PELA COROA: Reinado De Mãos Firmes

PRÓLOGO

O sol se punha lentamente sobre o reino de Astravale, lançando longas sombras pelo vale de Duskmire Hollow. O céu tingia-se de vermelho e dourado, um reflexo de tempos mais pacíficos que agora pareciam uma lembrança distante. No centro de tudo, o castelo de Luminspire brilhava com uma luz fantasmagórica, suas torres imponentes desafiando a escuridão que se aproximava.

Há 150 anos, um mago conhecido como o Oráculo havia caminhado pelas mesmas terras, trazendo consigo uma mensagem de inquietação e medo. Suas palavras, gravadas nas paredes do castelo e nas memórias dos poucos que as ouviram, ecoavam como um aviso sombrio:

- Luminspire passará por tempos de trevas, quando um governo tirano se levantará das sombras. A escuridão dominará o trono, e o sangue real será corrompido. Contudo, em meio ao caos, três corações distintos se unirão, e através deles, a luz da paz retornará ao reino.

Essa profecia, um mistério para muitos, havia sido relegada a histórias antigas e superstições. Mas para aqueles que conheciam o verdadeiro poder das palavras do Oráculo, ela era um presságio de eventos que inevitavelmente se desenrolariam.

O reino, governado com justiça pelo rei William III, parecia estar à beira de um abismo que poucos podiam ver. O jovem rei, conhecido por sua bravura e dedicação ao povo, tinha o coração pesado por preocupações. Os rumores de uma sombra crescente em seu próprio castelo se espalhavam como um veneno, e no centro desses rumores estava uma mulher de beleza incomparável e intenções incertas: Genevivie.

Genevivie, com seus cabelos platinados e pele pálida como a lua, apareceu na corte como uma visão etérea. Ninguém sabia ao certo de onde ela viera, mas sua presença era tão encantadora quanto inquietante. Sua aparência jovial, aparentando pouco mais de trinta anos, contrastava com o brilho gélido em seus olhos, que parecia esconder séculos de segredos.

Ela rapidamente ganhou o favor do rei, seu charme inegável e inteligência afiada o enredaram em uma teia da qual ele não conseguia escapar. No entanto, Genevivie não era apenas uma mulher bonita e perspicaz. Ela era uma bruxa, com um poder ancestral que ninguém na corte sequer imaginava.

Nas profundezas da floresta que cercava o vale, onde os ventos carregavam sussurros de feitiços antigos, Genevivie começou a tecer seus planos. Sabendo da profecia do Oráculo, ela viu uma oportunidade para tomar o controle de Astravale de uma vez por todas.

Dois bebês, filhos de nobres que há muito tempo haviam prometido lealdade ao trono, eram a maior ameaça ao seu poder. Eles eram fortes e determinados, e, mais importante, estavam destinados a algo maior do que eles próprios podiam compreender. Genevivie os observou em silêncio, aguardando o momento certo para agir.

Na calada da noite, ela lançou seu feitiço. Genevivie sequestrou os bebês de seus lares, tirando-os dos braços de seus antigos amores, aqueles que estavam destinados a compartilhar suas vidas e destinos. Ela os escondeu nas profundezas de Duskmire Hollow, em um lugar onde as sombras eram vivas e os sussurros das árvores carregavam segredos esquecidos.

Os gritos de dor e desespero de seus amores ecoaram na noite, mas foram silenciados pela magia de Genevivie, que apagou todas as memórias que pudessem trazer à tona a verdade sobre o que realmente acontecera. Com suas identidades agora obscurecidas, os bebês tornaram-se meros peões em seu jogo de poder.

Ela os trouxe de volta ao castelo, agora apresentando-os ao rei como os gêmeos que ela afirmava estar esperando. Genevivie envolveu o rei em uma teia de ilusões, manipulando sua mente para acreditar que essas crianças eram suas, frutos de uma união que ele não se lembrava claramente, mas que ela insistentemente alegava ser verdadeira.

Na escuridão do salão privado do rei, Genevivie se aproximou dele, sua presença tão suave quanto perigosa.

