LET ME LOVE YOU until you learn to love yourself | SEUNGBIN

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A cortina do quarto foi aberta com pouquíssimo jeito pela figura cuja franja já estava grande demais quase cobrindo os olhos pequenos e astutos. Se a intenção era ser silenciosa, a pequena Anya ainda precisaria treinar mais algumas vezes e percebeu isso quando o seu pai baixou a cabeça num sorriso de desistência.

Segurando as alças da bandeja, Changbin acenou pra que ela fosse em frente com o plano, mesmo tendo esse pequeno contratempo que fez com que a pessoa na cama despertasse antes do programado.

– Parece que alguém ainda não sabe como fazer surpresas. – A mulher de longos fios loiros sorriu quando a pequena ficou próxima o suficiente pra lhe dar um beijo na bochecha. – Ah mas que mãozinha gelada!

– O papai mandou lavar o rosto! – Apontou para o acusado que deu de ombros apoiando a bandeja sobre as pernas da esposa enquanto ela se sentava.

– A mamãe iria ter um susto se você viesse aqui com esse bafinho! – Changbin apertou o nariz da filha que respondeu com uma caretinha que fez a mãe rir.

Elas eram idênticas, o que deixava a mãe cheia de satisfação depois de ver todas as suas amigas carregando cópias exatas dos pais dos seus filhos. Mais satisfeita ainda por que Changbin perdeu a aposta que fizeram quando ele disse que Anya teria a cara dele. A franja reta e a ponte do nariz fino não deixavam dúvidas, mas ambos tinham que concordar que a personalidade da pequena de três anos era toda herança do pai.

– O papai tem presente pra você. – Falou com a mãozinha cobrindo o rosto pra que o pai não a ouvisse.

– Anya! – Ela riu se encolhendo ao lado da mãe na cama quentinha. – Você realmente não sabe guardar um segredo!

– O que é? – A mãe incitou pra que ela fosse em frente, colocando o cabelo atrás da orelha pra ouvir o segredo.

Anya não sabia que segredos deveriam ser sussurrados então falou alto no ouvido da mãe o que fez os dois adultos rirem. Eles admiravam cada coisa que a pequena fazia, desde entrar no carro contando como havia sido o dia na escola até as palavras erradas que de uma hora pra outra ela falava certo fazendo com que eles percebessem que o tempo estava passando e a menina estava crescendo.

– A gente vai numa miragem! – Ela disse com a maior das empolgações. O sorrisinho enrugando o nariz assim com o pai fazia.

– E você sabe o que é uma miragem? – Sohee perguntou erguendo a sobrancelha enquanto encarava o marido que ria fraco.

– É uma viagem Anya! – Changbin empurrou o corpinho contra os travesseiros fazendo a pequena gargalhar. – Viu só, ficou com pressa pra subir e nem me ouviu direito.

– Aaaah ta. – Ela riu tentando se desvencilhar das cócegas do pai.

– Quer dizer então que nós vamos fazer uma viagem? 

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Changbin despertou com um susto quando o metrô parou fazendo o seu corpo escorregar para o lado. A primeira coisa que fez foi olhar pra baixo, a mão da sua filha ainda estava presa à sua repousando sobre a sua perna e respirou aliviado. Olhou pro lado pra encontrar a pequena ainda concentrada no livro de desenhos que lia apoiado no colo.

Ele puxou o ar, irritado consigo mesmo por ter aquela lembrança dolorosa de dois anos atrás atravessando sua mente, atrapalhando o seu cochilo assim como atrapalhou sua vida e a de sua filha por tanto tempo.