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Dick e Kara se afastaram discretamente do grupo de convidados, ainda sentindo o efeito do beijo. Havia uma tensão no ar, uma mistura de confusão e algo mais profundo que nenhum dos dois estava preparado para admitir naquele momento.

Kara tentou focar na missão, mas seu coração ainda batia acelerado. Ela olhou para Dick, que parecia igualmente desconcertado, mas mantinha a expressão séria enquanto observava os arredores. Eles se aproximaram da borda do salão, onde podiam conversar com mais privacidade.

— Isso foi... — Kara começou, sem saber exatamente o que dizer.

— Necessário. — Dick completou rapidamente, com um leve sorriso, tentando aliviar o clima. — Para manter as aparências.

— Claro, aparências. — Ela concordou, mas sentiu o peso daquelas palavras. O beijo não havia sido apenas para manter as aparências, havia algo mais ali, algo que ambos sentiram, mesmo que nenhum dos dois quisesse admitir naquele momento.

Antes que pudessem continuar a conversa, o comunicador de Dick vibrou. Ele o pegou rapidamente e olhou para a mensagem. Bruce estava monitorando tudo de longe e mandou um alerta.

— Temos que ficar mais um pouco. Bruce identificou alguns movimentos suspeitos. — Dick disse, voltando sua atenção para a missão.

Kara assentiu, agradecida pela distração. Precisava de tempo para processar o que tinha acontecido. Eles voltaram para o salão, se misturando novamente com os outros convidados, mantendo a fachada de casal.

Porém, dessa vez, havia algo diferente entre eles. A proximidade que antes parecia um simples disfarce agora parecia mais real. Kara ainda se sentia vulnerável, mas a presença de Dick ao seu lado lhe dava uma sensação de segurança que ela não conseguia explicar.

Enquanto circulavam pela festa, Dick manteve a mão na cintura de Kara, guiando-a de maneira protetora. Kara percebeu que ele estava mais atento do que o normal, seus olhos varrendo o salão em busca de qualquer sinal de perigo, mas também havia um cuidado extra em cada movimento, como se ele quisesse garantir que ela estivesse bem.

Finalmente, depois de mais algumas horas de espera e vigilância, Bruce enviou outro comunicado.

— A missão acabou. Podem voltar.

Kara sentiu um alívio imediato, mas também uma pequena pontada de decepção, embora não soubesse exatamente o porquê. Eles se retiraram da festa discretamente e se dirigiram para o local onde haviam estacionado o carro.

Durante o caminho de volta, o silêncio entre eles era pesado, carregado de palavras não ditas. Dick finalmente quebrou o silêncio.

— Kara... sobre o que aconteceu... — Ele começou, mas parecia ter dificuldade em encontrar as palavras.

— Foi para a missão. — Kara respondeu rapidamente, embora soubesse que isso não explicava tudo. — Precisávamos ser convincentes.

Dick olhou para ela por um momento, como se estivesse tentando entender o que ela realmente sentia. Ele assentiu, mas não parecia totalmente convencido.

— Sim, foi para a missão. — Ele repetiu, embora houvesse uma leve tristeza em sua voz.

Quando chegaram à base, Bruce estava esperando por eles, com Diana ao seu lado. Bruce os observou atentamente, como sempre fazia, mas não comentou nada sobre o disfarce. Apenas se certificou de que estavam bem antes de dar as instruções finais.

— Bom trabalho, vocês dois. Descansem, temos mais uma missão em breve. — Ele disse, voltando sua atenção para o monitor à sua frente.

Kara e Dick trocaram um último olhar antes de se afastarem. Ambos sabiam que havia algo não resolvido entre eles, algo que precisaria ser confrontado eventualmente. Mas, por enquanto, eles estavam dispostos a deixar isso de lado, focando no que realmente importava: a missão.

𝐀 𝐂𝐀𝐒𝐀 𝐃𝐄 𝐄𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora