Capítulo 1

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𝑇𝑟𝑒𝑧𝑒𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑡𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑒 𝑑𝑢𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠

𝐸𝑢 𝑣𝑖 𝑒𝑙𝑒 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟 𝑛𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒, 𝑡𝑟𝑒𝑧𝑒𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑡𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑒 𝑑𝑢𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠

E eu nunca consegui fazer nada.

Acontece que anjos e demônios não devem ficar juntos, sabíamos disso, mas quando eu me dei conta, já estava apaixonado.

Vamos lá, você pode me culpar? O garoto era um anjo. 𝐿𝑖𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒

Eu nunca nem pensei na possibilidade dele ver algo em mim, mas naquele dia, o maldito dia em que o próprio se confessou pra mim, com aquelas bochechas coradas e aquele sorriso lindo, eu pensei que se morresse, o que não era mas possível, eu morreria feliz.

Decidimos deixar tudo escondido, não iríamos contar para ninguém.

Mas até anjos fofocam, sabiam?

Eu não sei como aconteceu, mas aconteceu.

Nosso relacionamento até então secreto, chegou na divindade maior do céu. Consequentemente, chegou aos ouvidos da divindade maior do sub-mundo também.

Fomos castigados da pior maneira possível.

Estávamos destinados a nascer, viver, nos encontrarmos, ficarmos juntos, e sermos separados pela morte do anjo.

Essa maldição poderia ser quebrada, caso eu conseguisse evitar sua morte ao menos uma vez, e então poderíamos escolher entre viver nossa vida imortal novamente ou então viver e morrer como humanos.

Acontece 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑢 𝑛𝑢𝑛𝑐𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑔𝑢𝑖.

E eu deveria viver o resto da minha vida, até morrer também.

Eu seria o primeiro a lembrar das minhas vidas passadas, acontecendo mais ou menos aos oito ou nove anos

E o amor da minha vida se lembraria aos 17 ou 18, e isso apenas se já tivesse me visto pelo menos uma vez.

Existiram casos em que ele não conseguiu se lembrar, é lógico que aquilo partiu meu coração.

Nessa vida, não ficamos juntos.

Ele morreu aos cinquenta e sete anos, eu não aguentei quando ouvi a notícia de sua morte e me levei ao suicídio.

Em outra vida, eu o vi ser queimado vivo pela sua família, aos quinze anos.

Tudo isso porque ele gostou de um garoto.

A cena dele chorando e implorando pela própria vida é uma que ainda me persegue nos meus sonhos, eu detesto essa lembrança.

As mãos nojentas daqueles que me agarraram com força para que eu não pudesse fazer nada, eu amaldiçoei seus decendentes. Não sei se deu certo, afinal, não tinha mais meus poderes.

Me lembro também das palavras dele, naquela vida em que ele perdeu a própria vida em uma guerra. Ele era um príncipe, o mais belo que eu já tive o prazer de ver.

O garoto morreu nos meus braços, após ser atingido por uma flecha…

Eu estava sentado no chão, e ele? Estava deitado nos meus braços.

𝐸𝑢 𝑚𝑒 𝑜𝑑𝑒𝑖𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑛𝑎̃𝑜 𝑡𝑒𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑔𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑡𝑒𝑔𝑒𝑟.

— Tetsu — Ele disse sorrindo, olhando pra mim com as lágrimas nos olhos — Para, seu idiota, não chora — o loiro riu enquanto deitava o rosto no meu peito. Estava com dor, eu sabia que estava, e mesmo assim, 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑣𝑎 𝑟𝑖𝑛𝑑𝑜.

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⏰ Última atualização: Aug 22, 2024 ⏰

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