23 de Agosto.

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Oiii, hoje, dia 23 de Agosto é aniversário da Glorinha. Na minha cabeça, se é aniversário dela, também é aniversário da Irene.

O aniversário é da Glória mas o presente é de vocês. Sempre quis contar minha visão de como foi o dia que a Irene ganhou a Porsche do Antônio.

Aproveitem.

Ps: no final a música fará sentido.
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O dia 23 de agosto sempre foi uma data carregada de emoções conflitantes para a Imperatriz do Soja. Ao acordar naquela manhã ensolarada, ela se permitiu um breve momento de reflexão. Aquele dia não era apenas mais um aniversário. Era um marco de uma vida cheia de dores, superações e vitórias.

As memórias do passado tentavam invadir sua mente. Ela se lembrou da morte prematura da mãe, e de quando seu pai a vendeu pouco antes dela completar 18 anos, uma dor que ainda carregava no peito.

Fugir daquele destino cruel a levou para o bar da Cândida, onde começou a se prostituir na esperança de juntar dinheiro suficiente para escapar daquele inferno. Seu aniversário de 18 anos foi ali, em meio a fumaça de cigarro, bebidas baratas e homens promíscuos. Um passado que ela desejava esquecer, mas que, de certa forma, moldou a mulher forte e determinada que se tornara.

Os anos se passaram e ela já não era mais aquela garota assustada. Agora era ela quem despertava temor nas pessoas. Naquele dia, ao espantar esses pensamentos, um sorriso satisfeito curvou seus lábios. Ela havia vencido, superado tudo aquilo. Tornou-se uma mulher poderosa, uma verdadeira vencedora. Uma vencedora capaz de tudo pra proteger a vida que tanto lhe havia custado.

Olhando para o grande espelho de sua penteadeira, ainda vestindo apenas uma lingerie de seda, Irene se permitiu avaliar as mudanças que os anos trouxeram. As curvas que a vida esculpiu em seu corpo estavam mais acentuadas, mais maduras. As pequenas rugas ao redor dos olhos não a incomodavam; ao contrário, acrescentavam uma profundidade ao seu olhar, a qual dava mais ênfase a áurea misteriosa que ela carregava.

Enquanto ela admirava sua própria imagem, distraída, os passos de Antônio ecoaram pelo quarto. Ele parou ao vê-la seminua, a luz suave do sol da manhã iluminando seu corpo, realçando cada curva e os fios de cabelo, quase loiros.

   - Isso sim é uma bela visão pra se começar o dia. - Ele murmurou, a voz rouca e carregada de desejo. - Você ficou ainda mais gostosa com o passar dos anos.

Ela se virou lentamente, um sorriso desafiador nos lábios.

⁃ Hmm... Tão galanteador... - Os olhos brilharam pra ele. - Você também, envelheceu como os vinhos, amor.

Ele avançou, o sorriso malicioso nos lábios.

⁃ Ah é, é? Ainda bem que você adora beber um bom vinho. - Ele sussurrou, suas mãos firmes deslizando pelas curvas dela. - Tenho um presente pra você.

Curiosa, Irene o observou pegar o vestido amarelo que estava sobre a cama. Ele a ajudou a vesti-lo, seus dedos acariciando sua pele enquanto subia o zíper lentamente, como se estivesse a torturando com cada movimento.

⁃ Você faz isso de propósito, não faz? - Ela sussurrou, tentando controlar a respiração acelerada.

⁃ Adoro te ver assim, doida pra dar pra mim. - Ele murmurou em seu ouvido, os lábios roçando levemente seu pescoço. Ela gemeu com a sensação da barba áspera em sua pele sensível. - Calma, aí, não vai se animando não. Quero te mostrar o seu presente primeiro.

Com um sorriso enigmático, ele cobriu os olhos dela com as mãos e a guiou até o andar de baixo. Irene sentia a expectativa crescer dentro de si, uma eletricidade no ar que apenas os dois poderiam entender.

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