DANGEROUSLY IN LOVE

11.

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— Eu vou matar vocês! — a voz ecoou pelo quarto enquanto a porta era fechada e trancada com um estrondo.

— Eu acho que vou infartar. — Soraya resmungou, jogando-se nos lençóis, exausta.

— Olha só, eu deixo você entrar aqui pra ficar um pouco, e você já está querendo dormir, Simone! Meu Deus, toma juízo. — Maria reclamou, enquanto pegava as roupas espalhadas pelo chão e as jogava em Simone. — Vista-se, e agradeça que fui eu quem entrou aqui.

— Você quase me matou de susto. — Simone respondeu, começando a se vestir rapidamente.

— Pode ter certeza de que minha consideração por Soraya ainda é a única coisa que me impede disso. — Maria retrucou, claramente irritada, mas com um sorriso discreto que escapava de vez em quando, especialmente quando olhava para Soraya, que retribuía com um sorriso travesso.

— Saio por onde? — Simone perguntou, já calçando seus sapatos, antes de se virar para Maria com um olhar mais suave. — Desculpa, Maria. — disse, deixando um beijinho na bochecha da mais velha.

— Você está parecendo uma adolescente desmiolada. — Maria resmungou, mas logo abriu um sorriso cansado. — Agora venha, você vai ter que sair pelo guarda-roupa.

Soraya fez uma careta, confusa. — O quê?

— A casa tem várias passagens secretas. Eu conheço todas e sei como usá-las sem que ninguém perceba. — Maria explicou, enquanto apontava para o guarda-roupa. — Agora, se despeçam.

Simone fez um bico enorme, claramente contrariada. Não queria ir a lugar algum. Sua determinação de sair desapareceu completamente ao ver Soraya apenas com uma camiseta, o cabelo desgrenhado, coçando os olhos, com a boca se movendo como se experimentasse algo. Aquele jeitinho de criança manhosa que ela tinha toda manhã fazia falta, como uma ferida aberta, uma saudade dolorosa.

— Por favor, não desista de nós, sim? — Simone pediu, segurando o rosto de Soraya com as mãos, como se quisesse memorizar cada detalhe daquele momento.

Soraya não respondeu com palavras. Em vez disso, aproximou-se e selou seus lábios aos de Simone em um beijo suave e demorado, antes de sussurrar — Adeus.

Simone sentiu o peso daquele momento, mas sabia que o "adeus" de Soraya não era definitivo. Pelo menos, era o que ela queria acreditar. Ela sorriu com ternura, mesmo que seu coração estivesse apertado, e ajeitou o cabelo de Soraya com carinho.

— Vamos nos falando, sim? — Maria quebrou o silêncio, seu tom mais leve, mas ainda com um peso visível no olhar. — Não esqueci que lhe devo uma conversa.

Ela notou quando uma lágrima escorreu dos olhos de Soraya, tão silenciosa quanto as emoções que ela tentava suprimir. Soraya virou o rosto, tentando esconder sua fragilidade, mas Simone segurou seu queixo delicadamente, forçando-a a olhá-la nos olhos.

— Vai dar tudo certo, baixinha. — Simone murmurou, a voz carregada de uma promessa que ela não estava disposta a quebrar.

Soraya não disse nada. A dor e o desejo se misturavam dentro dela, fazendo com que todas as palavras perdessem o sentido. Ela apenas olhou para Simone com uma mistura de saudade e arrependimento.

Simone então se afastou lentamente, sem tirar os olhos de Soraya. Cada passo parecia mais pesado que o anterior. Quando chegou ao guarda-roupa, Maria fez um gesto com a cabeça, indicando a passagem secreta. Simone deu um último olhar para Soraya antes de desaparecer pela entrada oculta, deixando para trás o quarto silencioso e o coração de Soraya em pedaços.