Capítulo 3 - A Floresta dos Antigos

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Enquanto deixávamos o templo, o ar nas Montanhas Eternas parecia mais leve, mas a sensação de urgência em meu peito apenas aumentava. As palavras de Saphira ecoavam em minha mente, e eu sabia que a jornada para despertar os Arcanos Primordiais não seria fácil. O peso do que estava em jogo era imenso, e cada passo que dávamos parecia nos aproximar de um destino inescapável.

Caminhamos em silêncio por um tempo, as montanhas ao nosso redor imponentes e misteriosas. Samuel estava concentrado, sua mente provavelmente tão ocupada quanto a minha. Sabíamos que a tarefa à nossa frente exigiria mais do que apenas força e magia. Precisaríamos de sabedoria, coragem e, talvez, de um sacrifício que eu não estava pronta para imaginar.

— Bella, — Samuel quebrou o silêncio, sua voz baixa mas firme, — sabemos onde começar a procurar os Arcanos?

Eu parei por um momento, olhando para o horizonte das montanhas, tentando reunir meus pensamentos. As visões que o cristal havia me mostrado ainda estavam frescas em minha mente, fragmentos de lugares e rostos que eu mal conseguia entender. Mas havia uma direção, um sentimento de onde deveríamos ir.

— As visões mostraram um lugar, — respondi lentamente, tentando colocar em palavras o que eu havia visto. — Uma floresta densa, antiga, com árvores tão altas que parecem tocar o céu. Há um rio de águas cristalinas correndo por ela, e nas profundezas dessa floresta, senti a presença dos Arcanos. Eles estão escondidos lá, protegidos pela própria natureza. Esse é o nosso próximo destino.

Samuel assentiu, sua expressão séria.

— A Floresta dos Antigos. Faz sentido. Dizem que é um dos lugares mais antigos de Roux, onde a magia é mais forte e mais pura. Se os Arcanos estão em algum lugar, provavelmente é lá.

Continuamos nossa descida pelas montanhas, o caminho acidentado nos forçando a focar em cada passo. A paisagem ao nosso redor era de tirar o fôlego, mas meus pensamentos estavam distantes, já tentando antecipar o que encontraríamos na Floresta dos Antigos. Havia tantas perguntas sem resposta, tanto ainda a ser descoberto.

Ao alcançarmos as bordas das montanhas, paramos para descansar. O sol estava começando a se pôr, tingindo o céu de laranja e dourado. Aproveitamos a tranquilidade do momento para nos preparar mentalmente o que nos esperava.

Enquanto Samuel cuidava de acender uma pequena fogueira para nos aquecer durante a noite, eu me permiti relaxar por um breve instante, olhando as estrelas que começavam a surgir no céu. O silêncio da noite era reconfortante, mas também me lembrava da vastidão do universo e da pequenez dos nossos problemas em comparação. Ainda assim, o que estávamos enfrentando parecia monumental, uma luta não apenas pela sobrevivência de Roux, mas pela própria essência do que significa existir.

— Saphira disse que esse ciclo é um eterno retorno de criação e destruição, — murmurei, mais para mim mesma do que para Samuel. — É difícil não se sentir esmagada por isso. Mas eu... eu não vou aceitar que Roux seja destruída. Não sem lutar.

Samuel sentou-se ao meu lado, a luz da fogueira refletindo em seus olhos.

— Sei que não vai. E não precisa enfrentar isso sozinha, Bella. Estamos nisso juntos. Seja qual for o destino que nos aguarde, vamos enfrentá-lo.

Eu olhei para ele, sentindo um misto de gratidão e tristeza. Samuel sempre esteve ao meu lado, desde o início. Saber que ele continuaria a me apoiar era um conforto, mas também aumentava meu medo do que eu poderia ter que sacrificar.

— Obrigada, Sammy, — disse, minha voz carregada de emoção. — Sei que o que está por vir não será fácil. Mas com você ao meu lado, sinto que podemos encontrar uma maneira.

O quinto elemento 3 - Destino (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora