Harry Potter estava acostumado a viver entre segredos, mas nos últimos meses, um desconforto profundo o acompanhava. Desde a queda de Voldemort, ele pensara que finalmente encontraria paz, mas a sensação de que algo estava errado o perseguia, como uma sombra persistente que se recusava a dissipar.
As noites eram as piores. Seus sonhos, antes turbulentos por causa de Voldemort, haviam se transformado em algo ainda mais sombrio. Ele via um lugar escuro e gélido, onde o próprio ar parecia pesar sobre sua alma. Vozes sussurravam em uma língua que ele não reconhecia, mas que estranhamente compreendia. E sempre havia uma figura, alta e imponente, envolta em sombras, que o observava com olhos de fogo.
Em uma dessas noites, Harry acordou ofegante, o corpo encharcado de suor frio. A cicatriz em sua testa, embora há muito tempo inativa, latejava de maneira inquietante. Incapaz de voltar a dormir, ele decidiu caminhar pelo castelo. Hogwarts estava quieta, com os corredores envoltos em um silêncio quase sepulcral. Harry conhecia bem esses caminhos, mas naquela noite, algo parecia diferente.
Ao passar pela Ala Oeste, um corredor que ele raramente usava, sentiu uma estranha atração por uma tapeçaria antiga. A tapeçaria, que retratava uma cena da mitologia grega, mostrava uma figura sombria em um trono, cercada por almas perdidas. Ao tocá-la, Harry sentiu um calafrio correr por sua espinha, e um clique sutil ecoou pelo corredor. A tapeçaria se moveu, revelando uma passagem oculta.
Curioso, mas cauteloso, Harry entrou. A passagem o levou a uma pequena sala circular, repleta de livros empoeirados e objetos antigos. No centro da sala, sobre um pedestal de pedra, repousava um artefato que emitia uma leve pulsação de luz vermelha. Era um medalhão de ouro, decorado com símbolos que Harry não reconhecia.
Sem saber exatamente o que o motivava, Harry se aproximou do medalhão. Quando seus dedos tocaram o metal frio, uma dor lancinante atravessou sua mente, e ele caiu de joelhos, segurando a cabeça. Imagens e memórias que não eram suas passaram diante de seus olhos. Ele viu campos de fogo e rios de sangue, e ouviu gritos de almas atormentadas.
E então, viu um homem, imponente e sombrio, sentado em um trono de obsidiana, seus olhos brilhando como brasas. "Você é meu filho," a voz profunda ressoou em sua mente, "nascido do submundo, herdeiro do trono que governa os mortos."
Harry ofegou, puxando o medalhão para longe, mas as palavras continuavam ecoando em sua mente. Ele estava confuso, amedrontado e, acima de tudo, incrédulo. Como isso podia ser verdade? Ele era filho de James e Lily Potter, ou pelo menos era o que sempre acreditou.
Mas as visões não mentiam. Algo dentro dele, algo profundo e primordial, reconhecia aquela voz. A presença que ele sempre sentira não era apenas um eco de seus próprios medos; era a marca de sua verdadeira herança. Ele não era apenas um bruxo; ele era filho de um deus – o deus da morte.
Quando a dor diminuiu, Harry se forçou a ficar de pé. Sua mente estava em turbilhão. A revelação o deixara abalado, mas também curioso. Se Hades era realmente seu pai, o que isso significava para ele? E por que ele só descobrira isso agora?
Determinado a encontrar respostas, Harry decidiu que não poderia continuar ignorando esses sinais. Ele precisava entender o que estava acontecendo. Com o medalhão ainda em mãos, Harry deixou a sala, sentindo que havia cruzado uma linha invisível.
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O filho do submundo.
FanfictionHarry Potter sempre acreditou que seu destino estava atrelado ao mundo mágico, até que um segredo sombrio sobre sua origem é revelado. Ele descobre que seu verdadeiro pai é Hades, o deus da morte e governante do submundo. Com essa revelação, Harry é...