Capítulo 8: Ecos do Passado e Gestos Proibidos

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Sukuna não conseguia desviar os olhos de Megumi. A quietude da noite era quebrada apenas pela respiração suave do feiticeiro de sombras ao seu lado, que dormia profundamente. Era raro para Sukuna ter um momento de tranquilidade como aquele, onde ele podia observar sem a urgência do caos ou da luta. Ele se recostou no travesseiro, pensativo, os olhos vermelhos cravados em cada detalhe do rosto adormecido de Megumi.

"Por que ele?" Sukuna se perguntava repetidamente. O interesse que ele sentia por Megumi era uma incógnita, uma chama que ardia silenciosa e confusa em seu peito. Ele tinha visto tantos humanos ao longo dos séculos, mas Megumi era diferente. Ele não sabia por que o jovem feiticeiro mexia com ele dessa forma, mas sabia que, de alguma maneira, queria a atenção dele.

Sukuna passou a noite inteira maquinando maneiras de conquistar essa atenção, perdido em pensamentos e estratégias. Já que Yuuji acordava tarde, ele tinha horas para si, sem interrupções. O silêncio da madrugada era confortável, e o ar fresco da manhã que se aproximava acalmava seus pensamentos, dando-lhe a sensação de que poderia fazer o que quisesse, sem pressa.

Quando o relógio marcou 6h da manhã, Megumi começou a se mexer, ainda meio adormecido. Ele sentiu algo suave, um toque diferente na pele. Sukuna estava acariciando seus cabelos de forma gentil, algo que ele nunca imaginaria o Rei das Maldições fazendo. Com os olhos ainda pesados de sono, Megumi se virou, e seu olhar encontrou o de Sukuna.

Megumi arregalou os olhos, o coração disparando com a surpresa. "S-Sukuna?" ele gaguejou, dando um pequeno salto na cama. Ele não sabia o que esperar; o terror e a desconfiança eram suas primeiras reações.

"Calma, feiticeirozinho," Sukuna respondeu com um sorriso divertido, os dedos ainda brincando com os fios de cabelo de Megumi. "Relaxa. Não vou fazer nada."

Megumi piscou, ainda tentando processar a situação. Ele considerou se afastar, mas algo na expressão de Sukuna, a calma incomum, o fez hesitar. Ele se permitiu relaxar novamente, deitando de volta ao travesseiro. Os toques eram reconfortantes, de uma maneira inesperada e perturbadora. Sukuna continuou, agora acariciando levemente as costas de Megumi, um gesto quase natural, que fez o jovem se arrepiar.

Sukuna puxou Megumi para mais perto, enlaçando-o em um abraço. Megumi estranhou a proximidade e a intimidade repentina, mas não reclamou. Ele estava confuso sobre como se sentia, e uma parte de si queria acreditar que era apenas um momento incomum e passageiro.

Enquanto Megumi estava imerso nesse novo tipo de conforto, seus pensamentos começaram a vagar. Ele lembrou-se de tudo o que havia acontecido no futuro: as perdas, a dor, as traições. Sukuna era parte de tudo isso, um vilão incontornável em sua história, mas agora que Megumi havia voltado para o passado, ele tinha a chance de mudar o curso das coisas. Talvez, só talvez, ele pudesse até mudar Sukuna.

Sukuna, por sua vez, percebeu a expressão distante de Megumi, os olhos escuros olhando para um ponto fixo, perdido em pensamentos. Sem avisar, ele inclinou-se e depositou um beijo suave na bochecha de Megumi, o que fez o jovem feiticeiro se sobressaltar, voltando bruscamente à realidade.

"S-Sukuna!" Megumi exclamou, o rosto esquentando ligeiramente. Ele não sabia como reagir a esse tipo de gesto vindo do Rei das Maldições. Sukuna apenas sorriu com um ar travesso.

"Você pensa demais, Megumi," Sukuna disse, o tom de sua voz soando quase como um ronronar. "Relaxe um pouco. Você merece."

Megumi franziu o cenho, tentando processar as palavras e o tom sincero, algo que ele não esperava. "Desde quando você se importa com isso?" ele questionou, sua voz carregada de desconfiança, mas sem agressividade.

"Desde sempre," Sukuna respondeu, quase provocativamente, enquanto seus dedos continuavam a acariciar Megumi. "Você é especial, Megumi. E, honestamente, não sei por que você não percebe isso."

