Talking to the Moon

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Era uma tarde de verão, e S/n Black e Cinco Hargreeves estavam sentados na velha árvore no parque onde costumavam brincar desde que eram crianças. O sol dourado refletia nas folhas, e o ar estava cheio de risadas e memórias. Eles tinham sido amigos desde que podiam se lembrar, crescendo juntos e compartilhando segredos e sonhos.

Entre as muitas apostas e brincadeiras que faziam, havia uma, em particular, que havia se tornado um jogo recorrente entre os dois. Certa vez, durante um dia de risadas, S/n olhou para Cinco com um sorriso travesso e disse:

- Aposta que você vai acabar se apaixonando por mim.

Cinco arqueou as sobrancelhas, também sorrindo, e rebateu:

- Aposto que você vai acabar se apaixonando por mim primeiro.

Eles riram e deram as mãos, selando a aposta. Nenhum dos dois sabia se estavam apenas brincando ou se havia algo mais por trás das palavras. Mas, desde então, isso se tornou um tema entre eles, um jogo que durava anos.

A infância deles foi marcada por aventuras. Correram pelas ruas de paralelepípedos, se escondiam nos becos, criaram histórias fantasiosas e protagonizaram infinitas batalhas imaginárias. Cinco, com seu jeito calculista e sério, sempre tentando ser o mais racional, enquanto S/n, com seu espírito livre e cheio de energia, o desafiava a relaxar e se divertir.

Havia uma vez em que eles se embrenharam em uma floresta atrás de um tesouro imaginário, carregando mapas desenhados à mão. Outra vez, passaram o verão inteiro construindo uma casa na árvore que se tornou o seu forte secreto. Lá, sob o céu estrelado, fizeram mais promessas e apostas, muitas delas esquecidas com o tempo.

Mas a aposta sobre o amor nunca foi esquecida.

Quando S/n e Cinco entraram na adolescência, a amizade deles se fortaleceu ainda mais. Eles continuavam inseparáveis, sempre juntos em novas aventuras, mas agora com um toque de maturidade e um misto de sentimentos que ambos fingiam não entender.

Certa tarde, estavam no telhado da casa de S/n, um de seus lugares preferidos para conversar e observar as estrelas. Com o vento bagunçando seus cabelos e o som distante da cidade, S/n, com aquele sorriso travesso de sempre, se virou para Cinco:

- Você se lembra da nossa aposta? - perguntou ela, cutucando o braço dele com o cotovelo.

Cinco arqueou a sobrancelha, fingindo não se lembrar, mas o canto de sua boca se ergueu em um meio sorriso.

- Qual aposta? Nós fizemos muitas - respondeu ele, olhando para o céu como se estivesse distraído.

S/n riu e o empurrou levemente.

- Aposta que você se apaixonaria por mim, e você, convencido como sempre, disse que seria o contrário. Ainda tenho certeza de que você vai perder.

Cinco riu dessa vez, uma risada genuína e relaxada, algo que ele raramente deixava escapar.

- Você tem tanta certeza assim, Black? - perguntou ele, provocativo. - Talvez você seja a primeira a admitir.

Eles continuaram se provocando, como sempre faziam, transformando a antiga aposta em piadas diárias. Era como se o jogo que começou na infância ainda estivesse vivo, só que agora carregado por um subtexto de sentimentos não ditos. Eles sabiam que algo mais estava ali, mas nenhum dos dois queria ceder.

Algumas semanas depois, durante uma noite com amigos, resolveram jogar "Verdade ou Desafio". Era um jogo clássico, cheio de brincadeiras ousadas e desafios que faziam o coração disparar. O círculo de amigos estava animado, e S/n e Cinco se encontravam sentados um ao lado do outro, como de costume.