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Ele devia ser mais confiante aos vinte e cinco, Jimin sabia disso, ele também sabia que era bonito acima da média, que havia feito uma transição perfeita e que havia alcançado o que boa parte da sua comunidade almejava... a possibilidade de se misturar, se tornara o que sempre desejou e, às vezes, ele se pegava sorrindo quando diziam "Licença, cara" na fila de uma balada ou mal o olhavam quando entrava num banheiro público.

Ah, isso era surreal, Jimin se via rindo sozinho, sonhando acordado, mas, obviamente a vida não era perfeita em todos os aspectos e foi assim que se pegou se esquivando de encontros rápidos, de aplicativos de namoro virais e amassos universitários.

Ele se isolou, optando por dar prazer a si mesmo porquê a simples ideia de admitir que era um cara trans pra alguém preconceituoso ou fetichista o deixava assustado pra um caralho.

Ele não queria se colocar naquela posição, não agora, não em Nova Iorque, na sua cidade dos sonhos perfeita, com pessoas que sequer imaginavam o quanto ele havia sofrido para estar aqui; toda carga excessiva de hormônios e e falação da antiga cidade, o desleixo e a apatia de seus pais, ele só... não, ele queria continuar tendo isso.

Podia ser covarde, nada para se orgulhar, mas ele estava feliz, mais feliz do que nunca esteve antes e uma foda não devia ser maior que isso, certo? Errado.

Jimin era um homem adulto jovem e hormonal e Jungkook, seu melhor amigo era muito... foda e descarte.

E todo o sexo o estava fazendo subir pelas paredes.

Agora, em particular eram seis e meia da manhã e haviam duas pessoas no quarto ao lado, uma ele podia dizer ser Rosé, mas o outro Jimin não conseguiu identificar a partir dos gemidos, mas o cara era uma puta por isso, pedindo pau alto, gritando o quanto Jungkook trepava gostoso e, Jimin se jogou no colchão macio que havia recentemente trocado, com molas ensacadas e um jogo de cama macio.

O homem era um coisa pra conforto sem tamanho e, pensar nisso não ofuscou a gritaria abafada.

"Chupa a m-minha boceta..." escutou seguido de um tapa estalado que fez suas próprias pernas se juntarem uma contra a outra.

Não dava mais, ele precisava sair dali urgentemente.

E, felizmente ao voltar da cafeteria de frente ao prédio, deu de cara com sua colega de Biologia Molecular passando um cafezinho, toda rosa nos ombros
estreitos, com seios grandes e pontudos por baixo de um vestidinho que o fizeram aprecia-la por um segundo, e então ele viu o cara ao lado, Yoongi ele podia dizer agora, Yoongi podia ser facilmente um parente seu, com o cabelo claro igual a pele e brincos de coração nas orelhas pequenas.

E no meio deles estava seu melhor amigo, todo marcado duma noite que perdurou.

— Oi amor – Rosé vai até ele e Jimin ri ao ser abraçado com carinho, cheirando o cabelo loiro dela — Quer café? Tá fresquinho, você já conhece o Yoongi não é?

— Conheço, a gente se esbarrou por aí – e o outro cara boceja simpático, parecendo meio com pressa. — A gente fez compra essa semana então tem pão no armário – avisa se encostando no próprio armário, olhando Jungkook caminhar pra perto de si com aquela expressão infantil, o maldito bebê grande.

— Valeu gatinho – Rosé se vira, Rosé era uma conexão rápida, uma das várias que Jungkook tinha e uma das poucas que o usava de igual natureza, sem fins românticos e melosos — Eu preciso me trocar também, vou levar isso pra viajem.

— Me dá carona Ro? Tô atrasado demais – Yoongi pede e Jungkook tira o rosto dos seu ombro para olhar o rapaz.

— Eu te levo Yoongi, sem problema – oferece e o garoto nega educado, demonstrando que havia gostado, mas que também não passaria daquilo.

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