Cio

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Christopher Bang Chan

As coisas estavam diferentes desde nosso passeio na montanha e desde que eu e Minho beijamos Jeongin, porque agora qualquer coisa era motivo para beijar o ômega. Poder ter um contato tão intimo com o ômega estava me deixando alerta e tendo que me controlar para não fazer mais nada que beijá-lo.

Eu desejava Jeongin, queria fazer mais do que beijá-lo e provocá-lo. Eu não era inocente, já havia estado com outras pessoas antes, afinal era popular e sou um Eros. Mas com Yang é diferente, ele é meu ômega e meu corpo reage a ele de uma forma mais intensa e necessitada, tudo um prelúdio para marcá-lo.

Marcar um ômega significa ligar-se a ele por toda a vida e quero isso com Jeongin, mas existe Minho e não sei como as coisas serão, nem como tudo isso pode terminar.

Não consigo ser amigo de Minho, mesmo que, meio que já tenha me acostumado com sua presença. Não o odeio, mas tão pouco sei o que sinto sobre ele, meu lobo não age mais como se estivesse em conflito, apenas se tornara um observador, como se entregasse em minhas mãos todas as decisões e eu não tenho ideia de como agir.

***

Estava na cozinha preparando o almoço, Minho estava comigo, ele tinha oferecido ajudar e estava descascando as batatas. Jeongin tinha ido tomar um banho porque disse que se sentia quente, talvez por causa da lareira.

_Ah...

Ouvi Minho suspirar ao meu lado, me virei e vi que o alfa tinha soltado a faca e segurava na borda da pia com força.

— Minho você está bem?

Perguntei preocupado, mas ao dar um passo em sua direção fui tomado pelo seu perfume. O cheiro de Minho estava mais forte, sua testa estava úmida e sua respiração parecia mais difícil. Aqueles eram sintomas claros de cio.

— Minho você está entrando no cio.

Eu deixei as palavras saírem de meus lábios ao mesmo tempo em que me lembrava de tudo que Minho havia me contado sobre sua condição de Lúpus, sobre seu descontrole diante do cio. Então de repente Minho disse chamando minha atenção:

— Chris quero que pegue Jeongin e o leve para casa e chame o Felix, mas antes, tem uma caixa com sedativos injetáveis, preciso que me de duas doses e me apague, será o suficiente até que o Lee possa lidar comigo.

— O quê?! Quer que te apague? Você ficou louco!

— Você se esquece de que eu sou um Lúpus com graves problemas de controle, não posso ficar acordado e quanto mais demorarmos mais forte se tornaram os sinais do meu cio. Jeongin vai querer ajudar e eu não posso permitir, não vou machuca-lo, por favor, faça o que estou pedindo.

Minho estava sofrendo, seu cheiro que antes parecia um perfume estava pinicando meu nariz, sua dor estava deixando meu lobo e a mim em estado de preocupação. Senti-me com raiva, sabia que não era culpa dele e mesmo assim estava condenado, queria achar uma solução, mas não sabia o que fazer me sentia paralisado. De repente a voz de Jeongin quebrou a tensão:

— Eu não vou ir embora, Chan não vai te apagar e não vamos ligar para meu irmão. Vamos resolver isso como companheiros. Se você está entrando no cio passaremos por isso juntos.

Jeongin parecia tão firme, suas palavras não tinham nenhuma inclinação para duvidas, mas Minho retrucou:

— Não Jeongin. Não passarei o cio com você, não vou colocá-lo em risco. Irei protegê-lo não importa o que terei que sacrificar.

— Lee Minho, você é meu alfa, assim como Chan, não irei me afastar, se tem um problemas lidaremos com isso. Você não precisa ter medo de me machucar, não sou tão frágil, além disso, Chan está aqui, podemos passar por isso, nós três.

Minho estava segurando-se na pia todo o tempo desde que o abordei preocupado, nem quando Jeongin havia aparecido ele havia se virado. Mas então ao ouvir aquelas palavras ele finalmente se virou, seus olhos estavam molhados e vermelhos. Ele olhou para Yang, havia tristeza e esperança em seus olhos, então Minho ergueu a cabeça e se virou olhando para mim. Ele parecia querer desesperadamente uma solução, queria ser salvo.

O que eu podia fazer? Tínhamos um Lúpus prestes a entrar no cio, que podia perder o controle de um jeito nada agradável e que era provavelmente mais forte do que eu, mas que precisava se curar, precisava do seu ômega era nisso que eu acreditava. Changbin me ensinou que alfas e ômegas não são apenas os destinos um do outro, mas também a salvação e a cura. Eu acreditava nisso e faria qualquer coisa por Jeongin, se precisava cuidar de Minho, eu o faria.

Então invadi o espaço do alfa e o puxei para mim, antes de qualquer coisa, olhei nos olhos de Minho e disse:

— Confie em mim e me desculpe.

Sem precisar de qualquer confirmação selei nossos lábios. Beijar Minho era completamente diferente de beijar Jeongin, com o ômega tudo se tratava de amor e carinho, com o alfa era como uma briga por dominação. No começo senti Minho tentar me afastar, mas então ele agarrou minha blusa e se entregou ao momento, era quente, mas então precisávamos de ar e nos separamos quebrando o momento.

— Por que fez isso?

Minho perguntou sua respiração entrecortada, seus olhos mostrando um misto de surpresa, mas também desejo. Eu não respondi apenas me virei e olhei para Jeongin, o ômega tinha os olhos fixos em nós, seus lábios estavam meio abertos quase formando um O, então eu o chamei usando minha voz de comando, não que uso para reprimir, eu nunca usaria ela com Jeongin, mas a de sedução:

— Innie venha aqui.

Saindo do seu estupor, Jeongin andou até nós, então eu apenas segurei e sua mão e fiz com que ele acabasse entre a gente, de frente para Minho. Eu disse:

— Seu ômega está aqui Minho, eu estou com vocês, faremos isso, então não se contenha mais.

Jeongin ergueu a mão direita e colocou no rosto de Minho, podia sentir o cheiro de Yang se tornando mais forte, seu corpo estava reconhecendo que seu alfa estava prestes a entrar no cio. Lee disse:

— Não quero te machucar Innie. Eu queria tanto que nossa primeira vez fosse mágica.

— Hyung está com você é mágico, poder passar o cio com meu alfa é tudo que poderia querer. Você não vai me machucar, não tenha medo.

Então Jeongin se aproximou e beijou Minho, mas eu não fiquei parado, me aproximei e coloquei a minhas mãos na cintura do ômega, enquanto Yang beijava Lee, eu beijava seu pescoço, podia sentir os nossos perfumes se misturando ao redor.

O clima estava ficando quente e eu sabia que logo Lee estaria muito necessitado, sabia também o que iria acontecer e qual era o único jeito de controlar Minho para que ele não machucasse nosso ômega, só esperava que o alfa me aceitasse.

A ideia de estar com Minho antes para mim era completamente incabível, mas agora, talvez por culpa do desejo aflorado de Jeongin e o fato de que não havia sido ruim beijar o Lee, eu estava pronto para tudo.

Eu parei de beijar e acariciar Jeongin e disse:

— Vamos para a cama.

𝗘𝗻𝘁𝗿𝗲 𝗔𝗹𝗳𝗮𝘀 𝗲 𝗢𝗺𝗲𝗴𝗮𝘀 - 𝖢𝗁𝖺𝗇𝗃𝖾𝗈𝗇𝗀𝗁𝗈Onde histórias criam vida. Descubra agora