Capítulo 1: Daiki Yoshida

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"Caro Daiki Yoshida,
Venho por está carta convida-lo para o reencontro da turma 708A. Creio que se passaram 12 anos e nada melhor do que reencontramos nossos velhos amigos, onde adoçaram ou amargaram a nossa adolescência, você é um deles, onde sinto saudades e desejo de conversar como foi sua vida.

Caso queira ir, o encontro acontecerá no dia 10/08, às 7 da noite. O endereço estará em um cartão que vai estar junto a carta, espero que possamos se reencontrar e rir de nossas velhas e novas conquistas.

Atenciosamente, Yusei."

- Uau. - Me expressei assim que terminei de ler a carta e Mio apenas suspirou enquanto revirava os olhos.

- Não sei para quer um encontro de turma, se passaram doze anos e ninguém te procurou, agora querem isso? - Mio reclamava enquanto afundava a sua cabeça contra o sofá. - E outra, você deveria se preocupar com emprego e não com encontro de amiguinhos que estão pouco se fudendo para sua existência.

Coloquei a carta sobre a mesinha de centro e me verei para olhar-la, o seu semblante aparentava exausto e meu coração se apertou.

- Amor, eu me esforcei muito nessa última entrevista, agora apenas devemos esperar pelo resultado. - Tentei acalma-la com carícias em sua perna, porém ela chutou levemente a minha mão, suspirando.

- Não quero esforço, Daiki, esforço não coloca comida na mesa. - Mio se levantou irritada e apontou o dedo na minha direção. - Sabe o que quero vindo de você? Quero resultados. Eu estou cansada, cansada dessa vida medíocre que vivemos e de ouvir meus pais falando o óbvio. - A mulher gritou as suas últimas palavras e rapidamente me deixou só na sala, indo até o quarto e fechando a porta com força.

Suspirei enquanto encostava a minha cabeça contra o sofá.
Eu a entendo, sei o quanto é difícil bancar uma casa sozinha, antes eu tinha trabalhos de meio período, mas agora não tenho nada embora ajudo com todos os serviços de casa.

Mio e eu nos conhecemos em um café onde trabalhei e começamos a namorar depois de vários meses de encontro e conversa, hoje estamos juntos a quatro anos, porém morarmos a seis meses juntos. A princípio, não queria morar junto com ela por não ter emprego instável, mesmo sendo formado em administração, meu currículo dificilmente é aceito em empresas e quando consigo passar para próximas etapas, alguém mais qualificado ocupa o meu lugar, mas eu nunca desisti.

Já Mio trabalha em um salão de beleza, são doze horas por dia de segunda a sábado, sempre chega cansada e estressada em casa,  com isso sempre tento acalma-la.
Mas isso veio a piorar já que aparentemente os pais dela vem falando o "Óbvio", que ela estava bancando um desempregado inútil e que não criaram ela para isso.

Com certeza essa situação piorou o seu humor e as cobranças começaram a ficar intensas.
E eu a entendo.
Eu sou homem e deveria estar bancando a casa, dando o bom e do melhor para ela, queria provar para os seus pais que sou uma pessoa além de um desempregado inútil.

Retornei o meu olhar em direção a carta que estava por cima da mesinha.

Um sorriso apareceu em meu rosto sem que eu soubesse. Nem percebi que havia passado doze anos desde que me formei e perdi contato com os meninos.
Creio que o único que mantive contato durante esse tempo foi com o Kenji.

Soube que ele virou faxineiro em uma escola.
Agora os outros, não faço ideia de como devem estar.

Mesmo que Mio destete essa ideia, eu irei a esse encontro.
Eu sinto saudades, saudades da minha época de escola e dos meninos. Lembro-me que éramos um grupo de cinco, vivíamos sempre juntos e prometiamos nunca a se separar, éramos o terror da escola, principalmente professores e o diretor, pois burlavamos aula para brincarmos em um campo de futebol próximo a escola onde era utilizava para aulas de educação física.

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