《Parte 1.》Capítulo 1. "Jugadora cara"

1 0 0
                                    

1."Jugadora cara"

-Filha, vem comer! -minha mãe me chamava da sala de jantar.

Eu estava no meu quarto brincando de bonecas como sempre, enquanto fingia um casamento. Hesito um pouco mas logo me levanto e vou até a sala de jantar da casa.

-Não estou com fome. -falo tentando inventar uma desculpa pra poder voltar a brincar de bonecas.

-Não me venha com essa, é hora do almoço. Você sabe como essa refeição é importante. -minha mãe dizia.

Meu pai assistia ao programa de esportes enquanto almoçava na mesa, enquanto minha tia e tio estavam na mesa almoçando também.
Dali uns segundos, meu primo apareceu da sala.

-Mãe, eu vou poder ir pro jogo? Vai por favor diz que simmm!?!?!? -meu primo perguntava a sua mãe, minha tia.

-Ah -ela suspirou -Juan, eu já te disse que não.

-Ah mãe, mas por que não?? -o garoto insiste.

-É perigoso. Você nunca foi jogar nesse lugar e não conhece ninguém de lá. -minha tia explicou.

-Mas mãe! -Juan é interrompido por meu tio.

-Você só iria se tivesse uma outra pessoa pra te acompanhar. Sozinho você não vai. -ele responde simples enquanto olha pra TV.

-Acompanhante é? Hmm.... -ele me olha.

-Não olha pra mim. -eu falo já sabendo que ele vai tentar me puxar.

-Sim, por favor vai, o que que custa? Faz essa pro seu priminho?? -ele implora de joelhos na minha frente.

-Eu não gosto de futebol! -insisto.

-Eu sei que não gosta! Você só gosta de brincar com aquelas bonecas chatas e sem graça e ficar inventando histórias de contos de fadas com elas. -ele fala me deixando corada.

-Cale a boca! -falo e logo sou interrompida por minha mãe.

-Olhe a boca Laura! -ela briga comigo.

-Tia, tia, você deixa a Laurinha ir comigo? -Juan pergunta pra minha mãe.

-Deixo, por que não? -minha mãe responde.

-Só cuide dela. -meu pai retrucou.

-Claro! Vou cuidar dela sim, obrigada tio e tia! -ele diz feliz me puxando pra almoçarmos.

Depois que fizemos a refeição, nós esperamos um tempinho e Juan me puxou pra irmos até o campinho de futebol que ficava a mais ou menos um km da casa dele. Éramos duas crianças de 9 anos caminhando sozinhas às 3 da tarde num dia ensolarado em Buenos Aires, na Argentina.

Enquanto atravessamos a rua pra chegar até o campinho, eu pude ver vários garotos lá dentro do local aberto jogando. Entramos no campo pequeno e Juan cumprimentou os meninos de longe, pois ainda não conhecia eles, e eu fiz o mesmo.
Juan disse pra mim sentar no chão num canto e assim eu fiz, enquanto começava a assistir o jogo.

"Passa pra mim, passa pra mim!" "Aqui, aqui!" "Não!" "Golll!!"

*Ah, eu não aguento mais isso, só quero ir pra minha casa pra voltar a brincar de bonecas.* -pensei.

El jugador soñadoOnde histórias criam vida. Descubra agora