As cartas que eu não enviei.

Aquela que me fez pensar.

Nos vimos pela primeira vez quando estávamos no oitavo ano, era 2019 e as queimadas na Amazônia se agravavam cada vez mais, lembro-me até hoje de você chegando em minha sala.

Sede e determinação pairava em seu olhar.

E no estante em que você poise a falar, eu perdi-me em tuas palavras, palavras que foram dirigidas a todos presentes naquela sala de aula, porém por um momento eu sentia como se estivéssemos a sós naquela pequena sala.

Tuas palavras eram de incentivo, um incentivo bobo e ingênuo que muitos levaram como uma piada.

-Vamos salvar a Amazônia...

Lembro-me até hoje dessas tuas palavras, todos lembra-se até hoje dessas tuas palavras.

Após isso você retirou se daquela sala, e eu tinha em minha mente que nunca iríamos nos ver novamente, que nunca poderia ouvir tua bela voz novamente (mesmo que estudasemos na mesma escola).

Que belo engano esse meu, possou se o ano e novamente pude te encontrar, dessa fez um outra escola e (obviamente) em outra sala.

Desta vez não pude deixar de notar o quão bela você a de ser, teus cabelos ondulados, teus olhos castanhos, tuas bochechas rosadas, te via tão de perto mas ao mesmo tão distante, como se eu nunca fosse capaz de ter você para mim.

E talvez realmente não seja, pois você já encontrou um outro alguém, um alguém realmente diferente de mim, mais determinado? Eu tenho certeza que sim.

Nossa história de amor não teve um início, um meio ou um fim,ela se quer existiu, e se existiu foi apenas em minha mente criativa que insistia em criar doces memórias ao teu lado, memórias que não foram capazes de realizar-se.

E hoje mesmo sabendo que nunca serei capazes tela ao meu lado, continuo a te admirar de longe, e quando você me retribui esse olhar fazendo questão de sorrir em resposta, uma pequena chama de esperança se acende dentro de mim.

Sei que devo apagar de imediato essa pequena fagulha que insisti em crescer, porém ainda espero que em algum dia, por mais longe que esteja, você possa me olhar como eu a olho.