• ˖ 🎸 𖥻. 𝓒hapter 2

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🎸. 𝓜ason's pov

As luzes do pequeno apartamento estavam apagadas,exceto pela fraca luminosidade que entrava pela janela, lançando sombras longas e disformes pela sala.Mason olhava fixamente para o teto, tentando ignorar os sons abafados da televisão que Odelia havia deixado ligada.Ele conhecia cada detalhe de sua rotina:chegar do trabalho,passar pela sala,ouvir o tilintar dos copos e o barulho oco das garrafas sendo empilhadas no canto.

Ele tentava não deixar a frustração transparecer,mas os ombros sempre pareciam carregar um peso invisível. O cheiro de álcool era constante,grudado nas paredes e nas roupas.E Odelia...Bem,ela era uma sombra do que um dia havia sido.

Era estranho,pensar que a mesma mulher que hoje mal conseguia completar frases sem gaguejar de tanto beber havia sido uma estrela.

Odelia Thames,uma vez aclamada pela crítica,agora passava os dias entre os mesmos programas de televisão e os longos goles de bebidas.E Mason,de certa forma, se sentia responsável por ela.Ele não sabia como deixá-la,como abandoná-la,mesmo que tudo dentro dele gritasse para sair dali.

Levantando-se da cama com um suspiro, ele se dirigiu até a cozinha.Odelia estava onde sempre estava  ─── afundada no sofá, os olhos vidrados na tela. Ao notar a presença do filho, ela deu um sorriso torto, quase carinhoso.

─── Voltou cedo hoje, querido ─── ela disse com a voz arrastada ─── Só estou assistindo um pouco de TV...não precisa se preocupar comigo.

Mason se forçou a sorrir de volta, sabendo que aquela era apenas a versão mais falsa realidade.A preocupação já era algo permanente em sua mente.

─── Quer comer algo? ─── ele perguntou casualmente, abrindo a geladeira e pegando uma garrafa de água.

─── Não...Estou bem ─── Odelia respondeu, desviando o olhar.

Ele assentiu, tomando um longo gole da água, antes de se recostar na bancada da cozinha, cruzando os braços enquanto olhava para o chão. As memórias de sua mãe cantando em grandes palcos às vezes pareciam tão distantes quanto um sonho.

Depois de um breve silêncio, ele voltou ao seu quarto. As guitarras ainda estavam lá, intocadas, como monumentos silenciosos de uma época que ele preferia esquecer. Mason evitava olhá-las, evitava até mesmo tocar nas cordas. Era como se cada vez que seus dedos encostassem no instrumento, as memórias do passado voltassem à tona, dolorosas e cruas.

Ele se jogou na cama, sentindo o cansaço se acumular nos músculos. Seus pensamentos vagaram por Scarlett, por aquele olhar determinado que ela trazia toda vez que pegava a guitarra, mesmo com suas falhas. Ele viu nela algo que há muito tempo não via em si mesmo: paixão.

Mas ele sabia que, apesar do sarcasmo e da provocação, Scarlett estava mudando algo dentro dele. Aos poucos, ela o fazia pensar que talvez, só talvez, ele pudesse voltar a tocar. Talvez ensinar a garota fosse uma maneira de curar suas próprias feridas, de redescobrir algo que o fazia sentir vivo.

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