvar seu amado de uma morte avassaladora. Contudo, ele apenas conseguiu desvanecer em agonia, com a imagem cruel de seu esposo desacordado em sua cadeira, tremendo de frio.

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Morpheus estava habituado a transitar por sonhos, afinal, eles eram o seu mundo, sua arte, o tudo que significava estar vivo, de "existir", tal como seus irmãos. Contudo, preso por tantos anos — ou ao menos que ele acreditava ter passado — suas responsabilidades como senhor do sono e dos sonhos, estava fadada a ter consequências graves ao próprio universo, tendo seus maiores os seres humanos.

Apesar de seu trabalho, como um Perpétuo, estaria mentindo se falasse que aquilo, todo o mal que estaria assolando a humanidade durante seu cativeiro, não fosse uma boa lição a ser aprendida. Poderiam passar séculos e mais séculos, doenças relacionadas ao sono ainda consumiriam a população é ele nada podia fazer a não ser ficar sentado em sua prisão, esperando pelo destino o que fazer com sua existência.

— A vida humana nada mais é que um sopro na existência de um ser como eu — os olhos escuros, tão profundos quanto o próprio cosmo, poderiam consumir aquele pequeno mundo íntimo de sua carcereira. Lorraine tinha os olhos revirados, estava presa a uma cama, com crianças cercando-a, como em um velório deprimente.

O peito avantajado subia calmamente, mesmo que seu semblante denunciasse agonia em seus sonhos. As sardas estavam mais avermelhadas, cobrindo todo o nariz achatado, com os fios escuros quase se fundindo ao travesseiro, as mãos agarravam o tecido da camisola branca, enquanto sua comitiva cantarolava alguma cantiga de ninar.

— Eu poderia facilmente esperar que minha irmã viesse, cumprindo o destino que todos somos fadados a nos curvar, mas pelo seu desespero que suas próprias memórias lhe castigam, não posso mais me dar ao luxo de ficar preso — os olhos da morena estavam vidrados no teto, contudo, ela parecia ouvir cada palavra, reagindo a cada uma delas. Sandman não tinha raiva daquela criatura, contudo, não conseguia deixar de se sentir furioso.

A doença do sono ficaria mais intensa se ele não descobrisse um caminho para sair dali.

— Vou para o próximo sonho.

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Sakura

— Mamãe..

Sakura, o que está fazendo?

— Estou no trabalho, não posso voltar cedo hoje, tenho plantão dobrado.

Sakura, acorde. Acorde!

Os olhos esverdeados brilhavam suavemente à medida que a jovem se permitia voltar à própria lucidez. Sonhar acordado, esse era seu verdadeiro problema noturno. Alguns dizem que ter aquela habilidade era um dom, algo que lhe permitia ver o que poucos tinham permissão para presenciar, contudo, para ela, aquilo só servia para deixá-la mais cansada do que normalmente era.

— Estou sonhando — sussurrou, levantando a cabeça com cuidado. Estava zonza, seus neurônios pareciam doloridos enquanto a Haruno fazia-os trabalhar em dobro.

Ainda estava na banheira, contudo, não sentia a temperatura da água, nem suas extremidades estavam enrugadas ou dormentes. Sakura observou o quarto, nada parecia fora do comum. Se levantou devagar, pegando a toalha pendurada no biombo, cobrindo sua nudez.

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⏰ Última atualização: Sep 10 ⏰

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