Cap 1 - Igual a minha

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-- CARALHO CALA A BOCA!

Suspirei abrindo a porta de casa, esses gritos cotidianos não eram de ninguém mais além de Cecília, uma menina de 19 anos que vivia com os pais ao lado da minha casa. Ela era uma garota com pouco temperamento, brigava frequentemente com os pais, acho que por ela ser filha única eles a mimaram bastante e pelo visto ainda continuam mimando, nunca ouvi eles gritando com ela ou repreendendo suas atitudes seja com palmadas ou castigos, quer dizer.. até tentavam mas a menina fugia sem hesitar. Sei disso tudo pois é difícil não escutar cada discussão daquela casa, minha vida era assim, estresse no trabalho e perturbação ao chegar em casa, era uma merda.

-- É, uma merda... afundo minha cabeça na minha banheira perdido nos meus pensamentos

Eu me chamo Eli, tenho 23 anos e trabalho em um tedioso escritório, moro em um bairro nobre antiga casa dos meus falecidos pais, possuo riquezas graças a herança deles porém deixo guardado, não vejo sentido em mansões, viagens, carros de luxo ou ostentações seja lá qual for elas. Desde criança sempre fui estranho, nunca fui feliz de verdade, pra mim tudo era... monótono e indiferente, me questionava de tudo, a vida pra mim é cinza afinal do que adianta ter tudo e no final não levar nada? não faz sentido, nada faz sentido!

me levanto calmamente quando percebo que estava sem ar, fico em pé sentindo a água descer pelo meu corpo e olho meu reflexo na banheira

Meus cabelos são negros, olhos verdes escuros, pele branca, alto e corpo musculoso graças ao meu tempo investido na academia, dieta e exercícios em casa.

Passo a mão pelo meu cabelo levando ele para trás, enrolo a toalha na minha cintura e tiro o tampão da banheira vendo a água suja indo embora pelo ralo, vou para o quarto e depois de me trocar faço um lanche rápido me sentando no sofá novamente escutando mais gritos

-- EU ODEIO VOCÊS! SÃO UNS MISERÁVEIS, NUNCA ME DÃO NADA!

Solto uma risada irônica Sério? nada? quase sempre que chego do trabalho tem caixas suas na porta... garotinha mimada

-- NÃO É MINHA OBRIGAÇÃO FAZER NADA DISSO, VOCÊS QUEM ME QUISERAM, EU NÃO PEDI PRA NASCER, EU. NÃO. QUERO!

Aperto minha calça segurando todo meu ódio Sinceramente... Eu não me importava com os pais dela, o que me irritava era ela, o jeito como ela gritava, xingava e se achava superior, isso me irritava a ponto de querer afundar a cara dela de tanto soco.

-- 02h40 --

Eu estava na cama quando escuto um barulho do lado de fora, me sento na cama olhando para a janela e vejo a garota tentando pular, provavelmente os pais a deixaram de castigo e trancaram a porta. Ela consegue descer, nesse momento eu estava em frente a janela observando tudo, até que ela corre e desaparece da minha vista.

Não vou mentir, a garota é linda, seus cabelos eram longos e castanhos, seus olhos eram claros como cristais, seu corpo era bem estruturado e detalhado, peitos grandes, bunda redonda, parecia um violão implorando pra ser tocado. Nunca me interessei por nenhuma mulher e muito menos em sexo, pra mim isso é fútil, mas não sou virgem pois queria experimentar a perdição desse mundo.

Deito na cama pensando na garota, eu já havia a seguido algumas vezes por curiosidade, ela ia para festas e bares sozinha toda vez que sumia, eu sabia que ela não tinha amigos, ela nunca saia com ninguém, era excluída provavelmente por causa da personalidade de merda que tem, eu sabia que ela não tinha autoestima mesmo tendo um corpo invejável e que muitos garotos morreriam pra desfrutar, ela se olhava no espelho suspirando e reclamando enquanto tocava no corpo com uma feição decepcionada, eu sabia que ela tinha uma vida infeliz, mesmo tendo tudo que queria eu escutava todas as noites seus choros e lamentações, aquilo me excitava pois era o único momento que sua personalidade não era perceptível, a vida dela era uma merda igual a minha.

-- Somos invisíveis, Cecília... você tem tudo mas é cega a ponto de achar que não tem nada, por isso admito que sou um pouco fissurado em você, seu temperamento me faz querer te educar e te abraçar até sua coluna quebrar. Somos iguais mas diferente de você, vou aproveitar da minha invisibilidade... vou te fazer ser uma boa menina, eu prometo. Sussurro essas palavras e me viro para dormir novamente.

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Oi gente, esse é a primeira fanfic dark que escrevo.. tive a ideia quando ouvi a música "You belong to me" pretendo terminar ela e não deixar pegando poeira, poderiam me dar um feedback do que acharam??

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