Prólogo

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Amara, a conselheira venerável de Elyndar, estava mergulhada em um sono inquieto. Em seu sonho, o reino que ela conhecia estava envolto em um manto de escuridão, mais profundo e penetrante do que qualquer sombra que ela já tivesse visto.

No início, era como se estivesse flutuando no vazio, cercada por uma névoa espessa e roxa que ondulava como um mar turbulento. A sensação de desorientação era esmagadora, e o ar parecia estar saturado de uma pressão opressiva, como se o próprio universo estivesse segurando a respiração.

De repente, o cenário mudou bruscamente. Amara se viu no centro de um antigo bosque, cujas árvores eram colossos de troncos escuros e retorcidos, cujas copas estavam emaranhadas e pareciam tocar o céu. O chão estava coberto de folhas negras e secas, e uma luz sinistra emanava das raízes expostas, piscando como olhos vigias.

Aos poucos, uma figura começou a se materializar no meio da floresta. Era um ser envolto em um manto de sombras, com uma presença tão imponente que parecia distorcer a própria realidade ao seu redor. Seus olhos brilhavam com uma luz amarela intensa, iluminando o caminho diante dele e revelando um cetro adornado com pedras negras. Cada passo que dava fazia o chão vibrar levemente, e as árvores ao redor pareciam inclinar-se, como se temessem sua presença.

Amara tentou se mover, mas suas pernas estavam paralisadas pela terror. Ela sabia que aquele ser não era um simples pesadelo, mas uma ameaça real e iminente. O Cobrador das Sombras, como Amara imediatamente reconheceu a figura, estava à beira de sua jornada de destruição. A cada movimento do cetro, o ambiente ao redor parecia se contrair e expandir em um caos de trevas.

O som de sussurros e gritos distantes permeava o ar, e Amara ouviu fragmentos de palavras que a assustavam: "Regnum... imperium... tenebrae aeternae..." A sensação de iminência era esmagadora, como se o próprio destino de Elyndar estivesse pendente de um fio tênue.

Antes que pudesse entender completamente a magnitude da visão, a floresta começou a desmoronar, as árvores se desfazendo em pedaços de sombra e a terra se fragmentando. Amara caiu em um abismo sem fim, com o Cobrador das Sombras olhando para ela com uma expressão de desdém absoluto.

Ela acordou com um sobressalto, o suor escorrendo por seu rosto. O sonho tinha sido um vislumbre aterrorizante do que estava por vir. Amara sabia que a ameaça estava se aproximando e que Elyndar estava à beira de um desastre. Seu coração batia com a urgência de alguém que sabia que o tempo estava se esgotando. Ela precisava agir rápido, reunir forças e se preparar para a batalha que se avizinhava, antes que as sombras se tornassem uma realidade palpável.

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