Capítulo • 11

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Aaravos off, Viren on.

Dormia tranquilamente, um calor reconfortante deixava meu corpo aquecido, a cama era tão confortável que não queria acordar nunca. Mas isso não foi possível. Um movimento brusco fez com que meu sono chegasse ao fim. Abro os olhos e vejo de relance a forma de um homem sentado com os braços estendidos, como se tentasse alcançar algo que estivesse bem longe. Meus olhos se fecham e quando os abro de novo, com a visão ainda meio turva, distingui um grande elfo roxo, grandes cabelos brancos levemente bagunçados lhe caiam aos ombros. Os olhos pretos e dourados me encaravam, um misto de emoções transparentes em seu rosto.
Demorei um tempo até entender o que estava acontecendo - e para lembrar o que havia acontecido para chegar ali. Senti minha cabeça inteira queimar.
Encarava o arroxeado, desejando com todas as poucas forças que tinha para que morresse e não voltasse mais, mas isso não aconteceu. O constrangimento havia tomado controle do meu corpo, mal consegui me sentar na cama. Não soltei nenhuma palavra.
Um silencio avassalador tomou conta do quarto, até que Aaravos decide falar.
- Então, vamos direto ao ponto. Como... Por que está aqui? Por que acordei ao seu lado?
Desvio o olhar por um curto tempo, buscando na minha cabeça a resposta.
- Ontem, te achei em um corredor. Estava totalmente alcoolizado... Te ajudei a levantar e vim te trazer até aqui, no meio do caminho você desmaiou e... E te carreguei no colo até chegarmos, depois te deitei na cama e cuidei de você - Falava olhando para baixo, era muito constrangedor só me lembrar do que havia acontecido na noite anterior.
- E como sabia onde era meu quarto?
- Eu te perguntei.
- A sim, eu me lembro - disse o elfo, como se sua cabeça dosse enquanto as memórias voltavam.
- Mas... Por que eu acordei ao seu lado, Viren? - senti meu rosto queimar ainda mais, se é que isso era possível.
- É, eu não me lembro muito bem. Eu decidi dormir aqui para caso você passasse mal de noite...
- Isso eu reparei, os lençóis que pegou ainda estão aqui no chão.
- ... Era tarde da noite - completei - ainda não havia pego no sono, então acho que levantei e deitei aqui para dormir melhor. Deve ter sido isso, é como se fosse um borrão.
- Hum..

Me levanto da cama sentindo o olhar do elfo em mim, então percebo que minhas roupas estavam... Minha blusa estava acima de minha cintura e a calça, mais baixa do que deveria. Se tivesse como cavar um buraco e me enterrar nele, eu assim faria. Arrumo rapidamente minhas roupas e saio do quarto.
Sigo em frente no corredor e saio em outra cozinha, procuro alguns ingredientes e faço um remédio para dor de cabeça, depois, começo a preparar panquecas para o café da manhã. Quando estava terminando as coisas, o arquimago adentra o comodo.
- O que esta fazendo de bom para gente?
- Café da manhã.
- E o que seria esse seu "café da manhã" ?
- Panquecas.
- Panquecas? Não sabia que gostava, você não tem muita cara.
- Olhe, homens velhos e amargurados podem gostar de coisas assim.
- Ok, homem velho e amargurado - diz o elfo roxo, debochando de mim.
- Ha ha ha, muito engraçado, vai querer?
- Claro
Entrego a ele um dos pratos com as panquecas. Aaravos pareceu se surpreender com elas.
- O que foi? Pensou que só você tinha habilidades ocultas?
- Devo admitir que sim.
- Hum, eu fiz um remédio para dor de cabeça também. Tome, vai se sentir melhor.
- Sabe fazer remédios?
- Eu tive dois filhos virados no capeta, sei fazer de tudo.
O arroxeado da risada.
- Ta ta, agora vamos comer antes que esfrie.
Não comia panquecas havia muito tempo, sinceramente, adorava panquecas, fiquei muito feliz em come-las. O elfo me olhou rapidamente tentando desvendar algo no meu rosto. Continuamos a comer e assim que ele acabou, tomou o remédio que tinha feito para ele. Os olhos do elfo se arregalaram.
- Uau, já é surpreendente você saber fazer remédios, mas um remédio eficaz sem um gosto amargo? A dor passou quase imediatamente. E... Como sabia que estava com dor de cabeça?
- É bem simples, achei uma garrafa de vodka vazia antes de te encontrar. E quando te vi, ta dam, um elfo embriagado. Quanto ao remédio, muitos erros e pesquisa, se fosse ruim meus filho nem olhariam para isso.
- Hum, entendo. Sei como é...
O elfo disse com um ar melancólico, com o olhar distante, como se tivesse se lembrando de algo que o machucava. Decidi não perguntar o que era.
- Eu lavo a louça.
- Já que você insiste.
- Ha ha
O elfo me olha com um olhar despreocupado e debochado, ou seja, já estava melhor. Lavei os utensílios que tinha utilizado, seco minhas mãos e me viro na direção do arquimago.
- Bom, vou tomar um banho. Depois nós vemos algo para fazer.
O arroxeado apenas assentiu e sumiu. Literalmente sumiu. Ele se foi tão rápido que meus olhos não conseguiram o acompanhar.
As vezes esqueço da natureza magica dele.

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Mais uma vez, não sabia onde me encontrava. Resolvi vagar pelo corredor da direita, a procura de um banheiro.

Avançava pelos corredores, que ainda me pareciam intermináveis,
Estava visivelmente cansado. A necessidade de um banho estava se tornando urgente. Meus passos ecoavam pelo vazio, um som solene em meio ao silêncio opressor que parecia envolver o lugar. Cada sala que entrava se revelavam novas coisas, mas já era de se esperar.  Bibliotecas repletas de livros empoeirados, salões com móveis cobertos por lençóis brancos e até mesmo uma cozinha gigante com uma mesa de jantar impressionante, mas sem sinal de um banheiro.
Passava pelas portas, tentando várias, apenas para encontrar mais corredores ou salas de estar luxuosas. A busca estava começando a me afetar, começava a me arrepender de não ter perguntado ao elfo onde era o banheiro mais próximo. Meu cabelo começava a grudar na minha testa, e a sensação de frustração aumentava.

Finalmente, encontro uma porta, quase oculta em meio a parede. Com uma mistura de esperança e cansaço, girei a maçaneta e entrei. O espaço estava deslumbrantemente decorado, um banheiro encantador com azulejos de mármore branco e uma banheira semelhante a uma piscina, uma cascata em vez de um chuveiro caia dentro da banheira, a água quente que a preenchia emanava vapor.
A sensação de alívio foi palpável enquanto me despia rapidamente, mal acreditando que finalmente havia encontrado o que procurava.
Assim que entrei na banheira, a água quente começou a relaxar me corpo.
Fui andando até a cascata, que produzia um som reconfortante semelhante a uma chuva suave.
Entrei debaixo da cascata com um suspiro profundo, sentindo o calor abraçar seu corpo cansado e aliviando a tensão acumulada durante a interminável busca. O calor agradável da água levou embora todos os pensamentos que havia acumulado durante aquele tempo.



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Oi, não costumo falar muito mas quero a opinião de vocês.

Vocês querem que eu comece a desenvolver o relacionamento deles no próximo capítulo o espero um pouco mais? Se quiserem me responder, comentem nesse capítulo
Agradeço.

Apaixonados pelo PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora