16~Jung-woo?

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Logo após, eu e Kai vamos para a sala de nosso departamento. Ele e Shin discutiam sobre algo da investigação. Enquanto eu estou na minha mesa, sentado e olhando para as minhas mãos. "Caramba... Pela primeira vez toquei em peitos...". Solto um sorriso orgulhoso. "Tá que eram de uma cadáver, mas não deixa de ser de uma mulher..."

- Do que está pesando? - Shin surge do nada, me fazendo quase pular da cadeira, mas consigo esconder o susto que levei.

- Ah, não é nada. Eai? Conseguiram algumas informações extras?

- Pior que não. - diz Kai. - Só achamos o endereço antigo dela.

- Sério?... Onde era?

- Em Jeju.

- Jeju? É lá no fim do mundo!

- Ah, para. - diz Shin. - Nem é tão longe assim.

- Então é melhor já nos prepararmos, né?

- Sim, também seria ótimo comermos alguma coisa antes, estou morto de fome... - reclama Kai.

- Conheço um restaurante de carne bovina maravilhosa aqui por perto, vamos lá? - pergunta Shin. - Eu tenho dinheiro o suficiente!

Vamos para o carro, Kai dirige. Eu observava as chamas dançarem na grelha enquanto a carne bovina assava lentamente. O aroma delicioso preenchia o restaurante, criando um ambiente acolhedor, apesar da tensão que pairava sobre nossa mesa. Kai estava ao meu lado, mexendo distraidamente em seu copo de soju, enquanto Shin olhava fixamente para a carne, perdida em pensamentos.

- Então, o que vocês acham do Pyeong Hyun-soo? - perguntei, quebrando o silêncio. - Ele realmente pode ser o Serial Killer?

Kai suspirou, finalmente levantando os olhos.

- Tudo aponta para ele. As evidências, os padrões... Mas algo não se encaixa. Ele parece... muito óbvio.

Shin assentiu, ainda sem desviar o olhar da grelha.

- Concordo. É como se estivéssemos sendo conduzidos a acreditar que é ele. Mas e se for uma armadilha?

- Uma armadilha? - perguntei, intrigado. - Quem estaria por trás disso?

- Pode ser alguém que quer desviar nossa atenção. - respondeu Shin, pegando um pedaço de carne com os hashis. - Alguém que sabe como manipular as evidências.

A carne estava pronta, e começamos a comer em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Após alguns minutos, Shin quebrou o silêncio novamente.

- Lee, você sabia que meu irmão, Shin Min-ho, está trabalhando em um projeto importante nos Estados Unidos, certo? - ela perguntou, olhando para mim.

- Sim, eu lembro. - respondi, uma lembrança surgindo na minha mente. - Min-ho, você disse? Eu ouvi boatos de que meu irmão adotivo, Kim Jung-woo, pode estar vivo e andando com um tal de Min-ho. Será que...?

Shin olhou para mim, surpresa.

- Você acha que pode ser o mesmo Min-ho? O que ele estaria fazendo com seu irmão?

- Não tenho certeza. - respondi, minha mente correndo com possibilidades. - Mas se for o mesmo Min-ho, isso pode mudar tudo. Precisamos descobrir mais sobre isso.

Kai nos observava atentamente, seu olhar se estreitando.

- Se há uma conexão entre Min-ho e Jung-woo, isso pode ser a chave para entender o que está acontecendo. Precisamos investigar isso mais a fundo.

- Concordo. - disse Shin, pensativa. - Vou tentar entrar em contato com meu irmão e ver o que ele sabe. Talvez ele possa nos dar alguma pista.

- Enquanto isso, vou procurar mais informações sobre Pyeong Hyun-soo. - sugeriu Kai. - Precisamos ter certeza de que não estamos sendo enganados.

A conversa continuou, cada um de nós contribuindo com pedaços de informação e teorias. O dia avançava, mas a sensação de que estávamos nos aproximando de algo grande nos mantinha alertas. O mistério de Pyeong Hyun-soo e as conexões inesperadas entre nossos entes queridos estavam se entrelaçando de maneiras que nunca poderíamos ter previsto.

Shin revirava a bolsa, uma expressão de frustração crescendo em seu rosto.

- Eu tinha certeza de que o dinheiro estava aqui. - murmurou, mais para si mesma do que para nós. - Meu irmão me deu o suficiente para cobrir a conta, mas parece que 10% do valor sumiu.

Kai franziu a testa.

- Você tem certeza? Talvez tenha deixado em outro lugar.

- Não, eu verifiquei duas vezes antes de sair de casa. - respondeu Shin, suspirando. - Isso é estranho.

Eu me levantei, tentando aliviar a tensão.

- Não se preocupe, Shin. Eu pago a conta desta vez. - Sorri, tentando parecer despreocupado, embora meu bolso não estivesse exatamente cheio. - Afinal, é sempre bom ser o herói de vez em quando.

Kai riu.

- Herói? Você só quer uma desculpa para se gabar depois.

- Exatamente. - respondi, piscando para ele. - Vou ao caixa resolver isso.

Caminhei até o caixa, ainda sorrindo, embora um pouco "triste" por ter que pagar a refeição. Quando cheguei lá, um homem apareceu ao meu lado. Ele tinha uma aparência familiar, algo que fez meu coração acelerar. Ele lembrava muito meu irmão adotivo, Jung-woo.

Nós trocamos olhares demorados, tentando decifrar um ao outro. O homem sorriu, um sorriso que eu conhecia bem.

- As pessoas realmente se apaixonam rápido por mim, mesmo. - disse ele, com um tom brincalhão.

Eu fiquei sem palavras por um momento, tentando processar o que estava acontecendo.

- Jung-woo? - perguntei, minha voz quase um sussurro.

Ele apenas sorriu novamente e se afastou, desaparecendo na multidão antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa. Fiquei ali, parado, tentando entender se aquilo tinha sido real ou apenas minha imaginação.

Voltei para a mesa, ainda atordoado. Shin e Kai me olharam com curiosidade.

- O que aconteceu? - perguntou Kai.

- Eu... acho que vi Jung-woo. - respondi, ainda tentando encontrar as palavras certas. - Ele estava no caixa, ao meu lado. Disse algo estranho e foi embora.

Shin arregalou os olhos.

- Você tem certeza? Pode ter sido alguém parecido.

- Eu não sei. - admiti, sentando-me novamente. - Mas parecia muito com ele. Precisamos descobrir mais sobre isso. Talvez ele esteja realmente vivo.

Kai olhou para mim, sua preocupação evidente.

- Vamos encontrar a verdade, Lee. Não importa o que aconteça.

Continua...

𝐏𝐄𝐑𝐈𝐆𝐎 𝐄𝐌 𝐒𝐄𝐔𝐋: 𝒖𝒎 𝒄𝒂𝒔𝒐 𝒅𝒆 𝑺𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍 𝑲𝒊𝒍𝒍𝒆𝒓 1Onde histórias criam vida. Descubra agora