Ela parecia entediada. Se aproximou do palco de maneira lenta e sem nenhuma emoção no rosto. Geto não conseguia olhar outra coisa se não ela. Uma garota. A garota mais linda que ele já viu.
Ele errou algumas notas, não desviava o olhar, mas ela parecia impassível, inatingível. Ele precisava ver mais. O show acabou e ela rapidamente sumiu do seu ponto de vista, Geto precisava ver mais, precisava dela, quem era ela? Ele tinha que descobrir. Seu empresário o guiava até a área vip, onde sua banda e os patrocinadores ficariam após o evento. Em meio a multidão, ele tentava encontrar, ignorando todos ao redor.
"Getou. Getou!"
Alguém o chamava.
"Desculpe, eu preciso resolver algo urgente."
Suguru ignorou os gritos de protesto de seu empresário, e seguiu em passos firmes para a pista da boate. Ela estava sentada no bar tomando um drink vermelho, ele queria saber o que uma garota como ela fazia sozinha ali, se é que realmente estava.
O bar está cheio, as luzes coloridas, a música alta, as pessoas conversando e rindo. Ela está séria, talvez preocupada, talvez entediada, tem uma expressão difícil de descrever e uma postura difícil de abordar.
"Oi."
Geto a olha por alguns instantes em silêncio, surpreso por ela o comprimentar tão casualmente. A expressão dela permanece séria e encoberta. Nervoso, ele tenta esboçar um sorriso gentil.
"Oi."
A voz é calma e aveludada, perfeita para um ASMR de contos de dormir, pensou ela.
"Nós nos conhecemos? Você ficou olhando para mim durante o show..."
Ela reparou. Pensou ele.
"Posso ser sincero com você?"
"Claro."
"Você é a pessoa mais bonita que eu já vi na vida."
"Não pode estar falando sério." Ela sorriu.
"É com certeza a coisa mais séria que eu já disse hoje."
"Me achou bonita e simplesmente por isso está aqui?"
Ele não se intimida com a pergunta, não dá nenhum sinal de ansiedade em sua expressão, e mantém um sorriso gentil.
"Você é difícil de ignorar. Confesso que não pensei muito a respeito, eu só queria te ver de perto, mas você me percebeu."
"Hum...e quem é aquele cara desesperado para que você saia daqui?"
"Ah...aquele é o meu empresário." Ele olhou para o homem em questão, rindo levemente. "Eu devia estar lá em cima com os investidores mas, disse a ele que precisava fazer algo muito importante e sai."
"Eu sou o seu "algo" muito importante?"
"Isso."
"Tudo bem, e o que você quer de mim?"
Geto teve que se controlar fortemente para não ser sincero em sua resposta.
"Saber se tenho alguma chance."
"Por enquanto sim, quer sentar aqui?"
"Se não for incomodo para você."
"Incomodo algum. Qual o seu nome?" Ela sorriu indicando que ele puxasse a cadeira em sua frente.
Geto se senta em uma cadeira próxima a ela, mantendo o contato por alguns instantes. Seus olhos com um brilho curioso, observam-na atento.
"Geto, Suguro Geto."