Uma música de pagode tocava alto na caixa de som no quintal da casa de Joaquim, mas ele ainda não estava lá com a sua família e os amigos. Naquele momento ele enfrentava uma batalha.
— Ai, Felipe! — ele reclamou, quando o rapaz puxou a camisa com força.
— Desculpa, desculpa! — Felipe pediu, se abaixando para lhe dar beijinhos sobre faixa em seu ombro.
Enquanto se recuperava do tiro, tudo o que ele conseguiria usar seriam camisas de botão, já que ao vesti-las ele não precisava levantar os braços. Ainda assim, Felipe estava quase o sacrificando enquanto tentava colocar o pano azul-escuro no corpo de Joaquim.
Não teve um poeta que disse que amar é doer?
Apesar do sofrimento, logo Joaquim estava vestido e Felipe fechou cada um dos botões, deixando apenas os dois de cima abertos — e isso porque Joaquim havia mandado, se fosse por vontade dele o padeiro esconderia todos os dotes peludos das outras pessoas.
Em seguida Joaquim se sentou na cama, enquanto recolocava a tipoia escura no braço esquerdo.
— Quim — Felipe disse, se sentando em frente a ele na cama. — Posso pedir perdão?
Ele sentiu vontade de negar, mas Felipe o encarou com aquele olhar quase choroso de emoji e Joaquim simplesmente não conseguiu negar.
— Eu te peço desculpas, mais uma vez, por arrastá-lo para o meio de toda essa confusão que é a minha vida — ele falou, calmamente. — E, ainda assim, eu peço que você nunca me abandone.
Joaquim sorriu, e Felipe continuou.
— Eu nunca, jamais, amei alguém como eu te amo. Espero que fiquemos juntos para sempre.
— Nós ficaremos juntos, para sempre! — Joaquim afirmou, todo sorridente. — Eu sou seu, lembra?! E você é meu!
Felipe se inclinou para beijá-lo e quando se afastou, enfiou a mão no bolso da calça jeans, tirando uma pequena caixa preta de veludo. Ele a abriu, revelando duas grandes e grossas alianças de prata.
— São alianças — ele disse, enquanto tirava uma delas. — Mas entenderemos como uma marcação de território!
Ele colocou o anel no dedo anelar direito de Joaquim e em seguida colocou a outra no próprio dedo.
— Agora nós somos namorados? — perguntou e realmente parecia apreensivo com a espera pela resposta.
Estava sendo a vez de Joaquim de cair em meio a risadas.
— E em algum momento a gente não foi? — ele respondeu, aguentando um pouquinho de dor para se inclinar e puxar o namorado para um beijo longo, quente e molhado. — Eu te amo, Felipe Kravtsov!
*
Eles saíram para o quintal, se encontrando com as pessoas que amavam, tendo a plena certeza de que não importava os obstáculos que surgissem, os inimigos que os perseguissem ou as intrigas que os envolvessem, eles sempre estariam juntos.
Todos eles, os Kravtsov!
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KravtQuim - Máfia e Pão (Irmãos Kravtsov 1)
RomantikNão faz muito tempo que os Kravtsov se estabeleceram em Minas Gerais, mas o pouco tempo foi suficiente para que se tornassem a família mais importante de Belo Horizonte. Entre contrabandos e a gestão da multinacional KravInc, os irmãos Aleksei e Fel...