Megumi sentiu um rubor subir em seu rosto. Ele não estava acostumado com elogios, muito menos de Sukuna. Ele tentou manter a expressão séria, mas o embaraço era evidente. Sukuna notou a reação sutil, o pequeno tremor nas mãos de Megumi, e decidiu pressionar mais, se divertindo com a situação.

"Olha só, o feiticeiro de sombras ficando tímido," Sukuna provocou, com um sorriso malicioso. "Não precisa ficar envergonhado. É fofo."

Megumi fechou os olhos, tentando se acalmar e ignorar a provocação, mas seu rosto queimava. Ele estava prestes a se afastar, mas antes que pudesse reagir, Sukuna começou a fazer cócegas em sua cintura, aproveitando o momento de distração.

"P-Pare, Sukuna!" Megumi riu, tentando afastar as mãos do outro, mas sem sucesso. Ele se contorceu na cama, gargalhando de forma genuína, algo raro de se ver.

Sukuna finalmente parou, mas ao invés de se afastar, ele puxou Megumi ainda mais perto, segurando-o com firmeza. Megumi sentiu seu rosto se pressionar contra o pescoço de Sukuna, e o calor do corpo do Rei das Maldições o envolveu completamente. O gesto era estranho e íntimo demais, mas Megumi não se moveu.

"Descanse, Megumi," Sukuna murmurou em seu ouvido, quase como uma ordem suave. Megumi hesitou, mas o cansaço e a confusão dos últimos dias pesaram em suas pálpebras, e ele decidiu obedecer. Ele fechou os olhos lentamente, permitindo-se ser confortado pelos gestos gentis e inesperados de Sukuna.

Um tempo depois, enquanto Megumi dormia novamente, Yuuji começou a acordar. Ele piscou, ajustando-se à luz suave da manhã e, ao se dar conta da posição em que estava, franziu o cenho. Ele estava envolto nos braços de Megumi de uma maneira surpreendentemente íntima, o que era bem estranho. Eles poderiam ter se movido no sono, mas a sensação era incomum, principalmente porque Megumi raramente se permitia esse tipo de proximidade.

Yuuji se afastou lentamente, tentando não acordar Megumi, que murmurou algo em seu sono. Ele ouviu vagamente o nome "Sukuna", o que o deixou desconfiado, mas ele não tinha certeza do que poderia significar. Com um suspiro, ele se levantou, vestiu suas roupas e saiu do quarto, deixando Megumi descansar um pouco mais.

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Ao chegar na cozinha, Yuuji encontrou todos já sentados, comendo em silêncio. Ele se sentou à mesa, pegando um pão e mastigando lentamente. O clima estava mais tenso do que o normal, mas ninguém dizia nada. Nobara, que já estava inquieta, decidiu quebrar o silêncio.

"E o Megumi?" Nobara perguntou, tentando soar casual, mas sua voz transparecia preocupação. "Ele ainda está dormindo?"

Yuuji assentiu, tomando um gole de suco antes de responder. "Sim, ele ainda está dormindo. Eu dormi no quarto dele ontem."

Os outros se entreolharam, um misto de surpresa e desconfiança nos olhos de cada um. Megumi raramente deixava alguém dormir no mesmo quarto que ele, especialmente Yuuji. Era fora do comum, e considerando tudo o que havia acontecido recentemente, a situação parecia ainda mais suspeita.

"Isso é... incomum," Maki comentou, franzindo as sobrancelhas. "Megumi sempre acorda cedo. E ele deixar você dormir lá... Algo está errado."

Yuuji deu de ombros, tentando parecer despreocupado. "Ele deve estar cansado, só isso. A gente só... dormiu, nada demais."

Os olhares trocados entre os amigos mostravam que ninguém estava totalmente convencido. O comportamento recente de Megumi e Yuuji era estranho demais para ser ignorado, e a ideia de Sukuna ter alguma influência sobre ambos era algo que não podiam simplesmente descartar.

Enquanto a conversa continuava em tons baixos e desconfiados, todos sabiam que algo estava mudando. Os laços de confiança estavam tensos, e a presença de Sukuna era um lembrete constante de que eles precisavam estar sempre atentos. Naquela manhã, o grupo se viu dividido entre a necessidade de proteger seus amigos e a incerteza de não saber o que se passava na mente de cada um ou o que estava acontecendo.

































1318 palavras, comecei a escrever ontem aí terminei hj de tarde, mas esqueci de postar aí fiz uns últimos ajustes e finalmente postei o próximo cap hehe 🙌🙏

through the time / sukufushi Onde histórias criam vida. Descubra agora