Desejo e Conflito

Capítulo I - Realeza

Estava acontecendo a 43° reunião anual do reino naquele castelo. Os lordes e representantes das cortes e regiões inferiores estavam todos presentes, restava apenas a chegada dos magos. O rei do centro-norte de Glovakia estava em seu trono, observando todos no salão com um olhar simpático. Ao seu lado, estava de pé o príncipe Alex, com sua feição indiferente e tediosa de sempre. Nada que tinha naquelas reuniões o interessava, nenhuma pessoa ou assunto eram considerados relevantes por ele. À primeira vista, ele parecia ser uma pessoa bem difícil de lidar.

O lugar não estava tão cheio como estaria se aquilo fosse um baile. Haviam cerca de apenas 20 indivíduos presentes, os lordes e suas esposas, e os 6 magos, já que a última maga ainda não tinha chegado. Depois de um tempo, quando todos estavam reunidos e conversando entre si, a porta principal se abre bruscamente. Todos se voltam para a porta, surpresos. E lá estava ela, a habilidosa maga da Escuridão Eterna, Elowen. Ela vestia uma túnica preta detalhada de estrelas e flores prateadas, além de um cinto que destacava sua cintura. Entrou meio desajeitada, mas arrumou sua postura e ficou séria, reverenciando à frente de todos de uma forma graciosa.

- Saudações, peço perdão pelo meu atraso, senhores, tive alguns contratempos durante o caminho. Certamente isso não me trará uma boa primeira impressão, mas espero que eu possa ser perdoada. Eu sou a Elowen, a 7° maga do reino. - A voz dela soou suave como uma brisa de vento na primavera, levantou seu olhar para todos assim que terminou de falar, mostrando um sorriso contagiante.

O rei Dalibur se pôs de pé em frente ao trono, aparentemente interessado nela assim como a maioria no salão a olhava com curiosidade. Ele passou a mão pela própria barba grisalha antes de finalmente começar a falar.
- Ora, é um prazer ter a sua presença aqui, Elowen. Você pessoalmente é tão encantadora e agradável como os magos haviam me contado. Seja bem-vinda aqui, Elowen. - Ele bate palmas, como se fosse um sinal para todos fazerem o mesmo. No salão havia muitas pessoas a olhando com encanto, mas algumas também tinham um olhar torto para ela.

E o que o rei tinha dito era verdade, a beleza dela era única. Sua pele era bronzeada e delicada, o que destacava seus cabelos encaracolados e negros, reluzentes como uma pedra de obsidiana polida. E seus olhos pareciam ter milhares de galáxias brilhando dentro dele. Elowen, agradecida pelas saudações que lhe davam com as palmas, se curvou mais uma vez quando foi adentrando na multidão para ir até onde os magos estavam. A este ponto, Alex, o príncipe, já tinha se cansado de uma entrada tão clichê como a dela, segundo a visão dele. Alex até desistiu de continuar no salão e desceu da plataforma do trono, ignorando completamente quem estava lá atrás, que problemático...

O complicado do príncipe prefiriu ir sozinho até a cozinha para pegar um vinho que não estava sendo servido no salão e beber sozinho lá, aproveitando que os criados estavam ocupados rodopiando todo o castelo. Enquanto isso, Elowen estava bem ocupada falando com os lordes presentes e, alguns curtos momentos, com o rei. Cansada de tanto interagir com muitas pessoas em pouco tempo, algo que até agora não era comum para ela, escolheu se sentar um pouco em um dos enormes sofás para respirar. Um mordomo agitado passa perto do sofá, segurando no alto uma bandeja com taças de licores. Elowen se levanta bruscamente quando o vê passar, quase dando um susto nele.

- Com licença! Perdão se o assustei. Por acaso tem alguma bebida que está sendo servida que não tenha álcool, por favor?

- Creio que não, o rei ordenou que fossem servidas mais bebidas com álcool. Se ainda lhe interessa, peça à algum dos criados para ir até a cozinha e pegar um licor comum para a senhorita. - O mordomo sai apressado assim que fala, nem sequer esperou Elowen agradecer.

Ansiando por algo que a ajude a distrair a mente, foi atrás de algum dos empregados para guiá-la até a cozinha e ter a bebida que tanto desejava. Ela se dirige até uma criada que estava terminando de limpar uma taça de vidro estilhaçada no chão. Depois de pedir educadamente à ela, foi levada até a cozinha e deixada lá ao invés de continuar a acompanhar ela. Chegando lá e adentrando a cozinha à procura da adega de bebidas, já se depara com o príncipe que estava se esbaldando numa garrafa de vinho. Ele nem tinha a percebido, estava de costas e ocupado de mais se divertindo com a bebida.