Capitulo 2.

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— Saiam da frente. — peço, encarando os dois brutamontes que vigiam a primeira etapa do posto do conselho.

Ao todo, são 5 etapas.

Grandes separações elétricas que fritam qualquer um que tente ultrapassá-las.

Qualquer um com a intenção de falar com meu tio, tem que passar pelas 5. Seja do modo que for, derrubando os vigias, matando-os, desligando as separações. Vale de tudo.

Tendo isso em mente, ninguém vem aqui.

— Há uma reunião ocorrendo. Sua entrada não é permitida neste momento. — um deles, Daniel, me informa, sequer olhando em meus olhos.

— Preciso falar com meu tio, é urgente. Agradeceria se liberassem minha entrada, por favor. — pisco, tentando sorrir o mais docemente que posso.

Mesmo que nesse momento minha única vontade seja extravasar minha raiva de algum modo.

Talvez batendo em alguém.

— Novamente, a entrada de ninguém será permitida até que a reunião acabe. — dessa vez é Bruce quem se pronuncia, aumentando sua voz, provavelmente para impor que aquilo não aconteceria.

Bufo, pensando nas opções que tenho.
Bater nos dois está fora de cogitação. Além de que nunca conseguiria dar conta, os conheço desde pequena, e mesmo o ódio que sinto por meu tio neste momento não me fará desafiá-los e apanhar a toa.

Talvez uma distração?

Não. São inteligentes o suficiente para notar.
Com pesar, olho para Bruce, que já não tem mais sua atenção voltada para mim. Observo Daniel, pelo canto do olho.

Respiro fundo, antes de correr e me jogar em cima de Daniel, que bate com tudo quando chega ao chão, tentando me prender em seus braços. Porém, surpreendentemente, sou mais rápida, pegando a arma próxima a sua cintura e rolando para longe de si.

— Só, por favor, me deixem passar. — peço, querendo acabar com aquilo o mais rápido possível.

Quando estou prestes a dar um passo à frente, sinto alguém tocando meu ombro, fazendo-me empurrar a mão com brutalidade, apontando a arma na direção de quem quer que seja.

— Ei, ei, ei. — a mulher, Carol, sorri, parecendo zombar de mim. — Só ia avisar que abriria a separação, mocinha.

Olho para ela atentamente, confusa. Carol é a assistente pessoal do meu tio, e posso dizer que a conheço muito bem, a ponto de saber que não vai com a minha cara. Mesmo quando faz exatamente o que disse que faria, liberando todas as fases para que eu passe, continuo andando para trás, sem parar de mirar a arma para ela.

Claro que nunca machucaria alguém inocente com isso, mas também não conseguiria voltar para casa sem tirar as devidas satisfações.

[...]

Empurro a porta com brutalidade, sustentando o olhar chocado de todos ali, enquanto varro o cômodo com meus olhos, à procura dele. Cujo, segundos depois, noto estar sentado no centro da sala, em sua cadeira gigante, que parece o acomodar muito bem.

— Olá, tio. — falo, deixando a ironia destilar por minha língua.

— Asterin. — se sobressalta, deixando clara sua perplexidade. — Estou ocupado no momento, pode me esperar lá fora, ou em meu escritório? — pergunta, abrindo um sorriso educado.

Caixa de PandoraOnde histórias criam vida. Descubra agora