PRÓLOGO

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Antes de completar dez anos, sempre gostei de ouvindo meu pai ler sobre astrofísica e suas inúmeras possibilidades do universo, ele era tão apaixonado que foi natural aprender algumas coisas e passar boa parte do tempo falando sobre as milhares de teorias.

Uma dia ele se foi, e levou minha chama de curiosidade, nunca mais quis viver nesse mundo fantasioso.

Agora, a verdade, é que ideias sobre o funcionamento do universo não fazem mais parte das minhas preocupações atuais. Sempre preferi organizar a minha agenda por cores do que filosofar sobre alusões abstratas.

Talvez estar no auge da adolescência não me concedia a dádiva de refletir a respeito de conceitos tão distantes da rotina do dia a dia, as pessoas ao meu redor até conversava sobre isso, o problema era eu que um dia simplesmente queria deixar tudo distante.

Meu interesse no abstrato se tornou mínimo, para não dizer escasso — acreditar ou perder tempo com coisas vãs que ainda não foram desmistificadas nunca mais me brilhou os olhos.

Passei a buscar a lógica dos fatos.

A verdade é que nada disso impediu que o meu ceticismo me trouxesse até aqui.

A mais pura ideia de destino, que a cada mínima escolha poderia mudar a fórmula pela qual a areia escorre na ampulheta. A ciência colaborou para que cada centímetro do meu corpo estivesse em frenesi de sensações, porém ainda assim, não explicava como cada nanopartícula dessa cidade cedia ao tempo e ao espaço com a facilidade de um dobrar de folhas.

Disfarçada de anciã da sabedoria, ela nos lançou no olho da tempestade, obrigando-nos a consertar um erro impossível.

ELA ESTÁ ENTRE NÓS.

Amores preciso saber o que estão achando, me digam aqui 🫶🏼

ÓRBITA e talvez Meteoro!Onde histórias criam vida. Descubra agora