"A grandiosa e famosa família Yano."
A família Yano era reconhecida de longe no local da sede de administração deles, Shinjuku, o bairro comercial que fica no centro de Tokyo que controla financeiramente toda a cidade.Os grandes em questão,
Gyutan Yano, uma grande empresário focado na área econômica, e sua esposa,
Naomi Yano, uma modelo famosa quando se trata em posar para marcas de luxo.
Ambos tinham uma grandiosa fama cercada de suposições e corrupção, mas quem ousaria deter ou questionar pessoas tão influentes?
Não importa quantas provas tivessem contra eles, ninguém nunca, jamais ousaria deter eles, afinal, quem iria querer a economia decaindo na região? Todos apenas fechavam os olhos e ignoravam os meios de riqueza de ambosA questão principal se inicia em 1988, com o nascimento de sua primeira e única filha, Haruka Yano.
Haruka sempre foi criada em um grandioso berço de ouro, em uma casa enorme cheia de empregadas para satisfazer todas suas vontades, além de grandes lições de etiqueta. Haruka tinha uma vida de princesa para que mais tarde ela se tornasse a rainha dos negócios da família, principalmente sendo uma sucessora para a carreira de sua mãe.
Os pais de Haruka porém, raramente paravam em casa algo que deteriorava cada vez mais a relação dela e de seus pais, mas, quando eles estavam em casa nunca agiam como uma verdadeira família, tudo parecia se basear em negócios, em obrigações, nunca houve uma única interação parental entre os três, tudo era pura falsidade, afinal, para as mídias eles agiam como se fossem os melhores pais do mundo.Ao decorrer do crescimento de Haruka tudo piorava cada vez mais, Haruka não queria mais ficar presa em rédeas que a repreendiam em tudo que ela fizesse, ela queria ser normal, ter uma relação normal com seus pais. Eles porém, sempre viram Haruka como um objeto, como um espelho de si mesmos, ela "não precisava do amor deles, precisava das lições", era isso que eles pensavam.
Haruka se tornava uma garota distante, fria,
ela não tinha com quem aprender a ser calorosa e gentil, afinal, sua mãe nunca fez isso por ela, "ela era apenas uma puta egoísta" de acordo com as palavras da própria pequena Haruka.Os anos se passavam, ela crescia, tinha cada vez mais vontades próprias, mas todas essas vontades eram sempre ofuscadas pelos seus pais.
— Boa noite "Haru", como foi seu dia? — Naomi perguntava enquanto se sentava na mesa de jantar ao lado da mesma.
— Foi... Normal. — Haruka respondia, distante, estava com medo de sua mãe descobrir a verdade sobre esse dia que se passou.
— Senhora Yano, fico feliz com sua chegada! — Diz uma das empregadas da casa, se aproximando dela enquanto encara Haruka, ela parecia dizer "desculpe, você sabe que tenho que fazer isso, é meu dever.
— Senhora, creio que tenho algo que seja do seu interesse, é sobre Haruka.Naomi, sempre despreocupada finalmente impôs a feição que Haruka sempre tem tanto medo, aquela feição que parecia informar para Haruka que, mais tarde, ela se arrependeria.
— Hoje a Haruka veio a desrespeitar um de seus funcionários da agência que veio aqui ajudar Haruka em sua postura. — Dizia a mulher que estava inclinada para que somente Naomi ouvisse o acontecimento.
— Você o que, Haruka? — Naomi finalmente aumentou seu tom de voz, estava irritada, desde quando Haruka havia aprendido a ser tão mal educada? Essa não foi a educação que lhe fora dada
— Com quem você aprendeu essas coisas? Eu tenho certeza que nessa casa não foi! Eu sabia que te colocar naquela escola cheia de delinquentes transformaria você!Haruka como sempre, mais uma vez se encolheu em frente as palavras da mãe que logo logo iriam se tornar tão venenosas como as presas de uma cobra.
— Eu não fui desrespeitosa... Eu apenas mandei ele ir embora. Eu sempre falo que odeio quando essas pessoas vem até mim! — Haruka nunca ousaria aumentar o tom de voz para sua mãe, mas ela precisava tentar colocar um fim nisso.
— Como você ao menos ousa ser tão grosseira com sua própria mãe, sua pirralha! Eu e seu pai trabalhamos duro e sua retribuição é ser mal educada dessa forma? Não ouse me envergonhar dessa forma!
Gyutan, que estava na sala mexendo em alguns papéis de sua empresa finalmente começou a ouvir toda essa discussão vindo da cozinha, então logo ele chegou lá.
— Mas que gritaria é essa? Qual o problema de vocês duas? Eu estou trabalhando, porra! — Gyutan passou pela porta da cozinha, sua voz grossa e pronta para atacar quem fosse preciso.
— "Que gritaria é essa"? A sua filha é a causa dessa gritaria, Gyutan! Você consegue acreditar que ela foi desrespeitosa com um dos meus funcionários? Você tem que impor limites nessa pirralha, eu já desisti! — Naomi responde com um tom grosseiro, nos últimos dias Haruka estava impossível, pelo menos na visão deles.
— Você o que, Haruka? — O homem se aproximava em um tom predatório, ela finalmente poderia sentir que sua ação teria uma péssima consequência
— Você tem noção o quanto a sua mãe se esforça para te dar um bom futuro? Você parece uma vadia ingrata agindo dessa forma!— Mas vocês ao menos já pararam para pensar que eu não ligo pra esse futuro? Me deixem em paz! Eu nunca pedi por essas porras de aulas de como ser modelo!
Haruka acabou de passar dos limites, como ela ousa usar esse tipo de palavra para de referir a algo referente ao trabalho de sua mãe?
— Haruka Yano, enquanto estiver morando de baixo do nosso teto nós exigimos o mínimo de respeito, você está ouvindo? — Gyutan pegou o braço de Haruka, a trazendo para perto de forma rude e forte
— Você nunca mais vai ousar em agir dessa forma, está entendendo?Toda a força que Haruka estava tendo para discutir com ambos acabou de se esvair, seu pulso doía, estava dormente. Mesmo que ela quisesse continuar essa discussão em prol de por um
fim em tudo isso, ela prezava por um pulso funcional.— Sim, senhor... — Ela disse finalmente se encolhendo assim como ela sempre fazia. Seus pais pareciam sentir prazer em ver ela apenas os obedecendo, para eles, é assim que sempre deveria ser.
Haruka não quer seguir essa carreira de modelo, ou uma carreira de empresária, ela quer fazer as coisas sozinha.
Haruka quer aprender as coisas sozinha, ou pelo menos ter pais que a ensinem de verdade, e não pais que a empurram para as coisas que eles querem.A cada dia que se passava Haruka perdia cada vez mais a paciência com seus pais e com esses sermões frios e desnecessários, ela estava prestes a explodir e deixar tudo finalmente sair.