I will always love you

Capítulo 1

If I should stay

I would only be in your way

Eu observava, entre Rose e Hugo, o caixão de Rony descer lentamente para sua morada final. As lagrimas quentes escorriam silenciosas pelo meu rosto. A dor de ver meu melhor amigo e companheiro indo embora era excruciante.

Ao lado de Hugo, estava o restante da familia Wealey; Restante apenas, porque agora eramos em poucos. Harry e Gina estavam sentados, com os filhos ao redor. Todos choravam, não havia exceção.

E em meio as árvores eu o vi. Encostado em um velho carvalho, Draco Malfoy apenas observava. Estava, como sempre, vestido de preto, os braços cruzados sobre o peito e os cabelos platinados cuidadosamente penteados para trás.

So I'll go but I know

I'll think of you

Every step of the way

Eu sempre acreditei, ou melhor, sempre me obriguei a acreditar que haviam dois tipos de amor; Um era aquele construido pelo tempo, e o outro era aquele unico, ilógico e puro. E eu tive a oportunidade de viver os dois. Rose e Hugo eram provas vivas.

Em meio as lágrimas, eu observei Draco. Ele foi, e ainda é, tudo de mais certo e de mais errado que acontecera em minha vida. Não me lembro quando foi que soube que amava-o, provavelmente porque eu sempre o amei, antes mesmo de ve-lo nas escadas esperado para entrar no Salão Principal para ser escolhido pelo Chapéu Seletor.

Teve um momento, durante aqueles sete anos de escola, que as brigas transformaram-se em beijos, que as azarações se transformaram em amassos e as brigas fisicas se transformaram em amor. O mais puro e sublime amor que dois seres humanos podem sentir.

And I will always love you

I will always love you

You, my darling you

E então tudo transformou-se em cinza. A guerra explodiu, e mesmo com a derrota de Voldemort, os Dias Negros vieram. E junto com eles também descobri as consequências de amar Draco, e elas iam muito além de ter Rose em meu ventre. Aquela criança que eu carregava era um alvo em potencial apenas por ser minha filha, e um alvo obrigatório por ser filha de Draco.

E no meio daqueles dias negros, Draco veio até mim uma ultima vez. Ele estava todo de negro, capuz cobrindo seu rosto, as vestes salpicada de pontos disformes. Sangue.

Bitter sweet memories

That is all I'm taking with me

"Você sabe o que precisa ser feito". Fora a unica coisa que ele me falou aquele dia. Tocou o meu ventre e olhou em meus olhos. Não precisavamos de palavras para nos entendermos, nem mesmo quando eramos apenas raiva.

E eu fiz o que precisava ser feito. Rony me acolheu, cuidou de mim e por fim, nos envolvemos. Ainda hoje não sei se foi reciproco de minha parte, ou apenas o instinto de sobrevivência. Eu precisava por Rose no mundo. Por mim e por Draco.

Foi em uma madrugada fria do fim de fevereiro que Rose chorou pela primeira vez. E Rony esteve ao meu lado até o fim. E a ficou até que eu pedisse que ele fosse descansar, e eu sabia que ele seria um bom pai para a minha bebê. Não me parecia o certo, mas era o melhor. E na noite em que Rose completara vinte e quatro horas de vida, Draco apareceu.

"Somente nossa, Draco." Eu sussurrei ao ve-lo admirar a filha. E ele sorriu como poucas vezes eu vi. Com um aceno simples, conjurou uma rosa branca e depositou-a ao lado do bebê. "Sempre meu, sempre seu, sempre nosso!" Murmurou ele de volta antes de sumir mais uma vez nas sombras.