𝘧𝘪𝘳𝘴𝘵.

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Era uma noite fria de outono em Seul, o tipo de noite em que o vento cortante soprava pelas ruas, fazendo as folhas secas dançarem no asfalto. Você estava caminhando apressadamente pela cidade, com os fones de ouvido abafando os sons do tráfego e da multidão, enquanto a voz suave de Sabrina Carpenter em "Bed Chem" preenchia o ar à sua volta, em direção à
uma pequena cafeteria no centro da cidade, um refúgio acolhedor em meio ao caos da metrópole.

Aquela cafeteria tinha se tornado uma espécie de refúgio para você. O cheiro de café fresco e o som suave das xícaras tilintando no balcão traziam uma tranquilidade que contrastava com a sua rotina agitada. Mas, nos últimos dias, algo diferente tinha chamado sua atenção. Um rapaz, sempre sentado em um canto mais discreto, de boné e capuz puxado para baixo, parecia frequentar o lugar com a mesma regularidade que você.

No início, foi apenas uma coincidência. Você chegava, ele estava lá, e ambos seguiam com suas rotinas. Porém, depois de três ou quatro encontros inesperados, você começou a perceber uma certa curiosidade crescente. Ele também te notava. Seus olhares se cruzavam brevemente quando você levantava a cabeça, mas, assim como você, ele voltava rapidamente a focar em seu trabalho, como se estivesse tentando não parecer interessado.

Com o tempo, isso virou um ritual silencioso. Ele sempre estava lá, e você sempre o notava. Havia algo de familiar na sua presença. Talvez fosse o jeito concentrado com que ele mexia no celular ou o modo como ele parecia igualmente desconfortável com a ideia de puxar uma conversa. Sem dúvida, você o conhecia de algum lugar, mas não conseguia identificar de onde.

Certa noite, depois de mais um encontro casual na cafeteria, você finalmente percebeu quem ele era. No momento em que ele se levantou para pegar outro café, o capuz caiu levemente, revelando seu rosto. Era Bang Chan, líder do Stray Kids, o grupo de K-pop que estava conquistando o mundo. Seu coração disparou por um instante. Ele parecia tão diferente sem as luzes do palco e a grandiosidade das performances. Apenas um rapaz comum, bebendo café em uma noite tranquila.

Mesmo reconhecendo-o, você manteve a compostura. Sabia que ele provavelmente apreciava a discrição e o anonimato que aquele lugar lhe proporcionava. Mas, após aquele momento de reconhecimento, as trocas de olhares se intensificaram. Ele também parecia perceber que você sabia quem ele era, mas nenhum dos dois se atrevia a quebrar o silêncio.

Então, em uma noite particularmente fria, algo diferente aconteceu. Você estava imersa em sua música quando ouviu a voz suave e familiar.

"Oi, posso sentar aqui?" Era Chan. Ele estava parado ao lado da sua mesa, um sorriso tímido no rosto.

Você ficou surpresa por um momento, mas rapidamente sorriu de volta. "Claro, fica à vontade."

Ele puxou a cadeira e se sentou à sua frente, finalmente quebrando o ciclo silencioso que havia se formado entre vocês.

"Eu já te vi aqui algumas vezes", ele comentou, olhando ao redor. "E sempre parece que você está concentrada em algo interessante."

Você riu, tentando esconder o nervosismo. "Sim, é o meu lugar de refúgio. Trabalho com produção musical, então, sempre que preciso de um tempo para organizar as ideias, venho aqui."

Os olhos dele brilharam ao ouvir isso. "Produção musical? Que coincidência. Parece que temos algo em comum."

A conversa fluiu naturalmente depois disso. Vocês falaram sobre música, produção, os desafios da indústria, e, de repente, parecia que se conheciam há muito mais tempo do que aqueles encontros silenciosos na cafeteria. A química entre vocês era inegável, e a conexão só crescia à medida que a noite avançava.

Ao final da conversa, você sentiu que aquela noite havia mudado algo. O silêncio confortável que antes existia foi substituído por uma sensação de expectativa, como se aquele fosse apenas o começo de algo muito maior.

𝘉𝘌𝘋 𝘊𝘏𝘌𝘔 | 𝖻𝖺𝗇𝗀𝖼𝗁𝖺𝗇 Onde histórias criam vida. Descubra agora