Christopher estava debruçado sobre a cama, totalmente entediado e sem muito para fazer. Até que uma batida, que seria sempre descrita como um "toc toc" foi ouvida do outro lado.
Óbvio, seu quarto não era tão distante da porta de entrada, mas também não era ao lado.Ainda sentindo-se preguiçoso, levantou-se para atender enquanto se perguntava "quem seria a essa hora?". Eram 22:00, estava tarde, chovendo, e ele não estava esperando ninguém naquele momento.
Se aproximou da porta da frente, o barulho de respingos da chuva caindo no chão ficando ainda mais forte assim que ele abriu e viu ali sua namorada, encharcada. Seu óculos estava molhado, obviamente não devia estar vendo muita coisa em sua frente com a lente cheia de água.
Não pensou duas vezes, para falar a verdade, nem pensou, segurou a garota pela mão de forma delicada e a puxou para dentro fechando a porta atrás de si. Ele sabia que ela nunca iria para a casa dele sem permissão dos pais que eram rígidos, então na certa ela tinha tido algum problema. — O que houve? Está tudo bem? — Perguntou com um olhar preocupado, queria ouvir um "estou ótima" ou algo parecido, mas sabia que não podia.
— Eu não aguento mais, Chan. Não quero mais ficar em casa. — Yasmin disse, tentando controlar o choro que só era perceptível pelo olho ligeiramente vermelho que a lente de seu óculos escondia. — Brigaram de novo? — e mesmo perguntando, Banhg não obteve uma resposta. Bom, aquele silêncio desconfortável respondia por si só... Chan a abraçou e confortou-a em seus braços, consequentemente ficando encharcado também, mas ele não liga.
Não ligaria de ficar molhado por conta de sua namorada, ela era mais importante que simples poças d'água em sua blusa, era mais importante que tudo, e sem ela, ele não sentiria absolutamente nada.
Devagar, foi afastando o abraço, não deixando de trocá-la. Entrelaçou seus dedos nos dela e sugeriu um banho quente, e de fato, ela precisaria de um banho...Não para se limpar da chuva, era mais pra relaxar, e tirar todo aquele gelado que sentiu do vento no caminho da sua casa até a de Chris.
Poderia muito bem acompanhar sua amada e conversar com ela durante o banho, mas não tinha vontade de desconforta-la, então apenas a disse para se preparar enquanto ele esquentava a banheira....
Passou-se um tempo, a banheira estava pronta, e Yasmin entrou ainda tremendo um pouco pelo frio. Chris queria poder acompanhar ela, cuidar dela em cada mínimo segundo, mas como dito antes, não queria deixá-la desconfortável. Esperou ela terminar, atento a porta do banheiro. Não queria deixar ela sozinha, queria que ela se sentisse segura ao seu lado.
Assim que a menina saiu, Chan se aproximou. — Amor, eu deixei algumas roupas minhas em cima da cama. Você pode usar. — Afirmou, vendo a garota balançar a cabeça devagar em forma de concordância. Yasmin adentrou no quarto, vendo a roupa quentinha que Chan havia deixado para ela. Era uma blusa que certamente ficaria um tanto grande nela, não muito a ponto de virar vestido, mas claramente era um pouquinho maior. Se vestiu com ela e a bermuda dele, e tinha a opção de usar um casaco dele...Estava com frio ainda, então não desperdiçou a ocasião.
Saiu do quarto um pouco tímida, como se sentisse vergonha de ter aparecido na porta do namorado de repente. Chris estava na porta do quarto, apenas esperando por ela, e a recebeu com uma pequena curva nos lábios. Abraçou a mais nova, e depositou um beijinho em sua testa. — Quer contar o que houve? — falou baixinho, ainda beijando um pouco mais a testa dela enquanto sua destra acariciava de leve o cabelo levemente molhado do banho.
— Eu ... Podemos só ficar um tempo aqui? Falo sobre depois. — Claro que Christopher não iria discordar. Assentiu que sim e a levou para o quarto novamente, ligando a tv.
— Quer assistir o quê? — perguntou.
— Não sinto vontade de assistir nada, Chan.— Quando a ouviu dizer isso, desligou a TV de imediato e abraçou a garota.
— Eu te amo. — Era tudo que conseguia dizer à ela no momento. E recebeu um "Eu também" como resposta.Passaram-se alguns minutos, talvez até meia hora. Chris só sabia acariciar Yas, que ainda parecia um pouco incomodada com seja lá o que tenha acontecido mais cedo.
Começou a cantarolar uma música, o que a confortou mais e acalmou a agitação que ela sentia. Assim que percebeu que ela havia adormecido, a cobriu com a coberta e sussurrou. — Acho que minha vida só vale a pena por sua causa. "Eu te amo, muito." E por fim, deixou um selar em seus lábios, se aconchegando ao lado dela e dormindo.
Não se importava com o que havia acontecido, mas sabia que precisava mantê-la ali, e que ela precisava dele.