Fernanda
O que eu estava fazendo? Deixando que ele segurasse a minha mão e sorrindo feito uma idiota por qualquer coisa que ele dissesse. Ao menos já estávamos na sobremesa e eu poderia ir embora e esquecer daquele garoto para sempre.
Ele não havia dito mais nada após eu simplesmente ignorar seus elogios e eu suspirei aliviada ao perceber que o meu sorvete de limão havia acabado.
— Eu preciso ir.
— Não faço ideia de que horas são mas tenho certeza que ainda não é meia noite, Cinderela. — Escutei sua risada baixinha, aquilo era uma referência ao dia em que havíamos nos conhecido.
— Eu já te disse o que eu penso sobre tudo isso. — Suspirei. — Promete que vai parar de me procurar assim que eu sair daqui?
— Com uma condição. — Revirei os olhos, eu esperava que aquela não fosse mais uma ideia maluca dele. — Pode se levantar e segurar a minha mão? Preciso saber onde você está.
Por mais que eu tivesse receosa, me levantei e caminhei para o lado da mesa. Senti suas mãos tocarem as minhas e logo percebi que estávamos próximos demais, eu sabia bem o que ele iria fazer mas eu não iria impedi-lo.
Fiquei na ponta dos pés para alcançar o garoto alto e logo suas mãos seguraram o meu maxilar, me puxando para um beijo. Ficamos naquele toque de lábios por alguns segundos, até que ele finalmente pediu passagem para a língua.
Por mais desconfortável que fosse pela diferença de altura, a sensação era incrível e fazia com que as borboletas no meu estômago entrassem em guerra. Assim que nos separamos, eu senti uma necessidade enorme de puxá-lo de volta mas eu sabia que eu não deveria.
Por mais parecida que fosse a minha vida com a da Cinderela, aquilo não era um conto de fadas e sim a vida real, ele não era meu e tudo acabaria na manhã seguinte.
— Você pode ficar? Mesmo que seja por mais alguns minutos, eu não quero que...que isso acabe agora. — Ele sussurrou, passando as mãos pelo meu cabelo de forma desajeitada.
— Eu não entendo! Por que ainda insiste em mim? Tem tanta gente atrás de você Richard, sinceramente, você é maluco. — Escutei sua risada baixinha, fazendo com que o seu sorriso viesse a minha mente já que a escuridão me impedia de enxerga-lo.
— Você faz eu me sentir único e eu realmente não sei o porquê. — Ele contornou os meus lábios com os dedos, ele estava me imaginando? — Eu estava perdido mas você me achou.
— Eu não acredito nisso, você nunca viu o meu rosto e só conversamos duas vezes pessoalmente. — Afastei suas mãos do meu rosto e então dei um passo para trás. — Vocês homens são uns idiotas! Mas saiba que você não vai me enganar com esse papo ridículo.
— Fedora eu...
— Esse nem é o meu nome, por Deus. — Disparei, só então me dando conta do quão confuso ele havia ficado. — Não venha atrás de mim quando eu sair, é sério.
Me afastei dele e então corri para a porta, assim que a abri eu pude perceber que estava em outra sala tão escura quanto e abrindo mais uma porta, eu estava finalmente no corredor do restaurante.
Deixei dinheiro sob o balcão sem nem me importar com o troco e então saí correndo antes que o garoto pudesse vir atrás de mim.
Eu não iria deixar ele brincar com o meu coração, não mesmo.
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cinderela, richard rios.
Romance"eu tenho a madrasta má, as duas irmãs invejosas e agora o príncipe." onde fernanda era a cinderela do século vinte e um. 𝗼𝗿𝗶𝗴𝗶𝗻𝗮𝗹: vxndijk 𝗮𝗱𝗮𝗽𝘁𝗮𝘁𝗶𝗼𝗻: s-savxrroni 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘁𝗲𝗱: 22.O7.2O24 𝗳𝗶𝗻𝗶𝘀𝗵𝗲𝗱: