"Ah... o que eu estou fazendo da minha vida?", penso, enquanto estou no carro, indo em direção à fazenda do Mateus. Não era assim que eu imaginava minha vida aos 24 anos.
Às vezes, eu queria poder sumir. Talvez esse seja o caminho mais fácil depois de ter sido vista com um famoso, alguém que eu nem conheço direito, nunca ouvi suas músicas e nunca vi na vida, exceto naquele dia na Pecuária. Como é possível as pessoas serem tão tolas a ponto de acharem que eu estou namorando ele? Isso me faz pensar no "e se eu não tivesse ido à Pecuária aquele dia?" Bom, certamente eu não estaria em um carro indo para a fazenda de um cantor de sertanejo famoso...
Bom, é isso que dá abandonar tudo e "começar uma vida nova". Se eu soubesse que seria assim, nem teria feito isso.
- Senhorita, estamos chegando na fazenda. - diz o motorista de um jeito monótono.
Fico em silêncio, acho que perdi minha linha de raciocínio... tanto faz, mesmo! Não adianta mais surtar por isso. Aconteceu. Pronto.
Olho as paisagens do interior de Goiânia, só vejo mato e com certeza aqui não tem internet. Olho meu celular e vejo a barra de rede.. É, realmente estou no meio do nada. Talvez eu encare essa situação como um ano sabático, afinal aqui é o fim do mundo mesmo.
Depois de um tempo entramos em uma pequena estrada, já consigo ver um casarão branco com detalhes azul. É lindo. Parece do estilo colonial... Logo consigo ver o Mateus, ele está usando uma blusa vermelha xadrez, uma calça jeans e um chapéu de vaqueiro, seus cabelos loiros refletem um pouco com a luz do sol.
Desço do carro, sinto a brisa passando pelos meus cabelo. Agradeço o motorista por me trazer aqui, afinal ele teve a coragem de buscar uma estranha, ele merecia um aumento.
- Então ocê veio mesmo, Princesa...- diz o caipira com o sotaque forçado.
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