Kara sentia as pedras sob seus pés, escutava o mar ao longe embora não visse através da neblina.
Sua mente estava vazia e calma, se concentrava apenas em andar até um véu que cobria um arco de pedras alguns metros a frente.
Balançava com o vento ameno que cobria Kara e carregava o cheiro da maresia. Pela primeira vez em muito tempo sentia-se livre de qualquer dor ou preocupação.
Sequer tinha ideia do que em sua vida teria sido importante.Jonn chegou até a DOE e colocou Kara em uma maca que já a esperava.
-Onde está o resto da equipe?- questionou Kelly.
-Para chegar, eu saí voando."Ocorreu um desabamento no laboratório" informou um dos agentes que mantinha os olhos presos nos painéis.
-Eu vou voltar lá!- avisou Jonn.
Kelly assentiu e correu para os painéis.
Lena observava de longe a apreensão e pressa dos médicos. Os sinais vitais de Kara não pareciam bons, seu rosto estava pálido.
Nunca tinha visto a esposa tão magra, tão fraca, tão pequena.
Naquele momento sentiu algo que nunca tinha sentido antes... o real medo de perder Kara.Os passos da loira eram leves, como se voassem. Era mais livre dos que qualquer pessoa.
Sentiu algo tocar seu ombro e seu corpo pesou.
Viu um homem em seus 60 anos, vestido em um belo terno, cabelos arrumados.
Os nome dele demorou instantes para chegar a sua boca, buscando nervosamente a memória de um homem que parecia lhe importar muito.-Jeremiah...
Ele sorriu, ofereceu o braço para que ela segurasse e ele a acompanhasse.
-Eu sinto muito Kara. Queria ter estado lá para acompanhar você e Alex até o altar. É o sonho de todo pai, andar com sua garotinha pela igreja.
Nesse momento, ela percebeu estar usando o vestido da cerimônia de seu casamento.
Andaram pelas pedras em silêncio, juntos em direção ao véu.O resto da equipe chegou pouco depois, Jonn carregava Alex inconsciente. Parte do laboratório tinha desabado nela, que só sobreviveu graças a um campo de força de Nia.
Lena foi informada que agulhas com fragmentos de kriptonita, não foram necessárias para a injeção de soro em Kara. Pois, sua pele não estava impermeável como antes. Kara estava sem seus poderes?!
Quando a loira foi considerada estável o suficiente para receber visita da esposa, Lena se sentou ao seu lado.
-Quando ela vai acordar?
-Não sabemos, senhora Luthor.- disse a médica responsável- A atividade cerebral ainda existe mas o corpo está muito fraco. Segundo testemunho dos agentes de campo, parecia que os poderes dela estavam sendo drenados por um máquina. Não temos como saber quais foram os efeitos sobre o corpo da senhora Danvers.
-Vocês não são tipo... formados em tratamento de meta e aliens?- disse com certa raiva na voz.- Pelas academias que minhas empresas financiam?
-Sim, senhora Luthor.
-Eu financio essas academias para que hajam médicos aptos a tratarem os metas e os aliens da Terra. E se eu financio isso e vocês não conseguem tratar a minha esposa que é uma alien nessa terra então porquê eu pago isso?!- gritou.A médica se manteve impassível. E Kelly adentrou a sala logo depois.
-Obrigada, está dispensada agente- declarou Kelly.
Então virou para a concunhada que andava impaciente de um lado para o outro.
-Lena, sente-se.
Ela pareceu não ter ouvido Kelly, continuou em seu andar preocupado pela sala.
Guardiã colocou as mãos sobre os ombros da Luthor.-Lena, me escuta.
Os olhos verdes a fitaram, inquietos e assustados
-Kara não está morta. Ela está hospitalizada, são coisas diferentes e você precisa respirar, ok? Você vai inspirar com calma... e expirar.
Repetiu a instruções por um tempo até que ela se acalmasse.
Kara sentia um pouco melhor seu peso agora, como se voltasse a si. Deixando de se sentir como um fantasma. Seu braço era pressionado contra o de Jeremiah o que era uma sensação mais quente do que o resto do seu frio corpo.
—Eu penso... as vezes sobre os dias em que eu levar minhas filhas para o altar- suspirou.
Jeremiah desacelerou o andar e olhou para a filha.
-Sério?- perguntou com um sorriso- Quais os nomes delas?
Assim como nome do pai adotivo, Kara demorou instates para se lembrar.
Sentia como se não tivesse livre acesso as próprias memórias.
E toda vez que acessava novas lembranças, sentia-se menos livre, menos leve e mais longe do lindo véu.Lena voltou para casa, Elisa estava lá. Ela não tinha conseguido deixar a cidade antes que outro absurdo acontecesse.
Ela já estava dormindo no quarto de hospedes que Lena e Kara planejavam tornar o quarto dos gêmeos.
A morena se enfiou embaixo da água quente, tão rápido quanto pode.
Deixou que os músculos relaxassem com o calor.
Pensou em Kara, nas filhas que dormiam nos quartos ao lado sem ter ideia do que se passava na DOE.
Pensou no gêmeos e baixou o olhar.
Seu coração acelerou em desespero ao ver o vermelho sangue escorrer pelas pernas.
Não... não aquilo não podia estar acontecendo!Algum de vcs tem teorias?
O que estão achando?
Estou mto curiosa
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Nossa Vida Juntas- Supercorp
FanfictionKara e Lena se veem parte de uma mesma família quando uma garotinha (frutos do experimentos de Lex) geneticamente filha das duas é resgatada pela DOE. O que era para ser uma dupla guarda da garota se torna algo mais a medida que um sentimento cresc...