- Quando pequena eu pensava que as pessoas nasciam com a cabeça inclinada porque eram assim que sempre olhavam para mim... CAIXAS!
Marca uma marca outra.
- As pessoas não sabem, não se questionam sobre as camadas como eu, elas não se atentam e se reinventam... Qual parte de mim irá viver hoje? Qual aspecto da minha personalidade vai ofender pouco a se camuflar muito e trabalhar para vencer a tentar se esconder como se um painel de traços ditasse meu futuro e eu fosse para sempre uma impostora, sempre perdida, sempre pedindo orientação e as pessoas me apontando o caminho como um espantalho, como tornados me direcionando para chegar no melhor atalho.
Bom, a Dorothy não quer mais sair para brincar.
- Ela está estudando para o vestibular, só o gabarito, a caixa tá vazia gritando e te desafiando a escolher uma.
Eu sou uma especialista em caixas.
- A minha vida toda cabe dentro de uma e eu embalo ela em um estalo, a minha identidade toda cabe dentro de uma caixa sem encher, porque onde tem raízes tem poder, mas eu, sou um solo superficial! O sangue que corre em minhas veias é desigual e não se mistura, os livros do meu pai, lidos no canto que ninguém vai, a câmera que guarda todas as lembranças em um flash congelando o tempo que não rejuvenesce, o isqueiro, que veio primeiro, tudo cabe em uma caixa, pronta para ser levada de porta.
Mas esse não é o tipo de caixa que as pessoas se importam.
- São tantas linhas no chão, tantos " sins e nãos", eu vejo os dois mundos com clareza e eu pulo, salto, danço e caio dividida, despercebida. Meu lugar não é lá nem aqui...
Quantas caixas escolhi?
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Terapia de GRAÇA!
ChickLit"... Não se trata do que passou, se trata do que ficou." BEM-VINDO!