capitulo 1

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 ㅡ Lauren, gostaria de saber se quer receber seu chá da tarde agora.- Karine, minha governanta, que é mais como uma avó para mim do que funcionária, perguntou após bater na porta e eu dar permissão para entrar. 

ㅡ Sim, dona Karine, mas sem açúcar por favor. - Ela sorriu amarelo e se retirou do meu escritório. 

 Eu sou um tipo de pessoa que quase não consome açúcar e mesmo sabendo disso, na maioria das vezes dona Karine trazia meu chá adocicado, pois segundo ela, iria adoçar minha vida, e mesmo o chá de menta, meu favorito, ficando horrível, eu tomava para não fazer desfeita a ela, que sempre faz com muito amor e carinho. 

 Eu não sou o tipo de pessoa azeda, amargurada ou algo parecido, apenas optava ficar no meu espaço, na minha zona de conforto. O mundo se tornou barulhento demais para mim e eu não suportava todo aquele ar poluído, pessoas falando e gritando, telefone o tempo todo tocando, correria de pessoas por todo o lado, assinar papéis importantes, permitir transações de valores altos e sem contar da responsabilidade de tudo que eu carregava nas costas. Era um peso do qual eu era obrigada a carregar e que acabou comigo por certo período da minha vida. 

 Aquilo me deixou doente. A cidade, a empresa, as pessoas, a ponto de eu viver apenas de cafeína e chá. Quando eu fui ao médico fazer meu exame periódico tomei um susto ao descobrir meu estado de saúde e se tem uma coisa que eu prezo é a minha vida. Decidi deixar toda aquela vida para trás para viver em paz, para o meu bem. 

 Obviamente, meus pais não ficaram contentes com minha decisão ao abandonar o cargo de CEO da empresa, porém era a minha decisão. 

 A minha família tem algumas empresas espalhadas pelo país e eu era dona de três, do qual duas eu deixei duas amigas responsáveis e a terceira eu vendi partes do prédio e investi todo o lucro em fundos de rendimento do qual faz parte de minha renda. 

Dessa forma, eu não preciso trabalhar, me ausentei da cidade e agora vivo em paz. 

Optei comprar uma residência longe de tudo e todos, rodeada de uma floresta que faz parte da minha propriedade, tendo além da minha casa, umas 3 outras inferiores no meu terreno, que no caso é as casas dos caseiros e seguranças que cuidam e zelam pelo meu lar. Ninguém aqui tem filhos, marido ou esposas, optei por contratar funcionários com esse perfil pois dessa forma eles não teriam motivo para ir embora, dessa forma a segurança era 24h revezando os turnos dos seguranças. 

 Na minha casa moram quatro mulheres além de mim. Primeiro a Dona Karina que era a mais velha e a governanta, e as outras três eram funcionárias dela, que ajudam com os afazeres da casa, a única obrigação da Dona Karine era direcionar o trabalho para as outras, que se chamam Alexia, Alessia e Jessi. 

 Com a ajuda delas e dos outros, faz exatamente quatro anos que eu vivo aqui na chácara e isolada. E sim, eu sou feliz e graça a minha decisão de abandonar a cidade, eu estou bem de saúde. Essa é a minha realidade, minha vida e eu estou bem dessa forma. Se alguém me dissesse a dez anos atrás que hoje minha vida iria estar assim eu iria obviamente rir da pessoa pois era algo impossível, porém a vida tende nos trazer surpresas e aqui estou eu com 30 anos, sem filhos, sem uma esposa, filha de empresários, milionária e com saúde. 

Coisa melhor que isso não existe para mim. 

Toc, toc, toc… mais batidas na porta, será que eu não posso escrever um poema em paz? E sim, eu escrevo poemas, poesias, me arrisquei até começar um livro, porém parei na primeira página, se tornou um hobby. 

ㅡ Pode entrar. - dei permissão e pude ver Alessia entrando com o chá. 

 De todas as outras, Alessia era a única que eu considerava alguma coisa perto de amiga mas também não chegava a amizade mas era algo mais que colega. 

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