- Majestade - começou ela, sua voz melódica e sedutora -, há algo que você precisa saber. A linhagem real não está perdida.

William, que antes estava imerso em suas próprias preocupações, ergueu os olhos para ela. Havia algo na maneira como ela falava, algo que o atraía como mariposa à chama.

- O que quer dizer, Genevivie?

Ela esboçou um sorriso enigmático, avançando um passo mais perto.

- Estou grávida, William. E não de um, mas de dois filhos. Gêmeos. Eles são seus.

O rei sentiu o chão tremer sob seus pés. A surpresa e a dúvida inundaram sua mente. Ele sabia que tinha uma filha, uma herdeira de sangue puro, mas Genevivie parecia convencida de que esses gêmeos eram seus filhos também. A confusão nublou seu julgamento, e a dúvida começou a se enraizar em seu coração.

- Gêmeos...? Mas, e minha filha?

Genevivie acariciou o rosto do rei com uma ternura calculada.

- Sua filha está longe agora, em segurança. Ela não precisa mais ser sua preocupação. Esses gêmeos, majestade, são o futuro de Astravale. Nosso futuro. A promessa de um novo começo, onde a escuridão será erradicada e a luz prevalecerá.

As palavras de Genevivie eram como veneno doce, infiltrando-se na mente do rei e corroendo sua resistência. Ele queria acreditar nela, queria acreditar que esses gêmeos poderiam trazer a paz que ele tanto desejava para seu reino. Mas algo dentro dele, uma pequena voz, gritava para ele se lembrar de sua verdadeira filha, de sua linhagem.

Porém, essa voz foi silenciada pela crescente influência de Genevivie. Seus encantos, sua magia, estavam transformando o rei em um homem diferente, um homem que ela poderia moldar para seus próprios fins.

Enquanto Genevivie sorria para ele, uma parte sombria de sua mente já fazia planos para assegurar que os gêmeos nunca descobrissem sua verdadeira origem. Eles seriam criados para servir a seus interesses, para garantir que seu reinado fosse absoluto e inquestionável. Os bebês cresceriam sem conhecer suas verdadeiras identidades, sem saber que haviam sido roubados de seus antigos amores e destinados a cumprir uma profecia que ela pretendia reescrever.

Nas semanas seguintes, o reino começou a mudar de maneiras sutis, mas notáveis. Genevivie consolidou sua posição ao lado do rei, assumindo o papel de rainha, e ninguém na corte ousou questioná-la. O povo sussurrava sobre os gêmeos, sobre a nova família real que se formava, mas poucos sabiam da verdade sombria que se escondia por trás das portas fechadas de Luminspire.

A profecia do Oráculo, embora ainda envolta em mistério, permanecia viva, aguardando o momento certo para se desenrolar completamente. Três corações distintos, destinados a se unir para trazer paz ao reino, aguardavam seu destino. E enquanto a sombra de Genevivie pairava sobre Astravale, o destino do reino estava nas mãos daqueles que ainda não conheciam sua verdadeira importância.

Genevivie, em seu quarto privado, olhou pela janela para o horizonte distante. Ela havia vencido a primeira batalha, mas sabia que o jogo estava apenas começando. Com os gêmeos ao seu lado e o rei sob seu controle, ela estava mais perto do que nunca de garantir seu lugar como a governante absoluta de Astravale.

- O futuro pertence a mim - murmurou ela para si mesma, os olhos brilhando com uma luz fria e calculista.

Mas nas profundezas de Duskmire Hollow, algo antigo e poderoso começava a se agitar. Algo que Genevivie, apesar de todo o seu poder, não poderia controlar. Algo que, um dia, traria a verdade à luz e desafiaría seu reinado.

E assim, enquanto a noite caía sobre Astravale, o destino do reino permanecia suspenso em uma balança delicada, entre a escuridão e a luz, aguardando o desenrolar da profecia.

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Os CASTS SERAO LANÇADOS SEMANA QUE VEM E SÓ AIS CONTINUAREMOS A HISTÓRIA.

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