Bom, acho que eu deveria dar mais explicações.
Era 27/09/2017 quando eu estava no auge da adolescência, faltavam apenas dois anos pra eu me tornar adulto e era meu último ano no ensino médio. Eu namorava Kristoff.
Kristoff era um garoto perfeito, que simplesmente dava borboletas na minha barriga. Eu nunca senti essa sensação, era demais pra mim, eu amava esse garoto. Ele era estrangeiro, amava animais, pintava quadros, trabalhava em meio período, só que... ninguem sabia que ele era gay. Éramos um segredo, ele me pegava no intervalo na cabine de limpeza e a gente se beijava alí mesmo. Ele foi meu primeiro beijo, minha primeira mão boba e, por mais que o nosso namoro não fosse assumido, Kristoff era fiel a mim. Não era?— Kris, eu fiz um cartão pra vo... cê... — Aquela cena.
Eu e Kristoff fazíamos 7 meses de namoro quando eu vi ele beijando uma garota. Ele faltava dar a merda da bunda pra mim mas fingia e comia buceta, irônico. Kristoff me viu, ficou nervoso, eu apenas saí e ele voltou a beijar a garota olhando de relance até eu desaparecer completamente da visão dele.
Nunca fui de matar aula, mas nesse dia eu chorei tanto na sala de história do meu professor favorito que sempre me deixava eu ficar com ele quando eu estava mal.— Ele tava beijando outra garota? — Perguntou Cesar.
— É... eu achei que ele me amava. — Disse limpando minhas lágrimas.
— Coma isto, vai te fazer bem. — Ele me entregou uma barra de cereal de chocolate com morango dentro.
— Odeio barrinha de ceral. — Ri falso, comendo a barrinha de cereal.
Horas se passaram, e eu simplesmente tive a pior coisa da minha vida sendo presenciada.
Kristoff pediu pra conversar comigo, eu apenas o ignorei, mas ele me puxou pra cabine. Ele bateu na minha cara duas vezes antes de dizer que não iria largar ele se não ele iria contar a escola toda que eu era gay. Eu duvidei dessa capacidade e disse que estávamos terminados. E assim começou meu pesadelo.Peguei um cartaz que estava no meu armário, era uma foto minha escrito "o maior gayzinho de Seul", me fazendo segurar as lágrimas com cuidado e ir até a diretoria para pedir ser transferido de escola. O tormento tinha acabado, mas Kristoff entrou na mesma faculdade que eu, e pior, no meu bloco. Deus é o único que sabe o quanto eu desejei suicídio.
The Hell is Back.A porta do elevador se abriu, e eu nem percebi quem entrou. Estava de fone de ouvidos no máximo, com certeza quem estava alí escutaria a música contra sua vontade.
— Eu amo The Smiths. — Uma voz suave ecoou no elevador.
— O que? — Respondi, vendo Jeongin ao meu lado, abaixando meus fones.
— Eu disse que eu amo The Smiths. — Ele sorria pra mim enquanto eu sorria de volta. — To die by your side... Is such a heavenly way to die — Ele cantarolou de uma maneira porcamente linda, enquanto eu apenas o admirava. A porta do elevador abriu, ele saiu dali sem dizer mais nenhuma palavra, e eu só fiquei hipnotizado.
Tinha se passados cerca de 1 a 2 dias.
— Hyunjin hyung? — A voz suave de Jeongin saiu pelos seus lábios rosados que ganharam um sorriso fofo que fechou seus olhinhos cativantes quando ouviu eu murmurar um "hm?" — Eu o acho tão fofo... Bem, v-você quer ir tomar café comigo? — Era tudo que eu precisava, não queria voltar pra casa cedo.
— Claro, claro... Você tem cara de quem gosta de mocha. — Disse sorrindo.
— Oh, esperto... você tem cara de quem curte um ice americano com essa sua carinha de estadunidense aí! — Ele disse apontando pro meu peitoral enquanto me encarava com aquele sorriso que me fazia saltitar por dentro.
— Oh, a parte do estadunidense me feriu, mas sim, eu sou apaixonado por ice americano. — Eu respondi, indo direto pra cafeteria acompanhado do meu novo amigo.
— Então... eu não disse naquele dia, mas seu estilo musical é ótimo. Quem não conhece The Smiths não sabe o que é prazer. — Jeongin disse, meio envergonhado, pegando uma caixinha de remédios e tomando.
— Obrigado. O que são esses remédios? — Jeongin pareceu meio nervoso quando fiz essa pergunta.
— Ahm.. bem... eu tenho enxaqueca, é isso! — Disse, olhando pra mim dessa vez com um sorriso no rosto, se sentando em uma das cadeiras.
— Sinto muito, deve ser um saco. Só senti isso uma vez. — Complementei pedindo um ice americano, um mocha e biscoito sanrio.
— É, realmente... você gosta de mais o que além de the Smiths? — Ele indagou parecendo genuinamente curioso sobre mim.
— The Beatles, talvez? — Falei e ele riu. — Você não gosta?
— Eu odeio! Você curte bandas com "The" no começo? Não duvido que goste de "The Ghost" também! — Ele falou enquanto apoiava sua mão grande na mesa.
— Eu gosto, ok. Não tô entendendo esse julgamento! Cê tem cara de quem gosta de pokémon e eu não falei nada! — Cruzei os braços fingindo uma birra, observando ele abrir sua boca no formato de um "O", abismado com que eu tinha acabado de falar.
— Olha aqui, pokémon é ótimo, viu?! — Ele disse, tirando um pequeno boneco do pikachu do chaveiro que estava no zíper de sua bolsa.
— Otaku! — Eu disse, rindo de sua cara antes dos cafés chegarem.
— Idiota! — Jeongin disse, tomando seu café, formando um bigodinho de chantilly.
— Fofo esse seu bigode, papai noel! — Avisei de forma irônica sobre a sujeira, e ele apenas pegou o chantilly e jogou na minha cara, agora era ele que estava rindo. 1-0 para Yang Jeongin.
{Skiptime.}
— Obrigado pela a tarde, foi muito legal. — Ele disse, se curvando como forma de agradecimento.
— Eu que agradeço, nunca me diverti tanto assim! — Disse, curvando-me de volta.
— Ah, que isso! Você é tão... elegante... e eu acho que deve ter uma família que sempre te faz divertir! — Ele disse, eu abaixei a cabeça ainda com um sorriso que, desta vez, era falso, suspirando alto e murmurando um "é..." em resposta.
se ele soubesse...
— Estou indo, boa noite, hyung. — Ele disse, acenando pra mim e indo pra direção ao contrária de mim.
— Boa noite. — Disse meio triste. O mundo de repente ficou cinza, parecia que iria chover. O inferno estava de volta assim que entrasse por porta a dentro de casa.
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Blossom. - Hyunin.
FanfictionHyunjin tinha uma vida péssima, odiava tudo que fazia. Ele era grosso com todo mundo, não amava ninguém, não tinha amigos, era excluído por todos na faculdade. Em casa não era diferente. Seus pais brigavam muito, sofria diversas agressões físicas e...