back to eighteen

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S/N POV

chego na empresa onde trabalho como recepcionista com o meu copo de café em mãos para começar bem o dia bem e conseguir suportar o meu chefe. Ao bater meu ponto, vou em direção a recepção e ligo o computador para conseguir conciliar e avisar ao próprio sobre os eventos do dia de hoje. Envio um e-mail ao mesmo comunicando sobre a reunião com os servidores da filial de Santa Catarina hoje às 13h30 da tarde. Ele me responde com um "Ok! Traga o meu café."

Reviro os meus olhos e me levanto indo em direção a cafeteira que por sinal fica ao lado da sala do folgado do meu chefe, Eduardo. Bato na porta da sala do mesmo e ouço sua voz me mandando entrar. Entrego o café a ele e, digo que às 9h ele tem um brunch com os sócios da Colombia. Volto para o meu posto e começo a usar o meu celular. Chego a uma publicação falando de um antigo site da minha epóca de faculdade. "Floguinho" é o nome do dito cujo. Após um tempo, resolvo logar na minha conta antiga para rever algumas fotos minhas.

"Qual que era a senha mesmo?" Penso comigo.

Eu tentava lembrar a senha enquanto meu dedo tamborilava nervosamente sobre a mesa. "Qual era a senha mesmo?", repetia mentalmente, imaginando as possíveis combinações que havia usado durante os tempos de faculdade. Depois de várias tentativas falhadas e uma leve frustração começando a surgir, digitei um palpite. Minha surpresa foi imediata quando a tela exibiu a mensagem de login bem-sucedido. "Consegui!", murmurei, me inclinando para mais perto da tela enquanto as memórias começavam a inundar minha mente. Uma fotografia em específico: O primeiro dia na UFCAF.

Quando abri os olhos, tudo parecia diferente. Eu estava de volta ao campus da Universidade Federal de Cafézinhos, mas não era apenas uma lembrança — eu estava realmente lá. O ar fresco, o cheiro familiar de café misturado com o aroma das árvores (e a maconha), e o som das vozes animadas dos alunos ao redor... Era 2008 de novo.

Olhei para baixo e vi minhas mãos mais jovens, vestindo os jeans surrados e a camiseta da universidade que eu costumava adorar. Meu coração começou a acelerar, e eu percebi que estava prestes a reviver aquele dia: meu primeiro dia como caloura.

Respirei fundo, tentando me acalmar, mas a ansiedade me atingiu com força total. Eu sabia o que estava por vir. Estava nervosa, mais nervosa do que me lembrava, mas ao mesmo tempo, havia algo diferente em mim agora. Eu não era mais a mesma garota insegura que estava prestes a enfrentar o pior dia da minha vida. Eu tinha vivido, aprendido, e agora estava de volta com uma segunda chance.

Enquanto caminhava pelo campus, reconheci imediatamente as calouras que, em breve, se tornariam minhas melhores amigas. Anita, com seus cabelos cacheados e sua bolsa repleta de materiais de arte, parecia tão concentrada em observar o ambiente ao redor. Carol, séria e focada, já lia algum material de Medicina enquanto caminhava. E Camila, com sua postura relaxada, segurava um livro de poesia que eu sabia que ela amava.

Antes que eu pudesse me aproximar delas, ouvi uma voz familiar atrás de mim.

— Ei, caloura! – Meu coração quase parou. Era Joel, exatamente como eu me lembrava. Ele estava com o mesmo sorriso malicioso, cercado por outros veteranos. Meu estômago deu um nó, mas desta vez eu estava pronta.

Me virei lentamente para encará-lo, e lá estava ele, com o mesmo olhar desafiador. Eu sabia o que ele iria dizer, o que iria fazer. Eu já tinha passado por isso, mas agora era diferente. Eu tinha uma chance de fazer tudo de outra forma.

— Você parece meio perdida. Precisa de um mapa? – ele disse, como da primeira vez, com um sorriso provocador. A diferença agora era que eu não me sentia mais intimidada.

Respirei fundo e sorri de volta, algo que não tinha feito da primeira vez.

— Acho que não, Joel. Mas obrigada pela oferta. – Eu o encarei diretamente nos olhos, e a surpresa em seu rosto era evidente.

de volta aos 18 || joelOnde histórias criam vida. Descubra agora