O quinto elemento 3 - Destino (DEGUSTAÇÃO)

Prólogo

No início, antes que o tempo tivesse um nome e as estrelas brilhassem em seus firmamentos, existia apenas o Vazio. Um abismo silencioso e sem forma, onde nem mesmo os ecos do pensamento podiam ser ouvidos. No coração desse Vazio, uma força desperta se agitava, um poder primordial que ansiava por existência, por criação. Esta força, que seria conhecida como o Quinto Elemento, não era nem luz, nem escuridão; era o potencial puro, o alicerce de tudo o que viria a ser.

Das profundezas do Vazio, a primeira centelha de consciência surgiu. Esta centelha, movida pelo desejo de dar forma ao caos, se dividiu em quatro grandes manifestações: a Terra, o Ar, a Água e o Fogo. Desmistificando a história conhecida por todos que acreditavam que os quatro elementos primordiais — Terra, Fogo, Água e Ar — formaram a base de tudo o que existia, e, a partir deles, o Quinto Elemento surgiu, unificando e equilibrando suas forças.

Mas a verdade era bem diferente.

O Quinto Elemento não era um subproduto dos quatro elementos. Pelo contrário, ele era a origem.

A verdade sobre sua origem foi escondida para proteger o equilíbrio de Roux, pois a revelação de que o Quinto Elemento criou os outros poderia despertar ambições perigosas.

Com o poder de criar também vinha o poder de destruir.

E então, do centro desse equilíbrio recém-nascido, Roux foi forjado.

Roux não era apenas um planeta; era a primeira criação consciente, um mundo onde as forças primordiais podiam se manifestar e evoluir.

No início, Roux era um lugar de beleza indescritível, onde os quatro elementos dançavam em perfeita sincronia, esculpindo montanhas, moldando oceanos, tecendo os ventos e acendendo as chamas da vida. As paisagens eram vastas e inexploradas, repletas de energia bruta, e o próprio solo parecia pulsar com a força do Quinto Elemento.

Mas Roux não poderia existir sozinho. Sentindo a necessidade de preservar esse novo mundo, o Quinto Elemento decidiu conceder a consciência à sua criação. Foi então que as primeiras formas de vida surgiram, nascendo das águas profundas, crescendo das raízes da terra, flutuando nos ventos e emergindo das chamas. Estas criaturas primitivas, puras em sua essência, eram os primeiros guardiões de Roux, seres moldados para proteger e manter o equilíbrio dos elementos.

Esses primeiros guardiões, conhecidos como os Primogênitos, eram seres de grande poder e sabedoria, cada um intrinsecamente ligado ao elemento do qual havia emergido. Eles eram a personificação da própria essência de Roux, carregando em si as qualidades de suas respectivas forças: a solidez e resiliência da Terra, a fluidez e adaptabilidade da Água, a liberdade e o espírito do Ar, e a paixão e o vigor do Fogo.

Os Primogênitos dedicaram suas existências a preservar o equilíbrio de Roux. Em suas formas, eles vagavam pelas terras, mares e céus do mundo recém-criado, guiando o crescimento das florestas, moldando os leitos dos rios, ensinando as correntes de vento a soprar e acendendo as chamas da vida nas forjas da criação. Sob sua vigilância, Roux floresceu como uma tapeçaria de harmonias elementares, onde cada componente do mundo natural desempenhava seu papel com precisão e beleza.

Por eras incontáveis, os Primogênitos guardaram Roux em paz e equilíbrio. Mas o Quinto Elemento sabia que a estabilidade, embora crucial, não poderia ser mantida sem o crescimento e a mudança. Assim, sentindo que Roux estava pronto para a próxima etapa de sua evolução, o Quinto Elemento soprou uma nova faísca de vida no mundo: seres de carne e espírito, capazes de escolha, de criação e de destruição.

Esses novos seres, diferentes dos Primogênitos, eram mortais, mas dotados de uma centelha do Quinto Elemento em seus corações. Eles tinham a capacidade de sentir, pensar e moldar o mundo ao seu redor de maneiras que os Primogênitos nunca poderiam. Foram eles que fundaram as primeiras civilizações, erguendo cidades de pedra e cristal, criando artes, culturas, e sociedades que refletiam a diversidade dos elementos que os haviam criado.