quatro; desvendando novas cores.

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  A SEMANA PASSOU em um borrão de ansiedade e expectativa. Eu ainda não conseguia acreditar que tinha aceitado fazer parte do clube de arte, era como se eu embarcasse em algo completamente fora da minha zona de conforto, mas, de algum jeito, a ideia de passar mais tempo com Sunghoon fazia isso parecer menos assustador.

Quando o dia finalmente chegou, eu me senti estranho, como se estivesse prestes a entrar em um território desconhecido. A sala do clube de arte estava silenciosa quando cheguei, apenas o som suave dos pincéis contra a tela quebrava o silêncio. Sunghoon estava lá, claro, já imerso em seu trabalho.

⸻ Ei, Sunoo! Você veio! ⸻ Sunghoon levantou o olhar da tela, um sorriso genuíno nos lábios. Era um sorriso que fazia meu estômago dar voltas, embora eu tentasse ignorar essa sensação.

⸻ Eu disse que viria, não disse? ⸻ tentei soar confiante, mas meu nervosismo estava evidente. Ele se levantou e veio até mim, me entregando um bloco de desenho e um lápis.

⸻ Aqui, você pode começar com isso. Só desenhe o que vier à mente, não precisa ser nada elaborado.

Peguei o bloco com cuidado, como se fosse algo precioso. Olhei para a folha em branco, sem ter ideia do que desenhar.

⸻ Nem sei por onde começar. ⸻ admiti, sentindo o rosto esquentar pela quadragésima vez em que estive perto desse cara.

⸻ Só deixe sua mão se mover. Não pense demais e nem se preocupe muito. ⸻ Sunghoon riu suavemente, como se estivesse esperando por isso.

Assenti, mas as palavras dele não foram de grande ajuda, a pressão para criar algo parecia estar me esmagando. Olhei de soslaio para Sunghoon, que já estava de volta à sua tela, totalmente concentrado em seu trabalho. Ele parecia tão à vontade, tão natural... como conseguia fazer isso parecer tão fácil?

Finalmente, decidi começar com algo simples. Desenhei um círculo, depois outro, e aos poucos os círculos se transformaram em formas mais complexas, mas nada fazia muito sentido para mim.

Isso é bobagem. ⸻ pensei, já pronto para desistir.

Mas então, olhei para Sunghoon novamente. Ele estava tão focado que parecia estar em outro mundo. Havia uma serenidade nele que me fez parar. Talvez... talvez não fosse sobre o desenho em si, mas sobre o processo. Sobre se perder no que se está fazendo.

Respirei fundo e tentei relaxar. Deixei minha mão se mover sem pensar muito, apenas seguindo o fluxo. Aos poucos, as formas começaram a se transformar em algo mais orgânico, algo que eu não tinha planejado, mas que parecia certo. Não era perfeito, longe disso, mas pelo menos era meu.

⸻ Como tá indo? ⸻ a voz de Sunghoon me trouxe de volta e percebi que ele estava espiando por cima do meu ombro.

⸻ Por enquanto, tudo bem, eu acho. ⸻ respondi, ainda inseguro sobre o que tinha feito. Ele olhou para o meu desenho por alguns segundos, e então sorriu.

⸻ É ótimo, Sunoo. Você tem um jeito próprio de se expressar e é isso que importa.

⸻ Sério?

⸻ Sério. ⸻ o Park disse, com tanta certeza que me fez querer acreditar nele ⸻ A arte é pessoal. Não importa o que os outros pensam, contanto que você esteja colocando algo de si mesmo nela.

Nunca tinha pensado na arte dessa maneira. Sempre achei que era algo que exigia talento, técnica, algo que eu claramente não tinha. Mas as palavras desse cara... elas tinham um peso que eu não conseguia ignorar.

⸻ Obrigado, Sunghoon. ⸻ murmurei, sentindo uma pequena chama de confiança se acender dentro de mim.

⸻ De nada. Eu tô feliz que você decidiu se juntar a nós. ⸻ o mais velho sorriu novamente, aquele sorriso que parecia iluminar tudo ao redor.

Conforme a tarde avançava, me deixei levar pelo ambiente. A sala do clube de arte tinha uma atmosfera tranquila e quase meditativa, as pinceladas, os traços de lápis, o som dos papéis sendo manuseados, tudo contribuía para uma sensação de paz que eu não sabia que estava precisando. De vez em quando, eu olhava para Sunghoon, que estava tão absorto em seu trabalho. Ele era popular, talentoso, alguém que parecia ter tudo, mas ao mesmo tempo, havia uma gentileza, uma profundidade que eu não esperava.

Percebi que apesar de todos os mal-entendidos e das situações estranhas que tínhamos vivido nas últimas semanas, eu estava começando a ver o Sunghoon de uma maneira diferente. Não como o garoto popular que todos admiravam, mas como alguém que eu mesmo estava começando a admirar por razões que iam além da superfície.


Quando finalmente terminamos por aquele dia, Sunghoon olhou para mim com um sorriso satisfeito.

⸻ Foi bom, né? Você devia vir mais vezes.

⸻ Sim, acho que sim. ⸻ disse em resposta, ainda meio incerto sobre o que tudo aquilo significava.

⸻ Então, até a próxima sessão. ⸻ ele se despediu pegando suas coisas e saindo da sala. Eu fiquei lá por um momento, olhando para o meu desenho, tentando processar tudo o que havia acontecido.

Não sabia bem o que estava acontecendo comigo, mas minha vida estava mudando, e Sunghoon era a razão disso. Algo dentro de mim estava despertando, algo que eu não sabia que existia. E, pela primeira vez, eu estava curioso para ver onde isso me levaria.

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my trouble romance ✧ sunsunOnde histórias criam vida. Descubra agora