fogo cruzado

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(No outro dia)

A sala de reuniões estava mergulhada em uma atmosfera pesada e tensa. Os conselheiros estavam reunidos ao redor da grande mesa de carvalho, suas expressões sérias refletindo a gravidade dos assuntos discutidos. Rhaenyra sentava-se na cabeceira da mesa, tentando manter uma postura firme, mas sentia o peso dos olhares sobre si e sobre Alicent, que estava sentada logo ao seu lado. As últimas semanas haviam sido desafiadoras, e a reunião de hoje parecia mais um teste do que uma discussão construtiva.

Os conselheiros haviam começado a reunião falando sobre a necessidade de fortalecer as alianças com os reinos vizinhos, especialmente diante das crescentes tensões internas. Mas logo a conversa desviou para um tema mais pessoal, e as insinuações começaram a surgir, disfarçadas de preocupações políticas.

"Há rumores, princesa," começou Lorde Harlan, um dos conselheiros mais antigos, sua voz suave, mas com um tom claramente crítico. "Rumores de que sua relação com a Rainha Alicent tem influenciado suas decisões de maneira... imprudente."

Rhaenyra estreitou os olhos, sentindo o sangue ferver. "Rumores são apenas isso, Lorde Harlan. Fofoqueiros e invejosos sempre tentarão distorcer a verdade."

"Com todo o respeito, Princesa," interveio Lorde Ormund, outro conselheiro que raramente perdia uma oportunidade de criticar. "Não podemos ignorar que sua proximidade com a Rainha tem levantado dúvidas entre os nobres. Eles se perguntam se suas decisões são motivadas pelo" coração" em vez da razão."

Rhaenyra olhou para Alicent, esperando uma resposta que não veio. Alicent manteve a cabeça baixa, sua expressão impassível, como se estivesse tentando evitar chamar ainda mais atenção. Isso só aumentou a frustração de Rhaenyra.

"Se estão questionando minhas decisões, talvez devessem questionar a si mesmos," Rhaenyra disparou, sua voz carregada de indignação. "Minhas escolhas sempre foram em benefício do reino, e nada mais. E se alguém pensa o contrário, que tenha coragem de falar diretamente."

Os conselheiros trocaram olhares desconfortáveis, mas o silêncio que seguiu mostrou que ninguém estava disposto a enfrentar a fúria de Rhaenyra diretamente. No entanto, as palavras que haviam sido ditas deixaram marcas.

A discussão continuou, com os conselheiros sugerindo medidas e alianças, mas a tensão entre Rhaenyra e Alicent estava evidente. A princesa estava lutando para manter a compostura, mas sua mente estava a mil, perturbada pelas insinuações, pelo silêncio de Alicent e pela percepção de que, apesar de todo o poder que possuía, ainda era alvo de desconfiança e julgamento.

Quando a reunião finalmente chegou ao fim, Rhaenyra se levantou abruptamente, deixando claro que a conversa estava encerrada. Ela saiu da sala em passos rápidos, sem olhar para trás, sua raiva crescendo a cada segundo. Alicent, percebendo a intensidade dos sentimentos de Rhaenyra, apressou-se em segui-la, mas já sabia que enfrentaria uma tempestade.

"Nyra, espere!" Alicent chamou, sua voz carregada de preocupação, mas a princesa não parou. Ela finalmente a alcançou no corredor, segurando seu braço. "Por favor, não faça isso."

Rhaenyra se virou, seus olhos brilhando de raiva e dor. "Por que você não disse nada, Alicent? Eles estavam nos atacando, questionando nossa relação, e você ficou em silêncio!"

"Eu estava tentando evitar que a situação piorasse," Alicent respondeu, tentando manter a calma. "Se eu tivesse reagido, eles teriam usado isso contra nós, Nyra. Precisamos ser estratégicas."

"Evitar que piorasse?" Rhaenyra riu, mas era um riso amargo, cheio de frustração. "Ficar calada só os encoraja a continuar! Eles acham que somos fracas, que eu sou fraca, por causa da "nossa relação."

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